Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, tem documento assinado com a CBF, sem valor jurídico, para assumir a Seleção Brasileira em junho -  (crédito: OSCAR DEL POZO / AFP)

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, tem documento assinado com a CBF, sem valor jurídico, para assumir a Seleção Brasileira em junho

crédito: OSCAR DEL POZO / AFP

A CBF, que está sob intervenção com o comando do presidente do STJD, José Perdiz, tem um papel assinado por Carlo Ancelotti assumindo o compromisso de treinar a Seleção Brasileira a partir de junho do ano que vem. A entidade também já havia alugado uma casa para ele, na Barra das Tijuca, cujo valor mensal é de R$ 12 mil. Acontece que Ancelotti vai renovar com o Real Madrid por mais dois anos, conforme publiquei com exclusividade na quarta-feira, no meu canal de YouTube e aqui neste espaço. Florentino Perez, presidente do clube merengue, o convenceu. O papel que ele assinou com a entidade não tem valor jurídico, já que ele tem contrato registrado na Fifa com o Real, e não pode assinar com ninguém, antes de janeiro. Ancelotti tem sim o desejo de treinar o time canarinho e já revelou isso a Roberto Carlos, diretor do time de Madrid. Porém, declarou que “gostaria de ficar no Real Madrid para sempre, pois é o maior clube do mundo”. Pelo jeito, vai se aposentar lá em 2026.

Saída de Ednaldo reforça Ancelotti

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi destituído do cargo na última quinta-feira, por questões políticas e irregularidade em sua eleição. O Tribunal de Justiça do Rio nomeou o interventor, José Perdiz, presidente do STJD, para que ele conduza a entidade pelos próximos 30 dias, e promulgue novas eleições. Como Ednaldo andava pra cima e pra baixo com a pasta, onde dizia ter o documento assinado por Ancelotti, com cópia do seu passaporte e tudo o mais, com sua saída do cargo, o próprio treinador, que já está acertado, verbalmente, com o Real Madri para mais duas temporadas, tem mais um motivo para recusar a Seleção Brasileira e assinar seu novo contrato com o clube merengue. Eu sempre duvidei da vinda de Ancelotti, pois ele jamais falou sobre o assunto.

Sarney e Zveiter

O novo pleito da CBF será realizado daqui a 30 dias e os nomes mais fortes para assumir a cadeira são os de Fernando Sarney, vice-presidente da entidade há décadas, e Flávio Zveiter, que também pertence ao grupo de Sarney. O “alto-comando” é quem vai decidir qual deles será o candidato. Ednaldo Rodrigues deve lançar a sua chapa, mas, pelas informações que tenho, não terá apoio de muitas federações. Segundo fontes, ele desagradou os dirigentes ao cortar viagens, ingressos e por não atendê-los ao telefone. Houve o caso de um vice ter ido a Montevidéu, para a final da Sul-Americana, ao hotel onde o presidente estava hospedado e não ser recebido por ele. Mesmo com os presidentes de federações formulando um documento de apoio a Ednaldo, na verdade tudo não passa de jogo de cena, pois tramam de forma diferente, nos bastidores. Reverter a sua destituição nos tribunais de Brasília será muito difícil. Portanto, só lhe restará concorrer na nova eleição, segundo fontes, com nenhuma chance de vencer.

Fifa joga para a torcida

A Fifa ameaça punir seus confederados, nos casos em que as entidades recorrem à Justiça Comum. Pode até suspender os times e seleções das competições internacionais. Porém tudo não passa de jogo de cena. Quando isso já aconteceu, a entidade, no máximo, aplicou uma multa financeira. Gianni Infantino, presidente da Fifa, é político e “boleirão”. Na quarta-feira, aqui em Miami, participou da pelada com os ex-jogadores, convidados para a cerimônia do sorteio da Copa América, que aconteceu na quinta-feira. Nem ele, nem o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, falaram sobre a destituição de Ednaldo Rodrigues, mas, para a Fifa e Conmebol, o novo interventor não tem representatividade. Para as duas entidades, Ednaldo ainda é o presidente e não reconhecem a sua saída do cargo. Infantino prega transparência e seriedade na gestão, mas está se perpetuando no cargo, sem dar chance de renovação na Fifa. Alternância de poder é sempre saudável.