O locutor esportivo e empresário Galvão Bueno é o aniversariante do dia -  (crédito: Internet/Reprodução – 29/4/24)

O locutor esportivo e empresário Galvão Bueno é o aniversariante do dia

crédito: Internet/Reprodução – 29/4/24

 

 

Hoje é aniversário do meu amigo-irmão Galvão Bueno. Trabalhamos juntos na TV Globo, o momento mais marcante, a Copa União, em 1987, nas semifinais, no Mineirão. Atlético x Flamengo, numa quarta-feira, e Cruzeiro x Internacional, na quinta-feira. Galvão é daqueles amigos fiéis, que faz o possível e o impossível pelos amigos fraternos. Rodamos este mundo juntos. Muitas coberturas, muito trabalho e muitas farras também. Não pude estar em Paris, hoje, quando ele comemora com sua amada, Desiree Soares Bueno, mais uma primavera. Não vou dizer a idade desse jovem, mas afirmo, sem medo de errar, que é o maior narrador da história, não só do Brasil, mas do mundo. Um vendedor de emoções. Sempre imaginei que ninguém fosse insubstituível, mas Galvão Bueno, com certeza, é. Não há voz mais marcante do que a dele. Irmão, que Deus continue te abençoando. Obrigado pela amizade de mais de 30 anos, pelo carinho com minha família, pelos ensinamentos, conselhos e esporros.


Vou enumerar aqui algumas das nossas coberturas e contar algumas histórias. Começando pela Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Jogamos uma pelada da imprensa em Los Gatos, onde o Brasil estava concentrado. Galvão jogou ao meu lado. Marquei dois gols e viramos o jogo. Aí ele disse: “centroavante mineiro, como Dario. Eu sabia que ganharíamos o jogo”. Naquela mesma Copa, falei com ele: Galvão, preciso entrevistar o Pelé. Aí ele me disse: “Jaeci, o Pelé vai chegar numa limusine, 2 horas antes da estreia do Brasil. Fique por ali que ele vai subir para a cabine”. Fiz o que o mestre mandou. Apareceu uma limusine branca e, quando a porta abriu, Pelé saiu. Grudei nele, os seguranças tentaram me afastar, mas o Rei me abraçou. Subi com ele até a cabine, onde estavam Galvão e Arnaldo Cezar Coelho, e fiz a minha entrevista. A primeira exclusiva das quatro que fiz com o maior jogador do planeta.


Depois disso, fizemos inúmeras coberturas juntos. Na Copa das Confederações, na Arábia Saudita, fizemos muitas resenhas com o também craque, Paulo Roberto Falcão. Na Copa de 2002, no Japão e na Coreia, eu estava assistindo a um treino da Seleção Brasileira, e sempre gostei de ficar sozinho, observando tudo, para escrever minha reportagem. Estava chovendo, e eu debaixo do meu guarda-chuva. De repente, chega Galvão, me abraça e fica ao meu lado, assistindo ao treino. Com tantos jornalistas importantes do mundo inteiro, ele escolheu esse amigo para trocar ideia sobre o time brasileiro. Me senti importante, pois estava ao lado do maior narrador da história, e os colegas morriam de inveja. Quantas farras fizemos pelo mundo. Eu sempre chegava antes da Seleção e Galvão um pouco depois. Como nos hospedávamos quase sempre nos mesmos hotéis, ele perguntava qual era o meu quarto, na recepção, ligava e dizia: “já descobriu qual o lugar bom pra gente ir depois do trabalho?” Muitas das vezes não jantávamos juntos, pois ele tinha que entrar no Jornal Nacional e, dependendo do país em que estivéssemos, ficava muito tarde. Esse espaço ficaria minúsculo se eu fosse contar nossas histórias, mundo afora.


Em Mônaco, em 2013, ele e Desirre, meus padrinhos de casamento, convidaram a mim e minha amada, Alexia, para o GP de Fórmula-1. Foi uma semana inesquecível, com o filho dele, Popó, sua musa Andrea Bogossian, e nossa amada Desirre. Festas no Sas Café, onde Galvão manda, festa nos iates e a grande festa dos pilotos, após o GP. Que semana incrível. Jantar na casa dele, com Rubens Barrichelo e Felipe Massa, com as esposas. Ele mandou o helicóptero nos buscar em Nice, e em 6 minutos, sobrevoando o mar Mediterrâneo, pousamos ao lado da casa dele. Sou muito grato por tudo o que ele fez e faz por mim.


Admirar alguém, reconhecer seu talento inegável e ainda ser amigo-irmão, realmente é um privilégio para poucos. Também recebi Galvão e Desiree em minha casa em BH, e aqui em Miami. É sempre um prazer estar com eles.


Irmão, que Deus possa sempre te abençoar. Como você diz, “salute y plata”. Curta a Olimpíada de Paris, brilhe, como sempre no seu cabal GB e na TV Globo, e ponha no seu belíssimo currículo mais essa conquista. Você é a voz do Brasil e sempre será. Talvez eu apareça aí antes da final da Olimpíada. O champagne e o caviar serão por minha conta (risos). Te amo, cara. Seja Feliz, tenha uma longa vida e continue nos brindando com sua voz, seu amor, seu carinho. O Brasil te ama. Obrigado por tantos anos de amizade sincera e verdadeira. Viva Galvão Bueno, essa legenda do jornalismo brasileiro.