-  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

O maior vexame da história do esporte mundial, e não apenas do futebol, aconteceu no dia 8 de julho de 2014, no Mineirão, na semifinal da Copa do Mundo no Brasil. A Alemanha nos aplicou impiedosos 7 a 1, e ainda tirou o pé, pois tinha caixa para 12. Dez anos depois e o futebol brasileiro continua repatriando a turma que nos envergonhou. Dos titulares, Júlio César e Maicon se aposentaram. David Luiz joga no Flamengo, Dante (Alemanha), Marcelo (Fluminense), Fernandinho (Athletico-PR), Luiz Gustavo (São Paulo), Paulinho (Corinthians), Bernard e Hulk (Atlético) e Fred se aposentou. Oscar está na China, mas quer voltar ao Brasil. Vejam, senhoras e senhores, quantos jogadores daquele vexame ainda jogam, e alguns muito bem, no nosso futebol. O que prova duas coisas: primeiro, que estamos na lama ao repatriar esses atletas, ganhando fortunas. Segundo que ao repatriá-los, não damos chances aos jovens da base de assumir vaga no time profissional. O futebol brasileiro caminha na contramão da história.

Kaio Jorge até 2029

O Cruzeiro anunciou e já recebeu o atacante Kaio Jorge, revelado pelo Santos, que não teve boa passagem pela Juventus, onde se contundiu no joelho, com gravidade, ficando 16 meses parado, e depois foi emprestado a um time pequeno da Itália. Aos 22 anos, ele é uma promessa e uma aposta. Não é uma realidade como seriam Gabigol, Roberto Firmino e outros atacantes já consagrados no futebol. Uma aposta cara, que pode ou não dar certo. O Cruzeiro se projeta para reforçar a equipe visando ganhar o Brasileirão deste ano. Vale lembrar que será preciso se manter entre os ponteiros e esperar a janela abrir, em julho, para registrar os contratados. Se Mina optar por jogar no Brasil, não tenho dúvidas de que virá para o Cruzeiro. Se quiser ficar na Europa, e parece que já há propostas, o time azul terá de buscar um outro grande zagueiro. Mina, além de arrumar a zaga, daria segurança a um jovem zagueiro, criado na base, João Marcelo, por exemplo.

O povo brasileiro paga

O ministro da Suprema Corte, Dias Tófoli, esteve na final da Champions League, em Wembley. Porém, os jornais publicaram que o segurança que o acompanhava custou R$ 39 mil ao povo brasileiro, que foi quem pagou as diárias, segundo divulgação da imprensa, para que ele acompanhasse o ministro. É preciso saber também se Tófoli comprou o ingresso ou ganhou de algum empresário? Não fica bem para um ministro do STF receber agrado de quem quer que seja. Aliás, a Champions League tem atraído vários políticos brasileiros. Desde que viagem e comprem seus ingressos sem depender do dinheiro do povo ou de favores de empresários tá tudo certo. Quando comecei a cobrir a competição em 2006, na França, final entre Barcelona e Arsenal, poucos jornalistas brasileiros se interessavam pela competição. De uns tempos para cá, todos se renderam ao melhor jogo do Planeta Bola. Tófoli deve uma satisfação ao povo brasileiro.

“Mineirão Toca 3”

O Cruzeiro tem o desejo de ser o dono do Mineirão, que a torcida chama, carinhosamente, de “Toca 3”. A coisa não é tão simples assim. Primeiro, o estádio tem um dono, que pagou por ele, e tem contrato até 2037, se não me engano. Será preciso muita conversa, habilidade e dinheiro para que o clube azul realize o sonho da torcida. Pedro Lourenço, novo dono do Cruzeiro, sabe muito bem disso, mas como é bem quisto e tem excelente relacionamento com todos, ele deverá conversar com o governador e com os representantes do Minas Arena para ver a possibilidade, ainda que aconteça a longo prazo. O Cruzeiro não precisa construir um estádio, já que ganhou seus grandes títulos no Gigante da Pampulha. Flamengo e Fluminense acertaram com o governo do Rio a gestão do Maracanã, por 20 anos. Quem sabe o Cruzeiro possa seguir o modelo e fazer o mesmo?