Todos os clubes que se sentem prejudicados pela arbitragem no Brasil reclamam, e muito. É sabido que temos os piores e mal preparados árbitros do mundo, e não me venham dizer que precisam se profissionalizar, pois quem ganha R$ 40 mil, apitando oito jogos por mês, é mais que profissional. Qual o trabalhador comum que ganha isso no Brasil? Não temos gente competente no comando da arbitragem. O tal Wilson Seneme não tem história na arbitragem e nunca foi referência de nada. Ao traçar as linhas do impedimento, cada equipe do VAR faz a sua maneira, e dessa forma, gols são anulados de forma vergonhosa. Claro que os clubes só reclamam quando os erros são contra eles. A favor, fingem que nada aconteceu e segue o jogo. Todas as equipes são prejudicadas, sem exceção. Não acredito em árbitros venais e sim em incompetentes mesmo.
O que o tal Rodrigo José Pereira de Lima fez no clássico Atlético x Palmeiras foi de uma covardia extrema. Não tem santo ali. Hulk é um provocador contumaz, e reclama até da sombra. Quer apitar os jogos e se tornou um cara chato. É ídolo da torcida e deveria se comportar com tal, fazendo seus gols e esquecendo a arbitragem. Porém, na segunda-feira, até pela linguagem labial feita pelo Gustavo Machado, é perceptível que o árbitro quis aparecer e ser mais realista que o Rei. Hulk sofreu falta dupla e se alguém merecia o amarelo eram os dois jogadores do Palmeiras. Ao levantar e gritar “cara...”, Hulk não se dirigia ao árbitro. Foi um palavrão que a gente em determinadas situações. Ele se sentiu agredido e extravasou. De repente, o soprador de apito aplicou-lhe cartão amarelo. Hulk foi questionar e acabou levando o vermelho pela forma acintosa como se dirigiu ao péssimo árbitro, inclusive encostando seu dedo no rosto dele. Hulk pode ter exagerado, mas, no calor do jogo, não poderia ter outra atitude, pois quem sofreu a falta foi ele.
O árbitro é o mesmo que expulsou Hulk num jogo contra o América, em Uberlândia, e há insinuações de que a coisa é pessoal. Porém, a diretoria não pode ficar passando a mão na cabeça de Hulk. Ele é artilheiro, sabe fazer gols, ídolo da torcida, mas um dos jogadores mais chatos do país com a arbitragem. Parece que ele quer apitar os jogos, do tanto que reclama. Com isso, os árbitros já entram em campo pressionados, sabendo que Hulk vai reclamar o tempo todo. Como tem o faro do gol, o atacante deveria se preocupar só com a bola, e deixar os árbitros pra lá. Os dirigentes são culpados, pois a maioria, amadora, é paternalista e vive passando a mão na cabeça, principalmente de ídolos, que parecem intocáveis.
A verdade nua e crua é que não há mais condições de aturarmos esses péssimos assopradores de apito, que prejudicam times de norte a sul do país, e estragam o trabalho de uma temporada. O VAR deveria ser extinto. Aliás, na Eurocopa já estão usando outro sistema para detectar o impedimento. Por quê a CBF não importa logo esse dispositivo? E a pergunta que o povo brasileiro tem feito ultimamente é a seguinte: por quê não há intervenção na CBF? Ela manda e desmanda no futebol, sem que nada aconteça? Muitos alegam que é uma entidade de direito privado, mas, se cuida do maior patrimônio esportivo do povo, que é a Seleção Brasileira, deveria ter um caráter público e não privado. Já passou da hora de mudar esse quadro, se bem que se a entidade cair no colo de algum político a coisa pode até piorar. Estamos “num mato sem cachorro” e os erros grosseiros da arbitragem sujam e mancham a imagem do nosso futebol, que, tecnicamente, anda tão maltratado.
No jogo Athletico-PR e Flamengo, Ânderson Daronco conseguiu desagradar “gregos e troianos”, ao apitar de forma vergonhosa. Ambos os clubes estão protestando na CBF. Não tem solução. A arbitragem brasileira implodiu há tempos. Não vejo solução com esse péssimo comandante que é o Seneme e com os péssimos árbitros que estão aí. Tenho acompanhado a Eurocopa e visto que dúvidas ou consultas ao monitor não demoram nem 30 segundos. No Brasil tivemos um jogo em que o árbitro demorou 10 minutos para decidir um lance. Estamos mesmo na lama.
Paquetá
Um grande jornalista, amigo meu, em Londres, que prefere não ter seu nome revelado, já que a conversa foi privada, me diz que “a situação de Lucas Paquetá é gravíssima e que dificilmente ele não será condenado”. Garante que a investigação da Federação Inglesa traz provas robustas de manipulação de cartão e diz que se o jogador for condenado poderá mesmo ser banido do futebol. É lamentável ver um jogador, denunciado por suposta manipulação de cartão para “favorecer amigos”, esteja vestindo a camisa da Seleção na Copa América. Realmente, os tempos na CBF estão sombrios. Em outras épocas, de dirigentes de pulso, e ele teria sido cortado da delegação. Paquetá não foi condenado, ainda, mas até para preservá-lo, a CBF deveria tê-lo liberado para que possa se defender melhor. O jogador inglês, Kynan Isaac, suspenso por 10 anos, após se envolver no escândalo de apostas, disse que Paquetá deverá pegar 40 anos, já que é suspeito em quatro jogos e o lateral inglês foi pego em somente um: “Se foram 4 jogos, ele deve ficar suspenso 40 anos, já que peguei 10 anos por um jogo só”.