Sempre que digo que o Cruzeiro é o clube que mais divulgou Minas Gerais para o Brasil e para o mundo, no que diz respeito a taças nacionais e internacionais, recebo um monte de xingamentos de atleticanos, que não aceitam a verdade. Vamos fazer alguns paralelos no Brasil.
O São Paulo é o time que mais divulga o seu estado. Nas décadas de 1960 e 1970 era o Santos de Pelé, bicampeão mundial, mas os tempos mudaram e o peixe ficou muitos anos na fila. Palmeiras e Corinthians também têm conquistas históricas e por aquelas bandas a coisa anda meio dividida, pois Santos, Palmeiras e São Paulo têm três Libertadores.
O Corinthians tem oito brasileiros, o Palmeiras 12 (quatro na caneta). No Rio de Janeiro é o Flamengo, tricampeão da Libertadores, oito vezes campeão brasileiro e quatro da Copa do Brasil. No Rio Grande do Sul, o Grêmio leva pequena vantagem sobre o Internacional, pois têm três Libertadores, contra duas do rival.
Em Minas Gerais o Cruzeiro tem duas Libertadores, conquistadas em 1976 e 1997, além de ter chegado a quatro finais, perdeu a de 1977 para o Boca e a de 2009 para o Estudiantes. Ganhou seis Copas do Brasil, sendo o maior detentor do troféu, quatro Brasileiros e duas Supercopas da Libertadores, quando só os campeões disputavam o torneio.
O Galo foi campeão brasileiro em 1971, o primeiro campeão da competição, mas ficou 42 anos sem ganhar nenhum título de expressão. Em 2013, sim, ganhou sua única Libertadores, a Recopa, e em 2014, a Copa do Brasil. Em 2021, num de seus melhores anos, ganhou o Brasileiro, depois de 50 anos na seca, e a Copa do Brasil, pela segunda vez. Então, senhoras e senhores, contra fatos não há argumentos. Os números mostram que ao longo de décadas o Cruzeiro é o maior ganhador de taças importantes das Minas Gerais. Ficar chateado por ouvir verdades não é uma forma correta de analisar os fatos.
Com a atual gestão, o Atlético está partindo para conquistas e para aumentar o número de taças nacionais e internacionais, haja vista que em todos os últimos anos tem sido apontado como candidato a tudo o que disputa. Rubens Menin e Rafael, junto com Ricardo Guimarães, donos do clube, pensam em taças e troféus, jamais em lucro. Então, com a formação de times fortes e competitivos, o caminho para encher a galeria de troféus está aberto. Que mal existe em mostrar a realidade? Já foi o tempo de “vacas magras” no Galo, que hoje tem um belo CT, um estádio dos mais modernos do mundo. Vários ex-presidentes formaram grandes times, mas foram impedidos de ganhar o Brasileirão e até a Libertadores de 1981, por conta da arbitragem maléfica e tendenciosa. Reconhecer isso também é necessário. Se o Galo não fosse tão garfado ao longo de décadas e hoje teria, no mínimo, seis títulos brasileiros.
O Cruzeiro foi jogado no inferno em 2019, por gestões fraudulentas, segundo a Justiça. Amargou três anos na série B, mas nem por isso deixou de ser o gigante que é, como também não deixaram de ser Palmeiras (caiu duas vezes), Grêmio (caiu três vezes), Corinthians (caiu uma vez). As únicas equipes que jamais foram rebaixadas são Flamengo e São Paulo. Todos os outros já caíram, pelo menos uma vez. O recordista entre os grandes é o Vasco da Gama, que caiu quatro vezes, mas é um dos gigantes do nosso futebol, com conquistas de Brasileiros e Libertadores.
Eu entendo a paixão do torcedor pelo clube. Alguns são cegos e outros dizem amar mais seu time do que a própria família, o que mostra a incapacidade de usar a razão. Reconhecer o valor do outro é um ato de grandeza. Recentemente, em entrevista a CNN, Pedro Lourenço disse que “Cruzeiro e Atlético são rivais durante os 90 minutos. Depois do jogo, devem estar unidos para que o futebol mineiro cresça”. Um pensamento grandioso, de um dirigente sério e transparente. Ele não tirou o patrocínio do Supermercados BH do Atlético, mesmo sendo dono único do Cruzeiro. Outro ato de grandeza. É assim que se trabalha, reconhecendo a importância do rival.
Portanto, quando falo em números, contra fatos não há argumento. Que bom que os dois gigantes das Gerais, Cruzeiro e Atlético, têm as duas melhores SAFs do Brasil, com donos bilionários, preocupados em ganhar taças e títulos. Que sejam realmente rivais nos 90 minutos de jogo e que ao término da partida pensem sempre grande, unidos para conquistarem o maior número de troféus para Minas Gerais. No mais, é intriga dos maledicentes, odiosos e revoltados. Como diz meu amigo Chico Maia, grande jornalista e atleticano, “o resto é perfumaria”.