Mais um domingo sem futebol, estádios fechados e os preparativos para o Natal indo de vento em popa. Hora de os clubes brasileiros repensarem o ano de 2023, quando tivemos um Brasileirão emocionante do ponto de vista da definição do campeão somente na última rodada, mas carente tecnicamente. O Palmeiras, octacampeão, fez apenas 70 pontos, a segunda menor pontuação da história dos pontos corridos, perdendo só para o Flamengo de 2009, que marcou 67 pontos.
Palmeirenses dirão “octa, não, dodecampeão”. É que o Brasileiro foi instituído em 1971 e, de lá para cá, Flamengo e Palmeiras ganharam oito vezes e o Corinthians, sete. A CBF homologou títulos anteriores, mas para quem entende de futebol e é coerente isso não existe, torneios não são campeonatos brasileiros. A própria entidade se contradisse ao escrever na taça conquistada pelo Atlético Mineiro, em 2021, 50 anos do Campeonato Brasileiro. Títulos conquistados com canetada não têm valor para quem enxerga o futebol com transparência.
O Flamengo teve um ano caótico. Trocou de técnico três vezes, depois de ter cometido a covardia de não renovar com Dorival Júnior em dezembro passado. Avisei que o clube não conquistaria nada, pois a justiça divina não falha. E não falou: o rubro-negro ficou só no “cheirinho”. O Corinthians foi um vexame até a rodada 36, quando escapou da possibilidade de rebaixamento. O Santos caiu, e o Vasco passou por maus bocados. O Cruzeiro escapou na penúltima rodada, e o Galo quase foi campeão, numa arrancada sensacional.
O Botafogo foi o grande “cavalo paraguaio”, pois, teve a taça nas mãos por 33 rodadas, mas refugou na reta final. Uma incompetência jamais vista! O dono da SAF, John Textor, detonou a CBF, disse que iria à Justiça comum, pois sua equipe foi prejudicada. Tolo. Os árbitros erraram contra e a favor porque são péssimos. Não são venais. O Botafogo precisava de 24 pontos para fazer 71 e ganhar a taça. Em 57 disputados, necessitava de 50% e não conseguiu, depois de campanha histórica no turno, com 47 pontos.
O Grêmio de Suárez ficou com o vice-campeonato, mostrando que Renato Gaúcho é mesmo um baita treinador. Levou o time da Segunda Divisão direto para a segunda colocação. Tudo isso, porém, é passado. Os clubes vão se reforçar, se reerguer e tentar fazer algo novo em 2024. Muitas especulações vão acontecer, mentiras e verdades serão ditas até que a nova temporada comece.
A Seleção Brasileira vai de mal a pior. A CBF não tem um presidente efetivo, já que é comandada pelo interventor, José Perdiz, que vai promulgar novas eleições. A Seleção está atrás da Venezuela, em sexto lugar, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Não tem técnico e está à deriva, sem um rumo, sem um norte!
Quando um ano se inicia, as promessas vêm, sempre de forma positiva. Quando as competições começam, pouca coisa muda. O velho e viciado futebol brasileiro agoniza. Realista que sou, vejo alguma chance de mudança se a CBF tiver em seu comando o jovem e talentoso Flávio Zveiter. Ele pode resgatar a CBF, torná-la respeitada novamente e dar um novo rumo ao futebol.
Que os clubes consigam se organizar e que seus dirigentes, a maioria amadora, se unam em prol de uma liga, deixando a vaidade de lado. A CBF tem que cuidar exclusivamente da Seleção. Os clubes devem gerir seus próprios destinos e estamos conversados. Funciona assim no mundo inteiro, e o Brasil precisa evoluir nesse quesito.
Férias
Entro em férias hoje, voltando em fevereiro, para minha 40ª temporada no Estado de Minas, privilégio para poucos. Feliz Natal e um Ano-Novo de bençãos e saúde aos meus leitores.