Sou um dos maiores apoiadores do técnico Dorival Júnior, por achá-lo estrategista, inteligente e que privilegia os melhores jogadores do momento. Por isso mesmo, o sugeri seu nome ao presidente da CBF, entendendo que nossa Seleção Brasileira, tão maltratada desde os 7 a 1, teria dias melhores. E foi o que vimos na grande vitória sobre a Inglaterra, em Wembley, e no empate com a Espanha, no Santiago Bernabéu. Porém, no amistoso contra o México, no Texas, na noite de sábado, diante de 85 mil espectadores, achei presunção da parte dele entrar com um time reserva contra o pior México dos últimos tempos. Se era um amistoso para entrosar a equipe que vai estrear na Copa América, ele deveria ter escalado o que há de melhor e não testar atletas reservas. Deveria ter começado com o melhor ataque que surgiu nos últimos tempos: Rodrygo, Endrick e Vini Júnior, além de João Gomes e Bruno Guimarães no meio-campo. É o que ele deverá fazer contra os Estados Unidos – que tomaram de 4 da Colômbia –, na próxima quarta-feira, último amistoso antes da estreia.

 




Também não gostei de ver Alisson, no gol. Teve uma péssima temporada no Liverpool, sofreu com contusões e já mostrou que não é goleiro de seleção, pois não pega uma bola difícil. Aquele chute do De Bruyne, na Copa de 2018, no segundo gol da Bélgica, que nos eliminou, era uma bola perfeitamente defensável e ele aceitou, assim como o gol da Croácia, no Catar, que levou a decisão para as penalidades e a nossa eliminação. Temos Bento, que mostrou todo o seu talento nos amistosos anteriores. Precisamos nos livrar de Alisson, Marquinhos e outras sombras de um passado de eliminações. Se Dorival continuar a privilegiar esses atletas, vai acabar convocando Thiago Silva, que foi se aposentar no Fluminense, e tantos desserviços prestou ao time brasileiro. Não quero que Dorival seja mais do mesmo, tornando-se refém de nomes e não da qualidade. Esqueça aqueles que não deram conta nas duas últimas Copas do Mundo e pense pra frente. Temos uma safra bem melhor, agora, e esses garotos precisam de rodagem. Nada melhor que a Copa América para isso.

 


Não precisamos ganhar a competição, pois ela não significa nada. Talvez somente para a afirmação da nova geração, mas é sabido que o povo brasileiro só valoriza Copa do Mundo. Estamos num grupo com Colômbia, Paraguai e Costa Rica. Não é tão fácil assim, ainda mais começando um trabalho. É preciso sempre colocar em campo o que há de melhor. Também não concordo com a manutenção da Lucas Paquetá, denunciado pela Federação Inglesa, por suspeitas de manipulação de cartão. Caso condenado, pode até ser banido do futebol. Ele entrou no segundo tempo, errou o passe na intermediária, que culminou no primeiro gol do México. O garoto não tem cabeça, não estará focado 100% na competição. Não há como dissociar. A acusação é gravíssima, com provas robustas, onde mais de 60 pessoas, da Ilha de Paquetá, onde ele morava e foi criado, apostaram nos 4 cartões que ele tomou, faturando mais de 100 mil libras, cerca de R$ 670 mil. O Brasil precisa de jogadores inteiros e completamente focados no resgate do nosso futebol.

 

 


Dorival precisa ter mais convicção e não convocar Alisson, só porque Taffarel é seu treinador de goleiros no Liverpool. Não precisa convocar Arana, porque Rodrigo Caetano foi diretor do Galo. Ele precisa convocar com coerência e qualidade, se bem que Arana merece sim estar no grupo, pois é excelente jogador. É apenas para exemplificar. Talvez esteja aí a explicação de Fábio, o melhor goleiro do Brasil há 20 anos, nunca ter ido a uma Copa do Mundo. Ele nunca fez lobby com treinadores de goleiros da seleção. Uma das maiores injustiças do futebol em todos os tempos.

 

 


Enfim, Dorival tem o apoio popular e da maioria da imprensa. O elogiei bastante pelas convocações que fez e pelo futebol apresentado contra Inglaterra e Espanha. Mas não posso deixar de critica-lo, quando ele merecer. Não se põe uma equipe reserva contra umas das piores seleções do México de todos os tempos, sem ficar impune. Não fosse a genialidade de Vini Júnior, que pôs a bola na cabeça de Endrick, e a qualidade do jovem talento, que é excepcional, e teríamos amargado um resultado ruim. Temos o melhor ataque dos últimos tempos na Seleção Brasileira, e não podemos nem devemos abrir mão dele em hipótese alguma. Quanto mãos entrosamento, melhor. São três realidades do real Madri. Vini já um craque consagrado. Rodrygo, bem perto disso, e Endrick, que está chegando, mostrando toda a sua qualidade de craque que se tornará. Aproveite isso, Dorival, esqueça os medalhões, que já nos expuseram em eliminações, e ponha a garotada para ganhar experiência. Se não ganharmos o Mundial em 2026, teremos um time prontinho para 2030, e, você, tem nosso apoio e dos 200 milhões de brasileiros. Não estregue o seu grande momento e do time brasileiro. 

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