Por ela ninguém esperava, mas a chuva que caiu sábado (3/8), em Ouro Preto, não tirou o brilho do festival Tudo é Jazz, que reuniu, de sexta a domingo (4/8), aproximadamente 100 músicos, que transformaram a primeira capital de Minas na cidade brasileira do jazz.

 



Durante três dias, o público se espalhou por dois grandes palcos a céu aberto – na Praça Tiradentes e na Praça do Rosário –, pela Casa da Ópera, por restaurantes, no Clube XV de Novembro e em cortejos pelas ruas, onde se podia ouvir os variados estilos do jazz. 

 

A curadoria do festival, que este ano ficou sob a regência do pianista Gustavo Figueiredo, manteve a premissa de reunir a tradição e a inovação e conectar músicos de gerações e nacionalidades distintas, nesta 22ª edição.

 

 

Passaram por Ouro Preto nomes como Lenine, Paula Lima, Doug Stone, Eduardo Expansande Cubano, Vanessa Moreno, Cléber Alves, Fernando Rosa, Juventino Dias, Mike Del Ferro, Sérgio Santos, Hugo Rafael, Daniel Lima, Gabriel Grossi, entre outros.

 

ATÉ A MADRUGADA

O palco da Praça Tiradentes, como nos eventos passados, reuniu apresentações que atraem um público maior, com artistas mais conhecidos. Enquanto os palcos do Largo do Rosário e da Casa da Ópera receberam representantes do jazz mais tradicional. Já os cortejos atraíram todo tipo de gente – desde crianças a idosos.

 

O Clube XV de Novembro foi palco, pelo segundo ano consecutivo, do “inferninho” noturno com a ideia de remeter aos ambientes norte-americanos de New Orleans, onde nasceu o jazz norte-americano. O Cabaré do Fraga recebeu artistas contemporâneos, como Lívia & Fred, Léo e Flá, a multiartista Jhê Lacroix e o pesquisador de música pernambucano Patrick Tor4, que cantaram e tocaram um jazz dançante, numa grande celebração da música, que começava à meia-noite e terminava às quatro da manhã.


QUALIDADE EM ALTA

A direção geral do Tudo é Jazz é do produtor cultural Rud Carvalho, da New View Entretenimento e Comunicação, sobrinho da idealizadora do festival, Maria Alice Martins, conhecida como Biiça, que morreu de COVID, em 2020.

 

 

De lá para cá, Rud assumiu o comando do evento junto com a mãe, Suzana Martins, e vem fazendo jus ao legado da tia, que era uma grande pesquisadora do jazz e sonhava em democratizar o gênero musical, tornando-o cada vez mais conhecido
do grande público.


NA CASA DE GONZAGA

Pelo segundo ano consecutivo, o estilista e artista Ronaldo Fraga está à frente da direção artística do Tudo é Jazz e, desta vez, foi também autor dos enormes desenhos feitos à mão para compor a exposição que retratou os dois músicos homenageados: Ray Charles e Pixinguinha. Inicialmente, a mostra seria de fotografias desses gênios da música mundial e nacional.

 

No entanto, arquitetos que viram os desenhos do estilista em seus cadernos o convenceram a levá-los para a exibição. O resultado foram 10 telas de 2 X 1,75 metros, em tons rosados, que ficarão expostos até o próximo dia 18, na Casa de Gonzaga, onde rosas enormes da mesma paleta adornam o teto do ambiente, fazendo um belo contraste com a pele preta dos retratados.

compartilhe