Intervenção na CBF, que destituiu o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, é mais um capítulo da série de problemas que perturbam o futebol brasileiro -  (crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)

Intervenção na CBF, que destituiu o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, é mais um capítulo da série de problemas que perturbam o futebol brasileiro

crédito: MAURO PIMENTEL / AFP

A intervenção na CBF, na última quinta-feira, que destituiu o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, é só mais um capítulo da triste história que assola o futebol brasileiro e que nos pôs na lama nas últimas décadas. Não vou entrar no mérito da destituição, pois sou leigo no direito, mas o Tribunal que julgou a questão deu vitória aos autores da ação por entender que houve irregularidade na eleição de Rogério Caboclo, na sua destituição, e não dos vice-presidentes, eleitos com ele.

Claro que Ednaldo recorrerá a Brasília e até ao STF, mas, segundo fontes, será difícil reverter a decisão. Uma eleição será marcada pelo interventor, José Perdiz, presidente do STJD, no máximo em 30 dias. Ednaldo fazia um trabalho de resgate da entidade, com transparência e decência, mas teria desagradado seus pares, ao negar viagens, ingressos para jogos e não atendê-los nem ao telefone.

A verdade é uma só. O futebol brasileiro está inserido nos desmandos do país, com um presidente que saiu da cadeia para governá-lo, pela violência extrema, e por um salário-mínimo de fome. Uma pesquisa revelou que o salário-mínimo no Brasil deveria ser de R$ 6.500, mas os governantes jamais vão fazer isso para o povo, pois deixariam de “roubar” mais.

Sim, há políticos condenados por corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros desvios de conduta. A tal “rachadinha” virou uma prática entre alguns políticos, e parece que é uma coisa “normal”, pois a gente não vê nenhum deles na prisão. São corruptos pedindo que seus funcionários “doem” metade do dinheiro que recebem. Uma vergonha, imoralidade, corrupção deslavada. Se o MP quiser investigar, vai encontrar muitos políticos que usam dessa prática corrupta.

O povo deveria cobrar a aprender a votar. Peguem os bens de deputados eleitos ultimamente e vejam o que tinham, antes de entrarem para a política, e o que têm hoje. E investiguem seus “laranjas”, pois é sabido que a maioria põe os bens, adquiridos com a política, em nome de terceiros.

Voltando ao futebol, a queda do Santos provocou brigas na Vila Belmiro, carros de jogadores incendiados e uma facção indo ao CT cobrar do presidente do clube, como se fossem donos da instituição. São os “bandidos, travestidos de torcedores”.

O Campeonato Brasileiro, decidido somente na última rodada, teve nível técnico dos mais baixos da história e a pontuação do campeão, bem abaixo também. Mais de 40 técnicos demitidos ao longo da competição, ex-jogadores em atividade, ganhando fortunas, arbitragem caótica, inclusive com erros crassos do VAR, dispositivo criado para dirimir os erros.

A Seleção Brasileira empatou com a Venezuela, está atrás dela nas Eliminatórias, e perdeu três jogos de forma consecutiva, o que jamais havia acontecido. Perdemos, pela primeira vez, um jogo de Eliminatórias em nossa casa, e logo para a Argentina, que ganhou a Copa América em cima da gente, no Maracanã. Daniel Alves está preso, acusado de estupro, Robinho, condenado por estupro, está solto, e Anthony, investigado por suspeitas de espancar a namorada. São todos ou foram jogadores de Seleção Brasileira.

Esse é o retrato do nosso futebol, ainda o único pentacampeão mundial, mas com uma safra de jogadores bem ruim, exceto por Vini Júnior, Rodrygo e Endrick, esperanças para o Mundial de 2030, já que em 2026 não sentiremos o cheiro da taça, outra vez.

Técnicos estrangeiros desbancaram os “preguiçosos” técnicos brasileiros. O esquema de retranca, de “pega, mata a jogada, dá porrada”, linguajar dos treinadores brasileiros, não cola mais. O torcedor percebeu que os técnicos que vem de fora, e, principalmente Portugal e Argentina, têm outra metodologia mais eficaz e competente.

A CBF seu deu ao luxo de esperar, de forma utópica, por Carlo Ancelotti, por um ano. Técnico que não virá e que vai assinar renovação de dois anos com o Real Madrid. A chegada de Fernando Diniz, que pensa o futebol como gostamos, do toque, tabela, drible e gol, na Seleção Brasileira veio na hora errada, em que temos a pior safra da história.

As SAFs ainda engatinham e tenham um formato ideal no país. Enfim, não vejo uma luz no fim do túnel. Contrapondo a tudo o que citei, temos visto estádios lotados, o que indica a carência do povo brasileiro no quesito diversão. É, infelizmente, são fatos e contra eles não há argumentos! Estamos na lama, a deriva, sem perspectiva de uma reação a curto ou médio prazo. O único futebol pentacampeão do mundo agoniza!