Jogadores do Cruzeiro precisam unir esforços para tentar pelo menos uma vitória nos dois últimos jogos para afastar de vez o Z4 -  (crédito: Flickr do Cruzeiro/Divulgação)

Jogadores do Cruzeiro precisam unir esforços para tentar pelo menos uma vitória nos dois últimos jogos para afastar de vez o Z4

crédito: Flickr do Cruzeiro/Divulgação

Penúltima rodada do Brasileirão e o Cruzeiro ainda corre risco de rebaixamento. Não acredito em matemática, nem em projeções. Futebol não é ciência exata e se a bola não entrar na casinha, nada feito. Em 2009, o Fluminense, segundo os “matemáticos”, tinha 99,99% de chances de cair. Mas venceu cinco jogos e empatou dois, e não caiu. Não caiu porque botou a bola na casinha dos adversários, desmentindo os matemáticos.

Você não vê na Europa os jornalistas entrevistando matemáticos. Lá, vale a bola na rede e ponto. Com 45 pontos, o time celeste ainda pode cair, se não vencer nenhum dos dois jogos, a começar hoje, pelo Botafogo, e Bahia, Vasco e Santos vencerem seus últimos compromissos. Claro que será difícil o Vasco vencer Grêmio e Bragantino. O Bahia vencer o América e o Galo, e o Santos vencer Athletico-PR e Fortaleza.

Se o Bahia perder para o América, aí sim, mesmo com 45 pontos, o Cruzeiro estará garantido na elite, pois o time baiano só chegaria a 44 pontos em caso de vitória sobre o Galo. Acho que dos três – Vasco, Bahia e Santos –, um cai. Não vejo o Cruzeiro nessa briga.

Porém, é preciso que o time azul entenda a necessidade de, pelo menos, empatar com o Botafogo. Uma vitória seria o ideal, já que o alvinegro é o “maior cavalo paraguaio” já visto no futebol. Liderou o campeonato desde a terceira rodada e entregou o ouro no final. É como aquela “vaca holandesa que dá 100 litros de leite e chuta o balde”. O alvinegro ainda pode ser campeão, mas não depende somente dele.

O título está encaminhado para o Palmeiras, que se vencer o Fluminense chegará a 69 pontos e dificilmente será alcançado. Ainda que Flamengo e Atlético atinjam essa pontuação, o alviverde ganharia nos critérios de desempate, principalmente, saldo de gols.

O primeiro critério de desempate é o número de vitórias. Mas, se o Palmeiras vencer o Flu ficará com 20 vitórias. Se perder o último jogo para o Cruzeiro e Galo e Fla vencerem seus dois compromissos, terminariam todos com 69 pontos e o Porco seria campeão no saldo de gols. O Palmeiras tem hoje oito a mais que o Galo e 16 a mais que o Flamengo.

Um campeonato até emocionante, mas fraco tecnicamente, com pontuação baixíssima para o campeão. Em 2009 tivemos um campeão com a menor pontuação, o Flamengo, com 67 pontos. Em 2020, o Fla foi campeão novamente, com 71 pontos, Internacional em segundo, com 70, e Atlético Mineiro em terceiro, com 68 pontos. Todos bem longe de campanhas do próprio Flamengo em 2019, que fez 84 pontos, a maior marca até hoje, com 20 clubes.

Em 2015, o Corinthians foi campeão com 81 pontos. Vejam que a média cai a cada ano, o que prova o fracasso dos nossos dirigentes como gestores, e das equipes, mal treinadas e mal dirigidas. Não à toa, tivemos 11 técnicos estrangeiros nesse Brasileirão. Aviso há tempos que a safra de jogadores é ruim, que não trabalhamos mais a base dos clubes e que estamos fadados ao fracasso em Copas do Mundo.

O atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está moralizando a entidade, com transparência, gestão eficiente e trabalho, mas ele não é culpado pela péssima safra de jogadores e treinadores. Está apostando em Ancelotti, para junho de 2024, mas a imprensa espanhola já diz que o Real quer renovar com seu treinador até 2025.

Seguindo os passos de Mourinho, Ancelotti endossou: “Só mesmo um louco sairia do Real Madri, se o clube quiser mantê-lo”. No começo deste ano, havia dito: “O Real Madri é o maior time do mundo. Por mim, eu ficaria nesse clube para o resto da vida”. Portanto, vejo o técnico italiano cada vez mais distante do time canarinho. E, ainda que venha, não é sinônimo de títulos, já que quando dirigiu equipes menores na Europa não ganhou nada.

O Brasileirão terminará na próxima quarta-feira e não deixará saudades. Foi liderado por uma equipe modesta, o Botafogo, enquanto os outros estavam preocupados com a Libertadores, que teve o Fluminense como campeão. A medida que foram eliminados, “entraram” de verdade no Brasileirão e expuseram a realidade do time da estrela solitária.

Torci muito pelo Botafogo, mas não acredito mais nele. Acho difícil alguém tirar o título do Palmeiras e de Abel Ferreira.