Bati um papo com meu amigo Dorival Júnior, no sábado. Liguei para ele e disse que discordava de sua colocação de que Neymar estava entre os três melhores jogadores do planeta bola, e que considerava o atacante um “ex-jogador em atividade”, além de dizer a ele que não ficasse refém de Neymar, assim como Tite ficou durante seis anos, e Fernando Diniz, em seis jogos, pegando, inclusive, carona no helicóptero de Neymar. Dorival foi taxativo: “Jaeci, você me conhece há tempos. Quando eu convocar o Neymar, que eu acho um grande jogador, vou me trancar numa sala com ele e dar as diretrizes. Direitos e deveres. Se ele quiser se enquadrar, vou recuperá-lo para a Seleção. Mas, comigo, ninguém terá privilégios”. Então falei com ele sobre Vini Júnior, Rodrygo, Endrick,Vítor Roque, essa safra de qualidade que surgiu. No domingo, após Real Madrid 4 x 1 Barcelona, com três gols de Vini Júnior e 1 de Rodrygo, mandei mensagem: viu o jogo, Júnior? É assim que o chamo, carinhosamente. E ele respondeu: “vi e gostei muito”.
Dorival Júnior chegou ao cargo mais desejado do país por seus méritos, seriedade e competência. Foi covardemente demitido do Flamengo, pelos incompetentes Braz, Landim e Spidel, depois de ganhar a Libertadores e a Copa do Brasil, e arrumar o time em apenas sete meses. Foi para o São Paulo e ganhou a Copa do Brasil, pela terceira vez. Enquanto o rubro-negro ficou só no “cheirinho”, sem ganhar nada na temporada. É verdade que Dorival foi demitido do Santos, em 2012, por causa de Neymar, que o mandou para aquele lugar, sendo insubordinado. A diretoria do Peixe optou pelo jogador. Mas, como o coração que tem, Dorival já perdoou o então garoto e fez as pazes sem, segundo ele, ficar nenhuma rusga. Mas, recentemente, em Cuiabá, Neymar xingou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, de tudo o que é nome, o que mostra que ele não se emendou. Continua desrespeitando as pessoas, regras e normas. Se tiver esse comportamento, quando for chamado por Dorival, será fim da linha para ele na Seleção.
Há muito que Neymar virou celebridade, esquecendo do futebol, do campo, da arte, da tabela do gol. Se ele quiser realmente jogar, talento ele tem, mas se continuar do jeito que está, só vai confirmar o que penso dele: um “ex-jogador em atividade”. Em seis anos de PSG, jogou apenas 174 jogos, e agora, pelo time árabe, ganha R$ 500 milhões por temporada, e não jogou nem 10 partidas, pois se machucou gravemente. Mas ele jamais pensou em fazer um acordo para aliviar o prejuízo do clube. E Jorge Jesus, técnico invicto há 20 jogos e líder do Campeonato Árabe, disse que Neymar não está fazendo a menor falta. E não está mesmo. Neymar será o jogador brasileiro mais rico do Planeta sem nunca ter sido eleito o número 1 do mundo, jogando pouco e sendo coadjuvante. Realmente esse cara nasceu com a “buzanfa” virada pra lua. Cerezo, Zico, Falcão tinham um salário anual equivalente a 300 mil dólares quando jogavam na Itália. Vejam bem: por ano. Hoje, qualquer jogador mediano, ganha 5 milhões de euros por temporada. O futebol caiu em qualidade, mas os caras não estão nem aí. As cifras são astronômicas e enquanto tiver “otário” para pagar, os jogadores vão se deliciando, embora entreguem muito pouco.
E vale lembrar que os jogadores brasileiros estão queimando o filme lá na Europa: Gérson, Gabigol, Gustavo Scarpa, que fracassaram por lá, ganham fortunas no Brasil, e o pior é que o futebol deles para o país tupiniquim ainda serve. Na Europa são bagaços, no Brasil, laranjas. O nível do nosso futebol está na lama, é o pior possível, e a Seleção Brasileira, em sexto lugar nas Eliminatórias, atrás até da Venezuela, é o grande reflexo disso. Enquanto tivermos técnicos reféns de Neymar, o Brasil será esse fiasco. Como conheço muito bem o Júnior, o título desta coluna está perfeito: ou Neymar se enquadra nas regras do novo comandante, ou não terá espaço na Seleção. Sei que a geração Nutella vai protestar, pois não viu o verdadeiro futebol brasileiro. Já a minha geração e a um pouco mais nova vão aplaudir, pois de gente velha e mimada como Neymar estamos todos de saco cheio. Criança mimada já é um porre, imaginem um cara de 32 anos, com comportamento egoísta, fútil e infantil?
The Best foi vergonha
Ao dar o oitavo prêmio The Best do ano a Lionel Messi, a Fifa caiu em descrédito, a ponto de os apresentadores da festa, principalmente o ex-atacante francês Tierry Henrry, pegar o troféu para si, fazendo uma brincadeira, já que nem Messi, Mbappé ou Halland, os indicados, não foram à festa. Parecia um jogo de cartas marcadas. O francês e o norueguês, um deles, merecia ganhar. Messi, como muito bem disse o público, é o “queridinho da Fifa”, e isso é uma vergonha para o esporte mundial. Os outros sete prêmios foram supermerecidos, mas o de segunda-feira, um escárnio. Parabéns ao jovem brasileiro Guilherme Madruga, que ganhou o Prêmio Puskas, pelo golaço de bicicleta que marcou em 2023.