Na última sexta-feira (20/12), sair de casa à noite foi um verdadeiro exercício de paciência. Ou “uma grande aventura para chegar ao teatro com trânsito e chuva”, nas palavras de Fred Mayrink. No palco do Cine Theatro Brasil, o cantor, acompanhado da Orquestra Opus, regida por Leonardo Cunha, apresentou o seu tributo a Frank Sinatra.
“Sou apaixonado por este repertório. O show, na verdade, é minha homenagem como fã a Frank Sinatra. Divido com vocês meu amor por este repertório e por este artista incomparável”, afirmou o mineiro à plateia, antes de cantar 18 clássicos do astro americano.
De pai para filho
Durante o show, Fred conversou com o público. Revelou que o pai, Francisco Mayrink, foi quem o aproximou do universo musical. “Ele foi gerente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. No Palácio das Artes, passei a infância assistindo a balés, concertos e a tudo aquilo que me apresentou ao mundo maravilhoso da arte. Isso transformou a minha vida e me possibilitou estar agora ao lado do maestro Leo Cunha e da Orquestra Opus cantando Frank Sinatra. Pai, eu te amo”, disse para Francisco Mayrink, que estava na plateia.
Em família
A mãe de Fred, Erci Butinholo, prestigiou o filho, assim como a tia Naná, homenageada pelo sobrinho por ter completado 99 anos. “O aniversário foi em novembro, está no prazo de validade dos cumprimentos”, brincou o cantor. Sabrina, mulher de Fred, estava na plateia com os filhos Vitória Albuquerque, Antônio Mayrink e Manuela Mayrink. O cantor dedicou “My way” a Antônio. É a canção preferida do garoto.
• Da Lagoinha para o Projac
Fred passou a infância inteira em Belo Horizonte, onde estreou no teatro aos 9 anos. “Estar neste palco é uma alegria muito grande, com tantos amigos e pessoas queridas na plateia”, afirmou, emocionado.
Bem-humorado, lembrou os tempos em que morou na Lagoinha, na época da Loura do Bonfim, a famosa assombração de BH. “Minha infância na Rua Itatiaia foi muito rica”, contou. Aos 8 anos, dentro do carro com a família de amigos, ele ouviu Sinatra pela primeira vez. “A música ('Let me try again') nunca mais saiu da minha cabeça, passei a ouvi-la obsessivamente. Algumas canções são imortais. Daqui a 200 anos, estaremos ouvindo Sinatra como a gente ouve Mozart. Quem chegar lá me avisa”, brincou. Fred foi ator e atualmente é um dos diretores artísticos da TV Globo.
• Papai Noel
Fred e o maestro Leonardo Cunha se cruzaram pela primeira vez há muitos anos. “Eu não estava com esta aparência de Papai Noel, você tinha menos 30 quilos. Éramos outras pessoas”, comentou o cantor.
Cunha lembrou que o encontro ocorreu em um haras em Juatuba, no dia de Natal. Ele tocava violino e Fred era um dos convidados. Leo aproveitou a ocasião para homenagear Sandra Campos, gerente do Cine Brasil. Concluída esta temporada do projeto da Opus em parceria com a casa, o maestro fez um balanço positivo de 2024.
“A mostra foi um presente que a orquestra recebeu do Cine Brasil, que nos deu a oportunidade de manter as atividades diante das adversidades de patrocínio”, disse. A Opus recebeu também Chico César, Leo Jaime e Paulinho Moska. “Tivemos a oportunidade de fazer um espetáculo na rua com Aline Calixto, tocando samba no quarteirão fechado da Praça Sete. Muita gente teve ali o primeiro contato com a música orquestral”, comentou Cunha.
• Momento fofura
O fim do show foi marcado pela participação especial de Manuela, de 9 anos, uma das filhas de Fred Mayrink. Os dois cantaram “Fly me to the moon”. A menina conquistou a plateia de cara, dando boa noite a todos.E fez questão de fechar a apresentação, pedindo a palavra ao pai. “Espero que tenham gostado”, despediu-se Manuela.