Marca mineira de moda praia dá adeus ao mercado. Saiba por quê
Depois de 50 anos, a Cila encerra trajetória marcada pelo estilo e a beleza de suas coleções. Herdeiros da fundadora Cila Borges optaram por outras carreiras
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SIGA NOO mercado da moda perde mais um grande nome. Até fevereiro, a Cila, marca de beachwear, com 50 anos de mercado, encerra as atividades. Mas, antes que comecem as especulações, é bom deixar claro que não há relação com crise de mercado.
A decisão começou a se delinear há algum tempo, pelo fato de os filhos da empresária, Cila Borges, sucessores naturais da empresa, terem outras aspirações profissionais. A Cila está na memória afetiva de Belo Horizonte.
• FILHOS
Há muito tempo, Tetê Vasconcelos, responsável pelo estilo e marketing da marca, vem estudando e se aprofundando em cursos conectados com desenvolvimento humano e psicoespiritual. Ela está atuando profissionalmente, com sucesso, como astróloga védica.
Luiza Borges já havia feito a sucessão de gestão da sua marca, a Potti Romã Lingerie. Atualmente, além de empreender no segmento de turismo de cicloviagens pela GoOut Experience com o marido, Felipe Vilela, também está trabalhando no mercado de investimentos como consultora. Leonardo Vasconcelos sempre trabalhou com tecnologia da informação.
• DE OLHO NO FUTURO
Diante disto, veio a resolução de encerrar essa etapa nesse formato, com perspectivas de novos negócios futuramente. “Entendemos esse momento como mudança de ciclo e celebração dos 50 anos de uma marca que fez história em Belo Horizonte.
Temos todos os motivos para comemorar o êxito desse case de sucesso, que representa a Cila”, explica Cila Borges. O anúncio é feito em tom de celebração, já que a empresa conquistou respeito e admiração por seu estilo arrojado, colado nas tendências da moda e, bem longe do litoral, imprimiu um charme mineiro no modo de fazer maiôs e biquínis.
• MEMÓRIA
Os primeiros passos da Cila começaram no início dos anos 1970, acreditem, em uma época em que o biquíni, que já fazia sensação nas praias cariocas, era proibido nos clubes de Belo Horizonte. Foi quando Cila criou sua primeira peça: um modelo “engana mamãe”, que, visto por trás, era exatamente um biquíni, mas, na frente, contava com um paninho extra que ligava a calcinha ao sutiã e escondia o umbigo.
A peça se tornou um sucesso entre suas amigas e todas as meninas que frequentavam o Minas Tênis Clube queriam “um igual ao da Cila”. A produção começou em sua casa, no final dos anos 1960, autodidaticamente, na rua Vitório Marçola, e cresceu a ponto de o movimento incomodar a família. O resto é história. Um novo modelo de negócios está sendo formado na cabeça da empresária, que não pensa em se aposentar.
Essa história está toda digitalizada e ficará como fonte de aprendizado para as novas gerações: estudantes, pesquisadores, professores e empresários. A ideia é elaborar, futuramente, uma exposição e um livro sobre essa caminhada vitoriosa.
• SEMPRE-VIVA
Os admiradores da marca terão oportunidade de adquirir as peças da última coleção criada pela estilista Tetê Vasconcelos para o verão 2025, que se chama Sempre-viva e está nas araras da loja, na Savassi. O nome é bem emblemático, uma vez que a Cila se tornou um patrimônio da cidade, com clientes fiéis, que já estão na terceira geração.
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