O financiamento de R$ 400 milhões do BNDES, via ProCopa, para a reforma do Mineirão, finalizada em 2012, é um dos poucos já quitados -  (crédito: Leandro Couri/Esp. EM/D.A Press 16/5/12)

O financiamento de R$ 400 milhões do BNDES, via ProCopa, para a reforma do Mineirão, finalizada em 2012, é um dos poucos já quitados

crédito: Leandro Couri/Esp. EM/D.A Press 16/5/12

Nove dos 12 estádios reformados ou construídos para a Copa do Mundo de 2014 ainda não foram pagos. Uma vergonha. Tiraram dinheiro da saúde, educação, segurança, para alimentar o ego de políticos, “fazedores de média com o povo”, para batermos palmas para os alemães, que nos enfiaram 7 a 1, no Mineirão, na maior vergonha do esporte mundial. O BNDES financiou grande parte das obras, e até hoje só temos quitados o Mineirão, o Itaquerão e o Mané Garrincha, que foi pago pelo próprio governo do Distrito Federal. A irresponsabilidade dos políticos deixa o país viver o caos. É uma herança maldita que empobreceu o Brasil ainda mais. Lembro-me do então presidente Lula, ex-presidiário, com o também ex-presidiário Sérgio Cabral, então governador do Rio de Janeiro, comemorando efusivamente quando a Fifa, diante deles, anunciou o Brasil como país-sede da Copa de 2014. Dez anos depois, estamos pagando uma conta exorbitante, e alguns estádios se transformaram em “elefantes brancos”. Enquanto isso, a saúde, a educação e a segurança agonizam. “Palmas para os políticos brasileiros”.


Cristiano Ronaldo ou Ronaldo Fenômeno

Quem é o maior centroavante da história, CR7 ou Ronaldo Fenômeno? Pergunta difícil de ser respondida, mesmo sendo brasileiro, pois ambos jogaram demais. Do ponto de vista de títulos, o português é mais competente e tem a carreira mais longeva. Ganhou 5 Champions League, 1 Eurocopa por Portugal, que é a “Copa do Mundo sem o Brasil e a Argentina”, além de outras taças importantes. É o recordista em jogos e gols por uma seleção e está na história. O Fenômeno ganhou a Copa do Mundo de 2002, artilheiro com 8 gols – em 1994 foi campeão sem entrar em campo –, jamais ganhou uma Champions League e tem metade dos gols feitos pelo português. Vale lembrar que Ronaldo Fenômeno teve contusões sérias, que o afastaram dos gramados e anteciparam sua aposentadoria. Portanto, é muito difícil apontar quem é o melhor da história. Eu daria empate técnico, e você?

Maturidade e gestão eficiente

Pedro Lourenço, novo dono do Cruzeiro, foi categórico em sua entrevista a João Vítor Xavier, na CNN, ao dizer que “Cruzeiro e Atlético são rivais apenas nos 90 minutos de jogo. Quando a partida acaba, temos que nos unir em prol da força do futebol mineiro e do Estado”. Isso mostra que Cruzeiro e Atlético têm gestões responsáveis, eficientes e competentes. Enquanto os “bandidos, travestidos de torcedores”, matam e morrem por um “suposto amor ao clube”, os dirigentes, sensatos e equilibrados, buscam o caminho da paz, do entendimento e da certeza de que, unidos, o nosso futebol fica mais forte. Não há mais espaço para dirigentes amadores, com declarações estapafúrdias, alguns que não conseguem conectar uma frase. Por isso digo que as duas melhores SAFs do Brasil são as de Cruzeiro e Atlético, que têm homens inteligentes, bilionários e competentes ao extremo. O futebol mineiro agradece. Ainda temos o América, de Marcus Salum, a quem considero um dos dirigentes mais sérios do país, sempre integrado ao seu clube, com muita transparência e competência. E olha que o América ainda não é SAF, mas sempre muito bem gerido por seu conselho gestor.

Salários irreais dos repatriados

Quando se fala em repatriar um jogador que a Europa não quer mais, os números assustam. Michael, por exemplo, que está no mundo árabe, ganha R$ 4 milhões mensais. Oscar, na China, R$ 10 milhões mensais. Vejam bem, estou falando de Michael e Oscar, dois jogadores bem medianos. Quando um clube se interessa por um deles, esbarra na questão salarial. Alguns jogadores aceitam reduzir o custo, mas quem ganha R$ 10 milhões mensais na China, receber, por exemplo, a metade no Brasil, ainda é inviável para qualquer clube brasileiro. Sou totalmente contra repatriar jogadores que não têm mais a capacidade técnica que tinham. O outro problema é que quando você contrata um jogador de idade avançada, ele inibe o jovem da base de ascender ao time profissional. O Fluminense, por exemplo, tem Marcelo, Felipe Melo, Thiago Silva, Renato Augusto e Ganso com idade bem avançada, tomando o lugar de uma cria de Xerém. Por isso, nosso futebol não revela nenhum craque e não consegue montar um time com os jovens e poucos talentos, que se mantenha por anos juntos. A economia brasileira e os clubes não suportam pagar salários aos repatriados. Essa “farra do boi” tem que acabar.