O recurso de Ednaldo Rodrigues no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para voltar ao cargo de presidente da CBF foi negado na manhã de ontem. Portanto, teremos eleições na entidade em 30 dias, a serem marcadas pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, nomeado interventor. Ednaldo Rodrigues vai se candidatar, mais uma vez, porém, deverá enfrentar um gigante, Flávio Zveiter, jurista conceituado, de família poderosa no Rio de Janeiro.
Flávio foi vice de Ednaldo, mas deixou a função por não concordar com a política imposta pelo mandatário. Agora, em lados diferentes, deverão disputar a eleição. Resta saber se os presidentes de federações e de clubes vão eleger alguém que não esteja entre seus pares.
A verdade é uma só: Flávio Zveiter, de 42 anos, é muito bem preparado, íntegro e poderá fazer um bem danado ao nosso futebol, que anda sem um norte. Precisamos resgatar o nome da entidade máxima do nosso futebol e recuperar o respeito pela única seleção pentacampeã do mundo.
Nosso time anda caindo pelas tabelas com jogos pífios e derrotas consecutivas. Não temos um treinador efetivo, e estamos à deriva. Para completar, o Campeonato Brasileiro teve um dos piores níveis técnicos da história.
Conheci Flávio Zveiter no hotel Fairmont, no Catar, quando estávamos reunidos à mesa com Roberto Carlos e outros amigos. É um jovem notável, que fala vários idiomas, muito bem preparado. Foi presidente do STJD, assim como o pai, Luiz Zveiter. Tive o prazer de entrevistar o Zveiter pai quando tinha meu programa no SBT/Alterosa. Um jurista consagrado, que tem a admiração de todos nós.
Acho mesmo que a CBF precisa respirar outros ares, com um jovem de ideias modernas e muita vontade de acertar. Flávio foi indicado pela Conmebol, em 2017, para integrar o Comitê de Ética da Fifa, sendo o primeiro brasileiro a ocupar o cargo. O futebol brasileiro precisa se modernizar, se reinventar e nada melhor do que um jurista conceituado e de prestígio para isso.
Claro que será uma batalha grande, pois os presidentes de federações e dos clubes não vão querer perder o poder. Porém, há uma exigência da sociedade de termos alguém mais bem preparado, que trafegue bem em todas as áreas, que tenha uma mentalidade vencedora e que entenda o que é a CBF e sua importância no cenário mundial. A entidade perdeu poder e hoje não apitamos mais nada na Fifa. Já fomos muito respeitados nas épocas de João Havelange e Ricardo Teixeira, os dois juntos deram os cinco títulos mundiais ao Brasil, mas, hoje, o presidente Gianni Infantino zomba da gente. A representatividade chegou à estaca zero, e precisamos reconstruir pontes, que nos tragam respeito das outras confederações.
Flávio Zveiter tem meu total apoio, assim como também teria o nosso Castellar Guimarães Neto, outro grande jurista, formado pela Sorbonne, da França, respeitadíssimo na Fifa. Assim como Flávio, Castellar fala vários idiomas e tem um trânsito muito bom entre os seus pares. Temos uma geração brilhante que pode mudar os rumos do nosso futebol e nos tornar vencedores novamente.
Em no máximo 30 dias conheceremos o novo presidente da CBF e esperamos que Flávio Zveiter assuma a cadeira pelos próximos quatro anos. Alternância de poder é sempre saudável e termos alguém que não faz parte de nenhuma federação ou clube, mas que conhece muito bem o direito desportivo e o próprio futebol brasileiro, só vai nos engrandecer.
Que os dirigentes entendam a necessidade de termos um jovem no comando do nosso futebol. Jovem, mas com a experiência dos grandes presidentes. Talentoso e disposto a dar um novo rumo ao esporte mais popular do planeta e amado pelo povo brasileiro.
A Seleção Brasileira precisa de uma nova cara e a CBF também. Que Flávio Zveiter seja eleito e que possamos vislumbrar dias melhores para o nosso futebol.