MIAMI – Conheceremos esta tarde o novo dono da Europa. Espanha, seleção de melhor campanha na Eurocopa, e Inglaterra, há 58 anos sem ganhar uma taça, fazem a grande final do torneio, no Estádio Olímpico de Berlim. À noite, Argentina e Colômbia fazem a decisão da Copa América, no Hard Rock Stadium, aqui em Miami, onde estarei fazendo a cobertura.

O Brasil estará representado pelo péssimo árbitro Raphael Claus, que teve problemas com Messi em um jogo das Eliminatórias Sul-Americanas. Uma espécie de prêmio de consolação para o único país pentacampeão do mundo. A Argentina vai em busca da sua décima sexta conquista. A Colômbia quer ser campeã pela segunda vez. Eu apostaria minhas fichas na Inglaterra, que jamais ganhou a Eurocopa, e nos colombianos, na Copa América. Sei que a Espanha vai em busca da quarta Eurocopa, mas quero ver os inventores do futebol, campeões. Acabar com essa maldição que assola a terra do Rei Charles.

A Espanha está sobrando, foi a única seleção que ganhou todos os jogos na competição e chega à final com moral lá em cima. Os ingleses passaram aos trancos e barrancos, mas têm o excepcional Bellingham e o artilheiro, Kane. A Espanha tem o jovem Lamine Yamal, que completou 17 anos ontem e é um dos ídolos do Barcelona. O técnico espanhol apostou na juventude e acertou em cheio.

Ao contrário de Dorival Júnior, que privilegia os fracassados Alisson, Danilo e Marquinhos. Ele pensa na Copa de 2026 e nada melhor do que dar experiência aos “garotos”. Há os experientes como Carvajal e Morata, mas a maioria é formada por jovens promissores. Acho que os espanhóis são favoritos, mas, repito: quero ver a Inglaterra campeã.

Pelas nossas bandas, a Argentina, atual campeã do mundo e da Copa América, é favorita, mas a Colômbia, no momento, joga futebol mais bonito. Porém, quem tem Messi e Di Maria, este último vai se aposentar da seleção, pode e deve ficar mais tranquilo.

Torci por Messi na final contra a França, em 2022, pois achei muito justo esse gênio, que nos brinda há duas décadas com futebol de outro planeta, ser campeão do mundo. Hoje, porém, vou torcer pelos colombianos. Aqui em Miami há uma legião de amigos daquele país, e a gente sabe que uma conquista dessas tem um grande peso, que não teria para argentinos e brasileiros, por exemplo. A Colômbia, dificilmente, será campeã do mundo. Que James Rodriguez esteja inspirado e que dê ao seu povo o caneco.

Uma pena saber que o Brasil, desde 2002, não ganha mais nada. Sim, ganhamos as Copas das Confederações, em 2013, e América, em 2019, enfrentando o Peru, na final, no Maracanã. Mas, o que vale para o nosso povo é Copa do Mundo, e, desde 2002, há 22 anos, estamos sem ver a cor do troféu.

Coincidência ou não, os últimos quatro treinadores da Seleção Brasileira são os gaúchos Felipão, campeão em 2002 e que levou de 7 a 1 da Alemanha, em 2014; Mano Menezes; Dunga e Tite. Talvez esteja aí a explicação para o nosso pobre futebol. A linguagem dos técnicos gaúchos – e não vai aqui nenhuma xenofobia – é a seguinte: “pega, marca, mata a jogada”. Você não os ouve dizer: “dribla, tabela, toca, faz o gol”.

Estamos na lama, técnica e taticamente. Se antes, ganhávamos dos europeus por nossa capacidade de improvisar, driblar e desmontar defesas, hoje, perdemos até nesse quesito. Temos que nos contentar em ver um árbitro apitando uma final, e olha, que Claus, como escrevi acima, é dos piores. Ou o Brasil se reinventa e faz uma intervenção na CBF, ou nunca mais ganharemos uma Copa do Mundo. O jeito, então, é aplaudir os finalistas da Eurocopa e da Copa América. Que vença o melhor futebol, de preferência, para mim, de ingleses e colombianos.

 

 

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