Indispensáveis como queijo com goiabada, arroz com feijão ou frango com quiabo e angu no nosso cardápio diário, Caetano Veloso e Maria Bethânia não podem faltar à nossa mesa musical. É assim desde o início dos anos 1970, quando os irmãos Viana Teles Veloso fizeram sua estreia em Belo Horizonte. Bethânia veio primeiro, em 1970, com a peça "Brasileiro profissão esperança", ao lado de Ítalo Rossi. Caetano, dois anos depois, em outubro de 1972, na volta do exílio, com a turnê de lançamento do disco "Transa". Bethânia retornou em janeiro de 1973, com "Rosa dos ventos". Era a revoada dos baianos em Minas. Gil e Gal também estrearam por aqui na mesma época. Ele, em abril de 1972, na volta do exílio. Ela, no mês seguinte, com a turnê "A todo vapor". Naquela época, os shows foram apresentados no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, no período de construção do Palácio das Artes, inaugurado em 1971, casa muito grande até então para as temporadas dos baianos, que só começaram a ser realizadas lá nos anos 1980.

 

 


 

VIVA SALVADOR!


Os irmãos não fizeram apenas apresentações de suas turnê solo. Em 1976, vieram com o show "Doces Bárbaros", que incluia Gal e Gil, no ginásio do Mackenzie, no bairro Santo Antônio. Mais tarde, os irmãos voltaram com a turnê "Maria Bethânia e Caetano", que cumpriu temporada de 8 a 13 de agosto de 1978 no Palácio das Artes. Detalhe curioso que, naquela época, era a baiana quem puxava o nome da turnê. Os filhos de Dona Canô se encontraram novamente no palco em 1999, no aniversário de 450 anos de Salvador. O show pode ser acessado no Youtube.

 

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QUARENTA CANÇÕES

No show de 1978, acompanharam os irmãos os músicos Rosinha de Valença (violão), Thomaz Improta (teclado), Perinho Albuquerque, que também assinou a direção musical (guitarra), Jamil Joanes (baixo), Juarez Araujo (sopro), Paulo Braga (bateria) e Monica Millet (percussão). No repertório,
"Fé cega, faca amolada", de Milton Nascimento e Fernando Brant, e mais
25 canções divididas em um bloco só para Bethânia, outro para Caetano e outros três para os dois juntos. As informações estão no programa do show que faz parte do acervo do jornalista e produtor Pedrinho Alves Madeira, profundo conhecedor e admirador da música brasileira. No show deste sábado (7/9) em BH, o repertório reúne 40 canções, que oficialmente serão conhecidas apenas quando os dois subirem ao palco do Mineirão. Mas há indícios de que "Alegria, alegria", apresentada nos anos 1970, abrirá a apresentação, que terá também "Leãozinho".

 

 

A CENA MUDA

A apresentação em BH rendeu o álbum “Maria Bethânia e Caetano Veloso – Ao vivo”. Pedrinho Alves Madeira conta que o show "Maria Bethânia e Caetano" ganhou registro em disco com parte das canções que estavam no repertório. Fã dos irmãos, com quem já trabalhou por diversas vezes, Pedrinho, contudo, não arrisca dizer quantas vezes eles se apresentaram em Belo Horizonte. Mas sabe que, no caso de Maria Bethânia, nem todas as turnês passaram pela capital mineira, como boa parte dos shows históricos da baiana. "As turnês 'Drama – Luz da noite', de 1973, e 'A cena muda', de 1974", não vieram", diz ele.

 

 

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