A CBF reconheceu os erros dos árbitros que apitaram Corinthians x Atlético, Vasco x Grêmio e Atlético-GO x Flamengo. Os assopradores de apito vão “reciclar” e estarão prontos para novas lambanças, em breve. Não os acho venais e sim péssimos, fracos, sem condições de dirigir partidas dessas grandezas.
Os maus árbitros são Yuri Ferreira da Cruz, que apitou o jogo do Galo, Flávio Rodrigues de Souza, que apitou o jogo do Vasco, e André Luiz Skettino, que apitou o jogo do Flamengo. Guardem bem esses três nomes, pois eles estão serão personagens, negativos, de vários jogos, pois o Brasileirão está apenas na sua segunda rodada. E se bobear, serão escolhidos para apitar Libertadores e Copa do Mundo. A CBF premia os péssimos árbitros, como fez com Wilton Pereira Sampaio, pondo-o no Mundial do Catar, e ele só fez lambança.
Fiz uma live com o maior árbitro que já tivemos, Arnaldo Cezar Coelho, e um dos melhores de todos os tempos, no meu canal de Youtube, JaeciCarvalhoEsportes, na segunda-feira. Arnaldo foi taxativo: “o VAR chegou para enriquecer os donos dos equipamentos, e todos que trabalham em torno dele. Há vários árbitros escalados para o VAR que ganham uma nota e continuam a errar, Brasil afora. Eu avisei, quando criaram esse dispositivo, que os árbitros iriam se omitir e não assumir mais nada. É o que acontece. Quem apita no Brasil é o VAR, diferente da Europa, onde o dispositivo só entra em último caso. Os árbitros lá têm moral e se impõe. Os bandeirinhas, hoje, são peças decorativas. Se você puser o sorveteiro, o vendedor de bala ou de pipoca ali estará de bom tamanho, já que quem define impedimento ou qualquer outra coisa é o VAR. O cara entra impedido, com três metros à frente do defensor, dribla o goleiro e faz o gol. Somente aí o bandeira ergue seu bastão. Isso é ridículo, uma piada”.
O árbitro que apitou a final da Copa do Mundo de 1982 e ergueu a bola como um troféu foi além. “Jaeci, os árbitros hoje não entram na área, têm medo. Apitam de longe e isso dificulta o trabalho. Muitas das vezes, o pênalti ou a jogada acontecem na cara deles, mas se omitem, esperando o VAR chamar para ir ao monitor e confirmar. Isso é não assumir responsabilidade. Eu saí várias vezes, de camburão, 3 ou 4 horas depois de o jogo acabar, porque na minha época nós assumíamos acertos e erros. Hoje ninguém assume mais nada. É muito cômodo”.
Perguntei a ele se não seria importante profissionalizar os árbitros brasileiros: “Eles já são profissionais. Os caras ganham R$ 5 mil por jogo. Se apitaram 8 jogos por mês, serão R$ 40 mil por mês, quem ganha isso no Brasil? Isso é mais do que ser profissional. Os caras do VAR, então, ganham R$ 3 mil por jogo, para ficar numa sala com ar-condicionado, traçando linhas e cagando regras”. Arnaldo não quis falar especificamente sobre os erros crassos da primeira rodada do Brasileirão: “falo no geral, pois não sou mais comentarista de arbitragem e só fiz a live com você porque é um grande jornalista e um amigo há 30 anos. Estou com 82 anos. Quero descansar com minha família e curtir o resto de vida que me resta”.
Arnaldo Cezar Coelho por até ter saído de camburão, mas não há um lance crasso em que tenha errado e dado o título para uma equipe: “isso é verdade. Apitei durante 30 anos e nunca tive um erro gigantesco, que definisse um campeonato. Fui convidado várias vezes pela Fifa e CBF para assumir a comissão de arbitragem, mas sempre recusei. Quero tranquilidade com minha família”.
A verdade é uma só: teremos hoje a segunda rodada do Brasileirão e não há dúvidas de que os erros vão persistir. Quando o chefe da arbitragem não tem uma história forte no futebol, realmente não se pode esperar muito. Seneme foi um árbitro mediano e não merece estar no cargo. Pelo começo, teremos muitos problemas no decorrer do Brasileirão.
Árbitros mal preparados, fracos e péssimos. Uma reciclagem que não acrescenta nada e desculpas esfarrapadas. Um bom árbitro não precisa de VAR para expulsar o Fagner pela entrada criminosa em Zaracho, não marcar pênalti em Bruno Henrique, porque não existiu, e não marcar a penalidade clara contra o Vasco. Qualquer árbitro, mais ou menos, não teria cometido os erros crassos que os três citados no começo desta coluna cometeram. Eu não acredito na pior arbitragem do mundo, a brasileira, e você?