Goleiro Cássio é a primeira contratação de Pedro Lourenço como dono da SAF do Cruzeiro -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Goleiro Cássio é a primeira contratação de Pedro Lourenço como dono da SAF do Cruzeiro

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Há dois meses, o torcedor cruzeirense (e são 14 milhões espalhados pelo mundo) estava desiludido, sem perspectiva e sabedor de que seu time iria brigar para não cair, tamanha a falta de ambição e dinheiro para investir do ex-dono Ronaldo Fenômeno, um gênio nos gramados, mas um gestor muito fraco.

O sonho do torcedor se concretizou mais rápido do que ele próprio imaginava, e Pedro Lourenço, o Pedrinho, dono do Supermercados BH, comprou os 70% das ações da SAF que pertenciam a Ronaldo, já que ele havia comprado 20% ano passado. Seu objetivo é de taças e títulos, DNA do Cruzeiro, ele não está preocupado em ganhar dinheiro com o clube que ama, e sim em investir em jogadores para estar onde o time sempre esteve: na ponta, buscando conquistas.

O primeiro grande nome já chegou. O goleiro Cássio, novo “Paredão Azul”, como já o batizei, será o dono da meta azul nos próximos três anos. Um goleiraço, campeão da Libertadores e do mundo com o Corinthians, clube que defendeu por 12 anos e meio, e saiu humilhado pela diretoria.

Azar do Timão, que perde o segundo melhor goleiro do Brasil – já que, na minha visão, Fábio, agora “Paredão Tricolor”, é o número 1. Curiosamente, Fábio também foi mandado embora por Ronaldo sem sequer ser ouvido. Um ídolo que defendeu as cores do Cruzeiro por 17 anos, com quase mil jogos.

 

 

Os dois goleiros viveram situação semelhante por irresponsabilidade de quem comandava as equipes. Há “males que vem para o bem”, e Fábio ganhou no Flu o título que lhe faltava: a Copa Libertadores. Quem sabe Cássio não vai ganhar no Cruzeiro outra Libertadores?

Mas Pedrinho não vai parar por aí. Ao lado do filho, Pedro Júnior, vai buscar mais jogadores de nível. O zagueiro Mina, colombiano, excepcional, está na mira, além de outras peças importantes. Para o ataque, a torcida sonha com Gabigol, em litígio com o Flamengo; Roni (Palmeiras), Roberto Firmino, Cavani e Romarinho. Todos atacantes consagrados, que poderão ajudar o time azul nas conquistas com as quais sonha.

Com mais um volante e um lateral, acredito que o Cruzeiro estará pronto para disputar a taça, antes projeto inimaginável. Bastou entrar um dono, verdadeiramente cruzeirense, bilionário e visionário, para a casa começar a se ajustar. Como Pedrinho mesmo disse, o Cruzeiro não é dele e sim da torcida, pois ele é um torcedor de frequentar o estádio, sorrir e sofrer.

Esse tipo de SAF é a mais importante. Gente que gosta do clube, que ama de verdade, que só pensa em taças. Já os que pensam em lucro, acabam se dando mal.

Mesmo sendo cruzeirense e dono do clube, Pedrinho já avisou que não vai deixar de patrocinar o rival, Atlético Mineiro, com o patrocínio do Supermercados BH. Isso mostra seu profissionalismo e sua qualidade. Ele não mistura o clube com sua empresa, que fatura R$ 17 bilhões por ano, sendo a quinta rede de supermercados do país, a número 1 das Minas Gerais. Aliás, Pedrinho patrocina vários clubes, em Minas e no Espírito Santo, e atletas de várias modalidades.

Enfim, o Cruzeiro mudou de patamar em pouco tempo e poderá colher frutos que nem imaginava. E não se iludam: Pedrinho e seu filho vão olhar tudo, ficar por dentro de tudo, de negociações, de valores, não haverá como ninguém tirar vantagem financeira do Cruzeiro. O clube tem dono, um cara sério, transparente e ético, que não se furta a dizer o que pensa, doa a quem doer. Quem não andar na linha, estará fora. E que bom ver meu amigo Edu Dracena de volta ao Cruzeiro, profissional dos mais gabaritados, vencedor e cruzeirense sim. Eu diria que o Cruzeiro mudou da água para o vinho, em tão pouco tempo.

Que os ventos soprem favoráveis pelos lados da Toca 2, que vai se chamar CT Pedro Lourenço tão logo esteja toda remodelada, numa justa homenagem, e que o Cruzeiro continue representando o estado de Minas Gerais, nacional e internacionalmente, como o grande clube que o projeta.

Com seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros, duas Libertadores e duas Supercopas (competição em que disputavam só os campeões da Libertadores), esse gigante renasceu das cinzas. Foi jogado aos leões, sobreviveu, deu a volta por cima e hoje já volta ao patamar em que sempre esteve.

A China Azul diz muito obrigado a Pedro Lourenço e tem o compromisso com ele de chegar aos 200 mil sócios ainda neste ano. Que bom ver esse gigante do nosso futebol, no seu devido lugar, buscando taças e títulos.


TONI KROSS

O alemão que joga de “smoking”, tamanha sua classe e elegância anunciou aposentadoria após o fim da Eurocopa. Aos 34 anos, campeão do mundo depois de aplicar 7 a 1 no Brasil (quando marcou dois gols) e cinco vezes campeão da Champions League – vai em busca da sexta conquista, em Wembley –, não se rendeu aos petrodólares dos árabes. Ele declarou que não jogará num país onde os direitos humanos não são respeitados e que vive numa ditadura. Tem minha admiração como gênio da bola e como homem de caráter. Sem ele, o futebol, que anda carente, vai ficar mais pobre no planeta bola!