A frustrada negociação do Cruzeiro com o atacante Dudu não afeta em nada o clube azul. Ao contrário, mostrou a força que a atual gestão tem para fazer contratações de alto nível. Se Dudu não honrou a palavra, problema dele. Como ele mesmo pôs na nota que publicou, “perdeu o maior contrato de sua vida e fechou as portas do clube que o projetou”. Segundo Alexandre Matos, “foi Dudu quem procurou o Cruzeiro”. O negócio estava fechado entre as três partes, Cruzeiro-Palmeiras-Dudu, mas, pelo que a gente percebeu, o jogador se tornou refém de uma facção organizada e, por medo ou algo que não revelou, desistiu da negociação. O Brasil está se tornando um país perigoso para atletas, já que a maioria se torna refém dessas tais “organizadas”. Elas invadem CTs, depredam carros de jogadores e até os agridem. Não há uma autoridade capaz de detê-las? Dirigentes, que dão ingressos, pagam ônibus, salas e celulares, são coniventes. Por isso eu adoro a Leila Pereira, a melhor presidente de clubes do país. Ela não se curvou a uma facção palmeirense, a denunciou a Polícia e pediu medidas protetivas. Não pagou Carnaval, não dá ingresso e não patrocina nada. Torcedor de verdade é o anônimo. Pena que seus pares não a copiem, pois Leila está na vanguarda, dando aula de gestão, competência e qualidade.

Para dizer a verdade, a desistência de Dudu foi um “livramento” para o Cruzeiro. O clube iria investir R$ 22 milhões na compra do atleta e pagaria ao longo de 4 anos quase R$ 100 milhões em salários. Tudo isso num atleta de 32 anos, que passou por delicada cirurgia no joelho, e que ninguém sabe em que condições se encontra. A presidente Leila disse que o negócio estava fechado e que “Dudu deveria honrar sua palavra”. Por quê o Palmeiras queria se livrar de um ídolo tão rapidamente e não pestanejou ao aceitar a proposta do Cruzeiro? Além de ficar livre do salário de 550 mil dólares mensais, o Porco entregaria um “produto” que já deu o que tinha que dar. O técnico Abel Ferreira negou qualquer tipo de animosidade com Dudu. Disse que foi até a churrasco na casa do atleta e que conta com ele no grupo. Na verdade, com a recusa de Dudu, o Palmeiras não teve outra alternativa a não ser aceitar, pois o jogador tem contrato até 2025, mas a presidente já disse que não vai renovar o vínculo.

O importante é que o Cruzeiro mostrou sua força financeira ao mercado. Tem bala na agulha para contratar um grande jogador e deve estar no mercado tratando disso. Gabigol, pela informação que tenho, não quer jogar no Brasil. Já pensa até em ir para a Liga Árabe. Michael não vale esse investimento. Eu tentaria um Di Maria, Cavani, Roberto Firmino. Ou, quem sabe, com o dinheiro que gastaria com Dudu, contratar uns quatro reforços de nível, com salário na casa de R$ 600 mil. Pedro Lourenço não está de brincadeira. Sua determinação é para que o Cruzeiro tenha um time competitivo, em condições de disputar a taça com seus pares. Claro que ele gere o clube com responsabilidade, pois a dívida é gigantesca, mas não deixará de contratar e montar uma equipe a altura do clube e da torcida. “Há males que vem para o bem”, e acredito que a recusa de Dudu foi mesmo um livramento. Um jogador de 32 anos, com grave cirurgia no joelho, sem jogar há quase um ano, que custaria uma fortuna. Acho que houve um erro ao clube anunciar uma contratação sem que o atleta tenha assinado o contrato, mas a palavra dele parecia ser suficiente, já que teria procurado o clube. O Cruzeiro está vivo e no mercado. Muita coisa boa ainda está por vir.

Hulk

O árbitro do jogo Galo x Palmeiras era péssimo, ruim e fraco, mas o histórico de Hulk não ajuda. Reclama demais em todos os jogos e acabou expulso, prejudicando sua equipe. Enquanto dirigentes e torcedores passarem a mão na cabeça dele, não vai tomar jeito. Como não conseguiu jogar em nenhuma liga grande da Europa – atuou apenas em Portugal e Rússia –, Hulk se acostumou a contestar árbitros no Brasil. O Palmeiras, reserva, deu um chocolate no Atlético reserva. 4 a 0 foi pouco. O alvinegro precisa rever muita coisa na sua arena. Copos e outros objetos atirados em jogadores do Palmeiras podem comprometer os jogos ali. A imagem de torcedores agressivos e descontrolados foi mostrada para todo o Brasil e a confusão no fim do jogo, que culminou na expulsão de Paulinho, prova o desequilíbrio que a arquibancada provoca nos jogadores.

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