Torcedores de Coritiba e Cruzeiro brigam no gramado do estádio Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro de 2023 -  (crédito: Agif/Folhapress – 11/11/23)

Torcedores de Coritiba e Cruzeiro brigam no gramado do estádio Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro de 2023

crédito: Agif/Folhapress – 11/11/23

 

O ataque ao ônibus do Fortaleza, numa emboscada feita por bandidos, “travestidos de torcedores” do Sport, não foi um caso isolado. Um dos bandidos jogou uma bomba no ônibus, que feriu seriamente alguns atletas, mas poderia ter matado alguém. Eles não estão nem aí. Sabem que no país da impunidade “podem tudo”. Ano passado ou retrasado, não me lembro bem, uma facção organizada do Cruzeiro emboscou outra facção organizada do Palmeiras, na Rodovia que liga Minas a São Paulo, e o pau quebrou. Eles mesmos gravaram imagens de agressão a um chefe da facção palmeirense, que teve a vida poupada, a pedido dos próprios rivais. Ano passado, no Clássico entre Flamengo e Botafogo, que seria disputado no Engenhão, um torcedor enfiou o espeto de churrasco no outro torcedor do time rival e o matou. No jogo Palmeiras x Flamengo, ano passado, no Allianz Parque, uma jovem foi assassinada ao receber estilhaços de uma garrafa jogada por um “torcedor” do Flamengo, que, aliás, vai a júri popular. Nunca saiu da minha cabeça num jogo entre Athletico-PR e Vasco, em Curitiba, a briga entre as facções rivais, e um pai encostado na grade, protegendo seu filho. Enfim, são cenas recorrentes, de norte a sul do país, que correm o mundo e nos envergonham. Alguém já esqueceu a imagem do torcedor cruzeirense, inerte, provavelmente já morto, sendo agredido por atleticanos com um cavalete usado como arma, na Nossa Senhora do Carmo, há alguns anos? Nesse caso os culpados foram presos e cumpriram ou ainda cumprem a pena.


Vejam que, mesmo alguns bandidos sendo presos e condenados, a situação não mudou. O que a gente mais percebe são esses caras cobrando de jogadores e dirigentes em CTs, aeroportos ou até mesmo em motéis. Lembram-se do Luan, que jogava no Corinthians e foi interpelado com sua turma no motel de São Paulo, levando uns tapas e sendo ameaçado de morte por um dos caras com revólver em punho? Pois é, a sociedade de bem pergunta: “eles foram presos, punidos ou julgados? De jeito nenhum. Ficou o dito pelo não dito. Dizem alguns que nessas facções há gente do bem. Será mesmo? O que a gente vê é justamente o contrário. Eles torcem para as facções e não para os clubes.


As autoridades e os dirigentes, de pés e mãos atados, jogam a sujeira para debaixo do tapete e “fingem” que nada acontece, com medidas esdrúxulas. Uma delas o jogo com torcida única. Ora, meus amigos e minhas amigas, o ato terrorista acontecido na estrada que liga Fortaleza ao Recife não tinha torcida rival, apenas terroristas, pois que joga bomba nos outros não passa de um criminoso cruel, dispostos a matar alguém. Parece que os bandidos já foram identificados. Será que irão presos, serão julgados e vão pegar 30 anos de cadeia? Duvido! Quando você joga uma bomba em alguém, você o faz para matar, é sim tentativa de homicídio e o ato é terrorista. O STJD vai punir o Sport com jogos sem torcida, mas e os criminosos, vão ficar impunes?


É isso que o povo brasileiro e o torcedor de bem não suporta e aceita mais. É sabido que a violência no país chegou a níveis estrondosos e que algo precisa ser feito de forma urgente. Os estádios estão cada vez mais cheios, o que prova a carência do povo no quesito diversão. Porém, o que era diversão virou uma praça de guerra. Quando não é no estádio ou imediações, as gangues marcam pontos de encontro para matar ou morrer. Uma geração que parece perdida, dominada pelo ódio gratuito, só porque o outro usa uma camisa diferente e torce para uma agremiação diferente. Vivemos numa sociedade doente. O ser humano não deu certo, definitivamente. Infelizmente a gente constata que a cada ano vai perdendo uma batalha para os bandidos, “travestidos de torcedores”, e confesso que essa guerra nós já perdemos. Quantas vidas foram ceifadas em nome do “futebol” ao longo das últimas décadas? Dezenas, centenas, milhares? Sorte tem a minha geração e a posterior, que tem em média 45 anos. Nós sim, vivemos a melhor fase do futebol brasileiro, nas arquibancadas, no campo de jogo, com dois craques por posição em cada equipe. A geração, que eu chamo de “Nutella”, se perdeu no tempo e no espaço e se mostra cada vez mais violenta e decidida a acabar com o prazer pelo esporte mais popular do país. Nosso futebol está na lama e com um percentual muito grande de culpa desses bandidos, que vão aos estádios dispostos a matar ou morrer! Com a palavra alguma autoridade que possa proteger os torcedores do bem e por na cadeia os do mal!