Flamengo e Atlético fazem o jogo mais esperado da 36ª rodada do Brasileirão. O rubro-negro, com 63 pontos, é vice-líder, com a mesma pontuação do Palmeiras, mas um saldo de gols inferior. O Galo está em quarto lugar, com 60 pontos, numa arrancada sensacional no returno, sendo a equipe que mais pontuou.
No banco, o duelo de dois inimigos. Felipão não suporta Tite, que o procurou, antes da Copa de 2022, mas ouviu de interlocutores que Felipão não queria conversa com ele. Em campo, um Flamengo reestruturado com a chegada de Tite, que eu acho fraco e que rebaixou o Galo em 2005, mas que pôs moral e deixou Gabigol no banco. Mudou a forma de a equipe jogar em relação ao fraquíssimo Sampaoli.
O time do Flamengo, considerado o melhor do país, joga sozinho se tiver o mínimo de organização e comando, e foi aí que Tite entrou. Como é retranqueiro, soube muito bem ajustar a defesa e o meio-campo. O talento de Arrascaeta, a definição de Pedro e Bruno Henrique, e a ascensão de Cebolinha, deram o molho que o time precisava.
Do outro lado um Atlético, que ficou nove jogos sem ganhar sob o comando de Felipão, que a torcida não queria ver nem pintado. Mas Rodrigo Caetano, o grande nome da direção alvinegra, o manteve e as coisas começaram a dar certo. Os atleticanos lamentam a derrota para o Cruzeiro e o empate com o América. Não fosse isso e o Galo seria líder, dependendo somente dele para ser campeão. Mas o “SE” não joga, e as outras equipes também tropeçaram, e muito.
Há uma rivalidade histórica e um ódio da torcida do Atlético contra o Flamengo, por causa daquele fatídico jogo em 1981, da Libertadores, quando o ex-árbitro José Roberto Wright meteu a mão no Galo, expulsando meio time. Os atleticanos não perdoam e odeiam o rubro-negro, como se Zico, Adílio, Leandro e Júnior tivessem culpa de alguma coisa. Sempre digo que os dois times, base da Seleção de 1982, se jogassem 10 vezes, teríamos 4 vitórias para cada lado e dois empates, pois o Galo também só tinha craques, como Cerezo, Reinaldo e Éder.
O Flamengo ganhou o Brasileiro de 1980 em cima do Galo. Eliminou o alvinegro na Copa União de 1987, depois de o Atlético ganhar os dois turnos e o Flamengo ter se classificado em segundo lugar. Coisas do regulamento esdrúxulo. É preciso reconhecer que se o Galo não tivesse sido tão prejudicado já teria faturado uns seis Brasileiros. A arbitragem foi cruel com o time mineiro, prejudicando-o muito. Lembram-se da decisão de 1999 contra o Corinthians? O lateral Índio meteu a mão na bola, dentro da área, como se estivesse jogando basquete, e o árbitro nada marcou. Em 1985, o então árbitro Luiz Carlos Félix não deu o gol de Reinaldo, contra o Coritiba, numa bola que passou mais de 1 metro da linha do gol. Uma vergonha. São lances que o torcedor não esquece e não perdoa. Em 2014, o Galo deu o troco em cima do Flamengo, metendo 4 a 1, no Mineirão, eliminando-o da Copa do Brasil, da qual se sagrou campeão. Enfim, há jogos históricos, como aqueles 6 a 1 do Atlético em cima do Flamengo, em Ipatinga.
Nesta quarta-feira, o Maracanã estará lotado e esperamos um grande jogo. Flamengo e Palmeiras têm sido protagonistas dos últimos 6 anos no futebol brasileiro. O Galo foi o grande dono do Brasil em 2021. Enfim, temos ingredientes, maiores que a rivalidade, para esperarmos um jogo de tirar o fôlego. E que vença o melhor, dentro das quatro linhas, sem interferência do árbitro ou do VAR. Que o maior vencedor seja o futebol e que as autoridades protejam os torcedores do bem de emboscadas ou brigas. E que tomem medidas preventivas quando aos chamados torcedores organizados. O que nós vimos em Brasil x Argentina foi vergonhoso. Cenas que rodaram o mundo e mostraram o nível de selvageria e barbárie que predomina na América do Sul e, principalmente no Brasil. Lembrem-se que como diz o Skank, nossa eterna banda mineira, “é apenas uma partida de futebol”.