O que é bom vai ficar melhor ainda a partir de março. O roteiro de “Aquele abraço”, espetáculo residente do Roxy Dinner Show, no Rio de Janeiro, ganhará novidades com a inclusão de músicas e cenas mineiras. Imagens foram captadas em São João del-Rei e Congonhas com foco no Barroco, ladeiras, obras de Aleijadinho e arquitetura das cidades históricas, além, claro, de Belo Horizonte.

 

 

“O trem é elemento importante para representar a viagem que sai da Bahia com desembarque em Minas Gerais”, resume o roteirista Leonardo Bruno. Ele não revela muitos detalhes sobre como tudo isso será apresentado. Só diz que a trilha terá músicas de Milton Nascimento, Clube da Esquina e do grupo de pagode Só Pra Contrariar, o SPC. Referências a Carlos Drummond de Andrade também estarão em cena.

 



 

• UM GRANDE ESPETÁCULO

Apesar de “Aquele abraço” ter estreado há quatro meses, novas cenas já estavam previstas, garante Leonardo Bruno. Segundo ele, a estrutura do espetáculo, que reúne 60 artistas, entre cantores, atores e músicos, conta com tela de 200 metros quadrados e palco com elevadores. Com direção de Abel Gomes e direção musical de Pretinho da Serrinha, “Aquele abraço” é uma viagem emocionante pelo Brasil por meio de imagens exibidas no telão, de encher os olhos, e cerca de 50 canções que passeiam pelos mais variados ritmos brasileiros. Os figurinos são de Leonardo Bora e Gabriel Haddad, carnavalescos da Grande Rio.


O show, de cerca de 90 minutos, começa logo após o jantar assinado pelo chef Danilo Parah. Serviço ágil, duas horas antes do musical. Instalada no antigo Cine Roxy, em Copacabana, a casa funciona de quinta a sábado, das 19h30 às 23h15, e domingo, das 19h às 22h45. A partir do segundo semestre, o chef executivo do restaurante vai oferecer novo cardápio.

 

 

• VIDA NOTURNA

 Alexandre Accioly, sempre circulando entre as mesas, está animado com o sucesso da casa. “Muita gente me diz que está adorando, voltando pela segunda vez. Todo mundo que vem aqui gosta muito. É um baita musical, uma superprodução”, afirma o empresário à coluna Hit. O investimento veio atender à demanda de turistas do exterior e do Brasil. Ano passado, o Rio de Janeiro recebeu 15 milhões de turistas, sendo 13,5 milhões brasileiros e 1,4 milhão de estrangeiros. O visitante fica, em média, três noites na cidade sem muitas opções noturnas, ao contrário do que ocorre de dia, com Cristo Redentor, praias, Pão de  Açúcar e museus.

 

 

Musical 'Aquele abraço' reúne 60 artistas no palco, em Copacabana

Tomás Rangel/divulgação

 

 

“O turista vai para bares e botequins e não tem mais o que fazer”, afirma o empresário. Todas as grandes capitais do mundo, observa Accioly, contam com equipamentos de entretenimento noturno para toda a família. “Em Paris, você tem o Moulin Rouge; em Nova York, a Broadway. Você vai para Buenos Aires, encontra o Senhor Tango e outras 10 casas do gênero.” Desde o início do projeto, ele pensa tanto no turista quanto no próprio carioca. “Roxy é uma casa para todo mundo”, diz. O investimento de R$ 67 milhões foi realizado pela Accioly Participações e DC Set Group.

 

 

Casario barroco foi filmado para ser exibido no espetáculo 'Aquele abraço', no Roxy Dinner Show

Roxy/Divulgação

 

 

• FREQUENTADORES

O espaço já conquistou os moradores de Copacabana, comenta Alexandre Accioly.
“Todos ficaram apaixonados pelo que foi feito, pois muitos conheceram o Roxy entre os anos 1940 e 1970”, diz. Nos anos 1990, o antigo cinema virou um complexo com três salas de exibição. O Roxy foi o último dos 17 cinemas de rua do bairro mais famoso do Rio de Janeiro. Não virou loja de departamentos graças a Accioly, que, em conversas com a família Severiano Ribeiro, dona do imóvel, salvou o prédio.

 

Roxy Dinner Show transformou o famoso cinema Roxy, de Copacabana, em imensa casa de entretenimento noturno voltada para turistas

Tomás Rangel/divulgação

 

• DESAFIOS

Entusiasmado com o empreendimento, Accioly tem dois desafios pela frente: mostrar que o Roxy não é casa de shows com atrações como Thiaguinho e Roberto Carlos, além de não ser clichê para turistas. “Mas isso, o boca a boca e o tempo vão ajustar”, comenta. O empresário sabe que depende do trade turístico. “O Roxy tem de ser vendido para o visitante quando ele começa a montar o pacote turístico. Isso leva tempo. Não tenho dúvida de que seremos destino obrigatório no Rio de Janeiro.”

 

Até o carnaval, haverá apresentações às quartas-feiras, exceto em 26/2, e domingo, das 19h às 22h45. No período da folia, a casa abre em 27 e 28 de fevereiro e de 1º a 4 de março. Mais informações estão no site roxydinnershow.com.br.

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