Galo e Raposa se reencontram na Arena do alvinegro, onde ele ainda não conseguiu bater seu rival. O empate no jogo de ida da final do Mineiro foi o máximo que conseguiu, depois de duas derrotas no lombo, que fizeram os torcedores azuis criarem a frase “arena meu rival venceu”. Acho que esse tipo de gozação é saudável e o futebol vive disso. Desde que não haja agressão e desrespeito, faz parte. Curiosamente, depois da segunda rodada, o Cruzeiro, que preocupa todos nós pelo fraco grupo que tem, está com 4 pontos, uma vitória e um empate. Já o Galo, com 2 pontos, com dois empates contra Corinthians e Criciúma. Lembrando que os pontos perdidos para o time catarinense são irrecuperáveis, pois não há dúvidas de que a equipe que subiu nesta temporada vai brigar na parte debaixo da tabela. Portanto, um empate para o time azul, hoje, será um excelente resultado, pois somaria um ponto importante e manteria o rival abaixo dele.
O brilhante advogado Raimundo Cândido Neto, cruzeirense e candidato à presidência da OAB, está animado com o começo de sua equipe. Não estará no campo do adversário, hoje, mas, com certeza, vai assistir ao jogo pela tevê. Aliás, é uma vergonha dirigentes fazerem acordos para que não tenhamos torcida mista nos próximos dois anos, no clássico. Isso é prova da ineficiência deles, pois a Polícia Militar sempre dá garantias, e sabemos que a PM de Minas Gerais é a melhor do Brasil. É muito cômodo jogar a sujeira para debaixo do tapete e que os torcedores se “danem”. Os dirigentes vão estar em seus camarotes, tranquilos. Na final do Mineiro, por exemplo, ficou ruim, pois não havia torcedores alvinegros no Mineirão. E os jogadores comemoraram somente entre eles, pois as arquibancadas ficaram vazias com a saída dos torcedores azuis. Sou a favor de clássico com as duas torcidas e sem as facções. Torcida é o anônimo, que paga ingresso para ver seu time jogar. Facções não são bem-vindas nos estádios, pois elas têm sujado o nosso futebol com violência e morte.
O Campeonato Brasileiro começou com os mesmos erros dos anos anteriores. Árbitros ruins, com erros crassos, que mudam o destino da pontuação, gramados horrorosos, equipes mal preparadas, com nível técnico baixíssimo. É o que temos por essas bandas, desde que sucatearam as divisões de base, num trabalho amador e sem resultado. Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Fluminense ainda revelam jogadores de qualidade. As demais equipes andam muito mal nesse quesito. O Cruzeiro, por exemplo, revelou Vítor Roque e Estevam, ambos negociados, que segundo o empresário André Cury, juntos, valem R$ 1 bilhão. E saíram da Toca por quantias irrisórias, mostrando a incompetência de quem os liberou. O Galo vendeu Savinho, também barato, e o City já está recrutando sua “joia”. Falta visão aos dirigentes e mais conhecimento de futebol. No caso de Vítor Roque, já no Barcelona, o Athletico-PR deitou e rolou, pois pagou a multa de R$ 23 milhões e o revendeu por uma fortuna ao clube catalão. Quem vai arcar com esse prejuízo que o Cruzeiro levou?
Voltando ao clássico desta noite, aliás, que horário horrível para um jogo tão importante, por quê não domingo, às 16h? Espero que tenhamos um jogo de alto nível, com as equipes procurando o gol e não se defendendo tanto. A melhor defesa é o ataque, portanto, o que o torcedor vai esperar é um jogo mais aberto e pra frente. Chega de retrancas, de tantas bolas tocadas para trás. Futebol é bola na rede e quanto mais perto do gol adversário você estiver, mais suas chances de gols aumentam. Tenho gostado do começo de Gabriel Milito, mas ainda é muito cedo para conclusões. Não acho que o Galo tem esse time forte que todos dizem, mas está acima da média dos demais concorrentes, exceto Palmeiras e Flamengo. Já o Cruzeiro, também com técnico novo, Fernando Seabra, tem a vantagem de ele conhecer os jogadores e de valorizar alguns da base. Também é cedo para empolgação, já que todos entendemos que o time precisa de quatro reforços de alto nível. Há uma máxima no futebol de que, em clássico, as equipes se superam. Portanto, hoje vou ficar em cima do muro e não me atrever a apontar um vencedor. Que vença o melhor futebol.