Técnico Dorival Júnior não vem conseguindo fazer o Escrete Canarinho engatar sequência de atuação de alto nível -  (crédito: BUDA MENDES/GETTY IMAGES/AFP)

Técnico Dorival Júnior não vem conseguindo fazer o Escrete Canarinho engatar sequência de atuação de alto nível

crédito: BUDA MENDES/GETTY IMAGES/AFP

 

Não há dúvida nenhuma de que somos a quarta força da América do Sul, e, nas Eliminatórias, estamos em sexto lugar, atrás de Equador e Venezuela. Se a competição terminasse hoje, brigaríamos por uma vaga para a Copa do Mundo de 2026 na repescagem. Argentina, atual campeã do mundo, Uruguai, que pratica o melhor futebol no momento, e Colômbia, são as três maiores forças.

Prova disso foi o “amasso” que a Colômbia nos deu na terça-feira. O time, comandado pelo maestro James Rodriguez, eleito o homem do jogo, deu até olé para a gigantesca torcida colombiana que foi ao estádio em Santa Clara, na Califórnia.

Temos um péssimo goleiro, Alisson, defendido por Taffarel, que é seu treinador no Liverpool; o pior lateral-direito da história, Danilo, que ainda é o capitão; e Marquinhos, fracassado em dois Mundiais. Além de outros jogadores que não têm a menor condição de vestir a Amarelinha.

Se houvesse um ganhador na terça-feira, seria a Colômbia, não tenho dúvidas. Afinal teve um gol anulado e suspeito. A Seleção Brasileira reclamou de pênalti em Vini Júnior. Sinceramente, não achei penalidade, mas ainda que fosse marcada, o Brasil não ganharia, tamanha a sua ineficiência.

Não entendo Dorival Júnior. Deixar Endrick no banco é um crime. Por que ele não segue o exemplo do técnico espanhol, que põe Lamine Yamal, de 16 anos, como titular, já que o craque é também imprescindível ao Barcelona?

Endrick é diferenciado e mostrou que a camisa não pesa para ele. Fez gol na Inglaterra em pleno Wembley, na Espanha e no jogo seguinte. É um jogador pronto, decisivo e, ao lado de Rodrygo e Vini Júnior, com quem vai jogar no Real Madrid, forma um belíssimo ataque.

Raphinha fez um lindo gol de falta, mas não merece ser titular. Joga muito pouco, haja vista que o Barcelona quer mandá-lo embora.

Dorival está perdendo a chance de dar a Endrick a oportunidade de se firmar de vez. E confesso que torço pela recuperação de Neymar, quero vê-lo com a 10, abastecendo o ataque. Se ele quiser jogar bola, esquecer o mundo das celebridades e se dedicar nos próximos dois anos, não tenho dúvidas de que será importante. É craque de bola, diferenciado, mas nunca mostrou na Seleção nenhum protagonismo. Quem sabe, aos 33 anos, tenha amadurecido para tal?

Tenho apoiado Dorival Júnior, um profissional honesto, transparente, decente, e um técnico competente. Mas ele precisa afastar os “fantasmas da era Tite”.

Aliás, acho que a CBF deveria buscar um novo treinador de goleiro, pois não pode haver privilégio para um péssimo goleiro como Alisson. Ele não merece nem estar no grupo, quanto mais ser titular. Há algum tempo, mandei vídeos de falhas dele para Dorival, que me decepcionou ao convocá-lo. Se for por essa linha, vai se perder e ficar refém dessa turma, como ficou Tite, que privilegiou seus “parças” e foi eliminado de forma vergonhosa em dois Mundiais.

Não há espaço para jogadores fracassados e já que não vamos ganhar em 2026, pois não teremos time para isso, que possamos dar experiência aos garotos bons de bola, para que em 2030 possamos sonhar em chegar a uma final, por exemplo.

Eu não iludo ninguém. Embora não haja no momento uma seleção referência, nem na Europa, a gente percebe que o Brasil está anos-luz atrás de qualquer uma delas.

Como consequência do empate com a Colômbia, vamos encarar o Uruguai, sábado, em jogo eliminatório. O time uruguaio é a melhor equipe da América do Sul na atualidade e favorita no confronto. Se vai ganhar, não sei, mas tem mais grupo, mais time, mais estrutura, mais técnico que a gente. Marcelo Bielsa é um gênio do futebol e tem jogadores qualificados e um time muito, mas muito bem treinado.

De favorito por onde desfilava, o Brasil virou zebra, e, se conseguir a vaga, será uma das grandes surpresas da história. Em condições normais, Argentina e Uruguai deverão decidir a taça. O Brasil tem dado vexame por onde passa e ninguém mais respeita nossa camisa.

Tomara que mudemos nossa postura e façamos um bom jogo com o Uruguai. Tem gente com medo dos 7 a 1, mas não acredito nisso. É clássico e algumas equipes, mesmo o péssimo Brasil, se superam nesses momentos. Uma pena que não temos muitas perspectivas. Exceto por alguns “pachecões”, ninguém mais acredita no time brasileiro. Triste constatação!