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Helvécio Carlos
Helvécio Carlos
Com 30 anos dedicados ao jornalismo, com passagens por emissoras de rádio e assessoria de imprensa, é desde 2001 titular da coluna Hit, do jornal Estado de Minas. Entre 2011 e 2017 foi editor da revista Hit, publicação de lifestyle.
HIT

Lista das palavras mais chatas de 2024 entra em sua décima edição

A expressão "colecionando memórias" foi citada ao lado de calabreso, nepo baby, Trump, ressignificar, influencer e call

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A décima lista das palavras mais chatas do ano tem uma surpresa. Top, que frequentou todas as edições anteriores, nem sequer foi lembrada. Por outro lado, expressões ganharam destaque. “O que me irritou profundamente em 2024 nem foi uma palavra. Foi 'colecionando memórias'”, afirma a empresária Flávia Simão. A jornalista Fernanda Ribeiro e o diretor de teatro Pedro Paulo Cava são diretos ao apontar as eleitas: narrativa (“nem precisa de explicação”, diz ela) e ressignificar (“chatérrima”, afirma ele).

 

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• MERCADO

 


“Se não é a mais chata, a palavra 'mercado' certamente foi a mais perversa de 2024. Usada abusivamente, de modo ladino e sorrateiro, por certo jornalismo econômico, geralmente busca dotar de alguma credibilidade ou de algum peso as opiniões e as torcidas de duas dúzias de especuladores contra políticas que visam o bem comum.


É uma palavra sem rosto, sem ossos nem músculos, mas com uma boca enorme, que fala sobre tudo, o tempo inteiro, sempre encobrindo seus reais interesses.”

>> Rogerio Faria Tavares, ex-presidente da Academia Mineira de Letras

 

 

• INFLUENCER


“Além do anglicismo cafona, ser 'influenciador' virou um trem que ninguém mais aguenta!
A gente logo pensa num povo chato, sem nenhum conteúdo interessante. O termo contrário,   desinfluenciador, me parece hoje muito mais cool – mantendo o anglicismo, só para irritar (rs rs, rs).”

>> Daniel Borato, médico

 

 

• CALL


“Vamos marcar uma 'call' resume a série de anglicismos que vêm sendo utilizados no país. A meu ver, é a cereja do bolo, cujo uso é totalmente desnecessário, pois temos várias opções na língua portuguesa.”

>> Breno Mello, oftalmologista

 

• AMIGA


“Este ano, não ouvi muitas palavras chatas ou usadas de forma inadequada. Mas detesto 'colega', 'fofa' e 'amiga', porque quem te chama assim não é nem sua colega, nem amiga e tampouco te acha fofa.”

>> Tanit Faria, galerista

 

 

• BANCO CENTRAL


“'Banco Central', pois sabotam diariamente a economia brasileira com uma taxa de juros absurda e injustificada.”

>> Conrado Almada, artista plástico

 

• RESILIÊNCIA

 


“Esta palavra já vem cansando há alguns anos no mundo corporativo e pessoal, mas continuou muito utilizada em 2024, como se fosse a solução para todos os problemas.”

>> Phillip Martins, relações-públicas do Grupo Fasano

 

• HARMONIZAR


“Ah, que preguiça! Vai desde harmonização facial, passa pela harmonização de sabores e morre na harmonização de peças e acessórios. Pra que tanta harmonia?”

>> Ana Miranda, sapateira

 

• IMPACTADA


“Acho que foi a palavra mais falada no ano. Ninguém usou impressionada, emocionada, encantada, maravilhada, surpresa. Sempre 'impactada' (o), 'impactante'.”

>> Cristina Castilho, diretora de comunicação do Grupo Corpo

 

• CADEIRADA


“A mais chata foi 'cadeirada', que demonstra como nossa democracia anda ameaçada depois da cadeirada do Datena no Marçal.”

>> Samuel Lloyd, diretor do Mineirão e da Urbia Parques

 

• UMIDADE


“Em um dos anos mais quentes da história, a seca prolongada no Brasil, com queimadas e a baixa umidade do ar, tornou-se um peso psicológico, intensificando a sensação de angústia, calor e secura. Sem nuvens de chuva por vários meses, especialmente no Sudeste, ouvir constantemente sobre a baixa umidade foi um fardo difícil de suportar. Ainda mais quando eu olhava para o céu, que perdeu a sua cor azul, e não avistava nenhuma nuvem de chuva.”

>> Vander André Araújo, escritor

 

• INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 


“Fácil: IA, AI ou inteligência artificial. Tudo hoje parece ser isso. 'A IA vai mudar o mundo'. 'Você vai perder seu emprego para uma IA'. 'Você tem que se adequar à IA'. Nem tanto no ferro, nem tanto na ferradura. É, sim, revolucionário, mas é preciso muita parcimônia. E falar menos sobre isso.”

>> Rodrigo James, jornalista

 

• POLARIZAÇÃO


“A palavra mais chata, repetida, maçante e modorrenta dita este ano é 'polarização'. De tão repetida, ficou sem sentido.”

>> Afonso Borges, escritor

 

• CALABRESO


“Chata, porque não tem graça nem sentido nenhum.”

>> Felipe Lima, relações-públicas

 

• NEPO BABY


“Palavrinha moderninha que criaram para justificar mais uma vez o legado da meritocracia. Além do estrangeirismo vira-lata, que os brasileiros adoram.”

>> Luiz Claudio, estilista

 

• PISTACHUDO

 


“Confesso que as palavras em 2024 me irritaram menos, talvez eu estivesse de bom humor. Por exemplo, o termo 'delulu', que se refere a delusional (delirante), até achei divertido. As expressões mais chatas, como 'casca de bala' e 'calabreso', duraram pouco. Ainda bem. Guerras, inundações e queimadas continuaram sendo palavras terríveis em 2024. Porém, a febre comercial do pistache me irritou – e olha que amo pistache. Essa palavra foi muito repetida, vi até adaptações horrorosas como 'pistachudo'. Por isso, meu voto vai para pistache.”

>> Daniel Cruz, escritor

 

• WHATSAPP

 


“WhatsApp, áudios intermináveis, grupos sem fim. Por um 2025 com menos palavras jogadas ao vento (ou às nuvens) e mais palavras ao pé do ouvido.”

>> Gustavo Greco, designer

 

• PROPÓSITO


“É uma daquelas palavras originariamente bonitas e especiais que sofreram esvaziamento semântico lastimável em função da uso abusivo por coaches e afins. Tornou-se um jargão motivacional tolo, sem tônus, sem significado, e sem – ironia das ironias – nenhum propósito.”

>> Leonardo Maximo, advogado

 

• POV


“Palavra que passou a acompanhar posts nas redes sociais, significa “point of view” ou ponto de vista. Ai, ai... Não digo nada, só observo e reflito.”

>> Fernanda Bicalho, administradora

 

• LACRAÇÃO


“Virou sinônimo de alguém que faz algo relevante. Porém, não passa da plena definição para discursos rasos como pires, referência para a horda de aculturados que não sabem mais escrever em letra cursiva. Digno seria lacrar bocas e gadgets com fita adesiva.”

>> Vinícius Amaral, DJ

 

• TRUMP

 


“Para mim, a pior palavra de 2024 foi, disparado, 'Trump'. Não há nada ruim que não possa piorar. Nesse caso, recrudescer. É uma doença que volta turbinada pela IA. Se falta neurônio e sensibilidade no indivíduo, sobra insensatez na IA do seu assessor imediato. Essa palavra anuncia tempos sombrios pela frente.”

>> Carlos Starling, infectologista

 


• BET

 


“Usada com variações por centenas de casas de apostas online. Deixaram no inglês, pois assim tem sonoridade 'fofa' para atrair milhões de brasileiros a perderem dinheiro com jogos de azar. Tinham que ser abolidas: a palavra e as casas de apostas.”

>> Igor Cosso, ator

 


• REINVENTAR


“Resquício da pandemia, esta palavra entra no cotidiano das pessoas e nas redes sociais como uma possível ressurreição. Novos hábitos, novos caminhos, novas oportunidades. Esse novo é relativo, pouco tangível em termos reais. Não fomos inventados, onde se conclui que a reinvenção está mais para uma fantasia. Se você não está paralisado por desesperança nos humanos, neste mundo caótico em que vivemos existe um equilíbrio emocional e físico que permitirá mais alguns passos no sentido do seu desenvolvimento pessoal: sua sobrevivência. Não uma reinvenção.”

>> Letícia Bhering, produtora

 

• POLARIZAÇÃO


"Não existe a necessidade de ser extremo nisto ou naquilo, entre o preto e branco temos  todas as cores."

>> Gustavo Paulino, economista

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