Nando Reis termina neste sábado (28/9), em Belo Horizonte, a série de shows que faz na capital mineira, desde quinta-feira (26/9). Das três apresentações, a mais inusitada – e de longe a mais emocionante – foi no Barreto, o bar do Hotel Fasano, em Lourdes. Na plateia, 74 pessoas que esgotaram os convites em menos de 24 horas após o anúncio do projeto na semana passada. Foi um momento histórico na noite da cidade, tão carente de eventos que surpreendam o público. Em pouco mais de duas horas, o ex-Titã conversou com a plateia, contou histórias curiosas e divertidas sobre algumas das 21 canções que apresentou – entre seus principais sucessos e três músicas inéditas do novo disco, "Uma estrela misteriosa". A turnê do álbum esta noite, no Palácio das Artes, é o último compromisso de Nando em BH.

 




•  SAMUEL ROSA


No papo com o público, o cantor disse que uma amiga, que mora em Belo Horizonte, ao visitá-lo no camarim e percebendo a frequência que ele vem à capital mineira, sugeriu que comprasse uma casa ou um apartamento por aqui. Brincadeiras à parte, Nando reconheceu ter uma relação musical muito forte com a cidade. "Não apenas a música que eu ouvi, mas músicas que fiz com parceiros", disse antes de cantar "Dois rios", composta por ele e o “grande amigo”, como fez questão de frisar, “o parceiro com quem mais escrevi canções”, Samuel Rosa. Citou ainda a participação genial, segundo ele, de Lô Borges.

 

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•  EM BUSCA DE OTIMISMO


Após cantar "Dois rios", Nando contou uma curiosidade. Disse que há algum tempo mudou a última estrofe da canção – "Dois rios inteiros/Sem direção" – para "Que estão vindo em minha direção". O motivo, explicou: "Os lábios sem direção faz analogia dos destinos, das pessoas que se amam, quando desejam ficar juntas. De certa maneira, não é uma coisa sob controle. Um é um; outro é outro; e os dois juntos é uma coisa que nenhum dos dois sabe exatamente como se dá, e o que fazer exatamente com isso", teorizou. "Parece que sem direção é uma ideia meio pessimista, de que vai a Deus dará. Venho cantando que os lábios estão vindo em minha direção. Precisamos de um pouco de otimismo. O mundo já está tão estranho. Se as próprias coisas que eu escrevo não tiver um final feliz...", disse, provocando risos na plateia.

 

 

• MÚSICAS BEM ESTRANHAS


Descontraído, Nando afirmou que a música é seu ofício e ele, fundamentalmente, um compositor. "Canto porque preciso cantar as minhas músicas. Aqui tenho uma lista de 21. No entanto, fiz 600 músicas, 560 não são exatamente conhecidas. Dentro dessas 560, 480 são bem estranhas. Só eu poderia cantá-las", brincou. "A música, para mim, é fundamental. Não só como expressão, mas organização do meu pensamento. Meu lugar no mundo consegui através dela". Em novembro, o Fasano deve promover novo show, repetindo a parceria com American Express. O nome do convidado ainda é mantido em segredo.

 

 

• VIVA O CENAS CURTAS


Ponto alto da comemoração dos 25 anos do Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, reconhecido como um dos festivais de teatro mais importantes do Brasil, tem baile logo mais, às 21h, no Galpão Cine Horto. A noite de hoje (28/9) será animada pela Orquestra Mineira de Brega e DJ Black Josie. Para o diretor do Galpão Cine Horto e ator do Grupo Galpão, Chico Pelúcio, “o Cenas Curtas é uma celebração das artes cênicas, ao promover a diversidade e estimular a criatividade e a reflexão social”. Com parcerias importantes, como Cemig e Instituto Unimed-BH, o festival reafirma seu compromisso em apoiar e promover as produções teatrais, priorizando artistas de Belo Horizonte e de outras regiões do Brasil. A cada edição, se consolida como espaço de experimentação e intercâmbio, em que diretores, atores, cenógrafos e dramaturgos têm a oportunidade de apresentar suas criações. O evento é um catalisador para novos projetos, ao acolher o risco e a inovação como caminhos para o futuro das artes cênicas.

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