São R$ 173 milhões investidos em um time jovem, competitivo para estar junto por, pelo menos, quatro temporadas. Esse é o trabalho do novo dono do Cruzeiro, Pedro Lourenço e sua equipe, composta só por cruzeirenses: Pedro Junio, seu filho, Alexandre Mattos, CEO do futebol, Edu Dracena, Adílson Batista, Fabrício e Célio Lúcio. Ainda tem o competente Paulo Pelaipe, com bagagem gigantesca no futebol.
O Cruzeiro volta ao seu patamar de protagonista, com contratações de impacto, como o volante Wallace e o meia Matheus Henrique, além de Jonathan Jesus, Cássio, Peralta, Kaio Jorge, Lautaro Dias, e as renovações e aquisições e definitivo de Matheus Pereira, o melhor camisa 10 da atualidade, e de João Marcelo.
Já foi o tempo em que o Cruzeiro contratava restolhos. Com Pedrinho isso não existe. Ele foi ao mercado e ganhou a concorrência de Flamengo e Corinthians pelo volante Wallace. Aliás, o rubro-negro tentava o jogador há dois anos e só tomou não.
A importância de enviar o CEO do clube, Alexandre Mattos, à Itália foi fundamental para a contratação dos ex-jogadores do Grêmio. Olho no olho, mostrando o projeto no papel, não há como o atleta recusar. O Cruzeiro paga salários em dia, tem credibilidade e responsabilidade.
Pedro Lourenço não contratou qualquer um. Fez questão de mapear, com sua equipe, o que de melhor havia no mercado, sem fazer loucuras, mas gastando aquilo que Ronaldo, antigo dono, jamais teve condições de gastar. Como cruzeirense, acostumado a frequentar o Mineirão, Pedrinho sabe o desejo do torcedor, pois é um deles, hoje o principal, e não mediu esforços para começar julho com um time forte, em condições de brigar até pela taça. Se vai ser campeão ou não, não sabemos, mas que estará no nível dos seus pares, não há a menor dúvida.
O torcedor me pergunta: “Jaeci, já podemos sonhar com a taça”? Sonhar pode, mas é preciso ter a consciência de que as peças vão chegar, precisarão de tempo para encaixe, para entender a filosofia do treinador e entender o que é esse gigante das Minas Gerais.
Vale lembrar que os contratados do exterior estão em férias e precisarão de tempo para adquirir uma boa forma física e ritmo de jogo. Palmeiras e Flamengo, por exemplo, têm seus times prontos há tempos. O Cruzeiro terá que correr atrás, para tentar se equiparar aos adversários que brigam pelo caneco.
Paciência, gente! Há dois meses o Cruzeiro brigava para não cair, com um time bem mediano. Hoje, já vislumbra Libertadores e até taça. Tudo de forma gradativa. O futebol não é um passe de mágica, onde tudo se encaixa da noite para o dia. Demanda tempo e trabalho.
Quando faço meu programa, JaeciCarvalhoEsportes, de segunda-feira a quinta-feira, às 19h, e às sextas-feiras, às 18h, no meu canal de YouTube, percebo que o astral do telespectador e torcedor azul mudou completamente. Antes eu só ouvia lamúrias, agora vejo a esperança, o sorriso e a alegria de volta.
O DNA desse clube gigante sempre foi de taças e de representar Minas Gerais para o Brasil e para o mundo. O São Paulo vem em primeiro, com 12 títulos internacionais, seguido do Santos, com oito, e Cruzeiro e Flamengo empatados com sete títulos internacionais cada.
Vejam a grandeza do Cruzeiro e sua imagem que resplandece, como diz uma estrofe do hino nacional brasileiro. Dá gosto de ver o gigante, que foi jogado na lama por três anos, por uma gestão, que segundo a Justiça, foi fraudulenta, ressurgindo e montando um time à sua altura. Vale lembrar que os jogadores contratados são jovens e poderão estar juntos, por umas quatro temporadas. Investimento também tem que ser pensado a médio prazo.
Enfim, como é bom escrever sobre esse novo Cruzeiro, que tem, segundo pesquisas sérias e de credibilidade, 14,2 milhões de torcedores, espalhados pelo mundo, perdendo apenas para Flamengo, Corinthians e Palmeiras. O próximo passo, não tenho dúvidas, será a aquisição do Mineirão.
Pedro Lourenço é homem de diálogo e já tem conversas adiantas com o pessoal da Minas Arena, para essa parceria. O Mineirão ou “Toca 3”, como batizaram os torcedores, é a casa do Cruzeiro. Ali, ele mostrou ao mundo o quão gigante é, com conquistas inesquecíveis.
Não deixem de agradecer a Ronaldo Fenômeno, que tirou o time do inferno e o colocou no céu. Ele teve participação importante no processo. Pecou por não conhecer a história do clube que o lançou, mas acertou ao vender suas ações para o melhor e maior cruzeirense do planeta bola: Pedro Lourenço.
Dias de luta, dias de glórias, o Cabuloso voltou ao seu lugar de origem e a torcida anseia por mais taças. Resta saber se numa galeria tão recheada de títulos importantes ainda há lugar para mais troféus. Claro que há. Esse é o DNA desse gigante das Minas Gerais.