Desde 2020, quando as competições nacionais e internacionais começam, o Atlético é apontado como um dos favoritos. Com Jorge Sampaoli, em 2020, esteve pertinho de ganhar o Brasileirão, mas, a teimosia e inconsistência do péssimo técnico não permitiu. O time perdeu pontos para equipes da parte inferior da tabela e ficou a três pontos do campeão Flamengo. Em 2021, sim, confirmou o que dele se esperava, fazendo “cabelo e bigode”, com as conquistas do Brasileirão e da Copa do Brasil, só não fazendo a “barba”, pois não chegou à final da Libertadores, sendo eliminado pelo Palmeiras, em pleno Mineirão.
Hulk perdeu um pênalti no jogo de ida e, com o 0 a 0, o Palmeiras empatou em 1 a 1 no jogo de volta, no Mineirão, e eliminou o alvinegro. Lá se vão três anos e, pelo visto, neste ano a equipe também não conquistará nada. Pelo menos esse time que aí está, que os dirigentes diziam valer milhões, que era excepcional e que, na verdade, é bem mediano, como escrevo há tempos.
O Galo tem reclamado de jogar com um time reserva, pois cedeu jogadores às seleções da Copa América e também tem alguns contundidos. Isso faz parte da rotina de todo grande clube. Por isso, é preciso ter grupo e time qualificados, para encarar essas situações. Flamengo, Palmeiras, também apontados como favoritos às taças, também estão desfalcados, e nem por isso fazem campanha ruim. Muito pelo contrário, estão na ponta da tabela.
O Atlético tem Mariano, fraco lateral, zagueiros ruins, e um ótimo lateral-esquerdo, Arana. Zaracho nunca mais foi o mesmo de 2021, Otávio é mediano, assim como o meio-campo. Salvam-se Paulinho que é excepciona – a melhor contratação do alvinegro nos últimos tempos –, Hulk, que mesmo participando dos 7 a 1 é ídolo da torcida, e Gustavo Scarpa, que começou mal, cresceu de produção e voltou a não jogar nada. É esse time e grupo que vocês reputam como excepcional? Salvam-se também os jovens da base, que têm entrado e mostrado valor.
O Atlético virou “saco de pancadas” nos últimos jogos. Perdeu de 4 a 0 para o Palmeiras, na sua arena, 4 a 1 para o Vitória, no Barradão, 4 a 2 para o Flamengo, também em sua arena, e 3 a 0 para o Botafogo, no Engenhão. E parece que tudo está normal!!! Não está. O Atlético não pode tomar goleadas sucessivas e apresentar futebol paupérrimo. Para quem tem uma folha salarial considerada a terceira maior do país, é inadmissível. Gabriel Milito chegou encantando a todos, com mudanças táticas importantes, mas já caiu na mesmice. Não é culpa dele. Pegou o time na Libertadores, encarando adversários fraquíssimos, e foi ganhando a confiança do torcedor. Mas na hora que encarou seus pares, levou um monte de gols, como nos jogos que citei acima. Além disso, já perdeu pontos para equipes que estão bem abaixo e brigando para não cair. Pontos irrecuperáveis no Brasileirão. É bem verdade que o time ainda briga na Libertadores e Copa do Brasil, mas não há como acreditar em conquistas. Esse Galo não é aquele sonhado pelo torcedor, no começo da temporada. Sei que a maioria prefere se iludir e não gosta de ouvir verdades, mas quem não quiser enxergar, que não leia a minha coluna.
E para fechar, a maior reclamação dos torcedores é de que a arena do Galo tem pontos cegos e que a acústica é horrível, contrariando a tradição de uma gente que empurrava o time do começo ao fim, no Mineirão, com um barulho ensurdecedor. Quem foi a “sumidade” que não percebeu isso durante a obra? O silêncio sepulcral no estádio só não é maior que o silêncio de parte da imprensa, atleticana, que prefere “tapar o sol com a peneira” do que expor a verdade. O Atlético só é candidato aos títulos, no papel, pois na prática está bem longe do objetivo traçado. Os dirigentes precisam dar a cara a tapa, admitir os erros e assumir que a equipe é fraca. É preciso também abrir uns 5 mil lugares no estádio para os torcedores mais pobres, aqueles de verdade, que nunca tomaram champagne, nem comeram caviar, mas que sabem como é torcer para o Clube Atlético Mineiro, coisa que essa gente dos “camarotes” nunca soube.