Fernando Seabra corre risco de perder o cargo de treinador em caso de tropeço do Cruzeiro diante do Internacional, no Mineirão -  (crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press)

Fernando Seabra corre risco de perder o cargo de treinador em caso de tropeço do Cruzeiro diante do Internacional, no Mineirão

crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A. Press

Sou um defensor de Fernando Seabra, por sua competência, qualidade e amabilidade. Um cara extremamente educado nas entrevistas, com boa visão do futebol moderno. Porém, não posso fechar os olhos para os últimos e péssimos resultados do Cruzeiro, e, além disso, para a falta de futebol. Não assisti ao jogo contra o Botafogo, pois vivi um drama na família, já sanado por Deus, mas sei que foi a melhor partida do time celeste no Brasileirão. De lá para cá, o Cruzeiro não conseguiu ser nem 10% do que havia sido na competição, numa queda vertiginosa. Claro que culpar Seabra seria mais fácil, porém, os jogadores também têm sua parcela de culpa e precisam dividir essa responsabilidade e péssima fase com o técnico. O Cruzeiro investiu quase R$ 200 milhões em reforços e, curiosamente, o time caiu muito de produção após as contratações.

Não há dúvida de que Fernando Seabra está pela “bola da vez”, e em caso de mais um fracasso, hoje, contra o Inter, dificilmente não será mandado embora. Os donos e dirigentes têm um limite e acredito que o copo já está cheio o suficiente para entornar após o jogo desta noite. Não é possível o Cruzeiro ficar tão inerte, tão na lona, como o lutador que não consegue mais reagir e se impor ao adversário. O jogo contra o Boca, quando se classificou nas penalidades, foi algo vergonhoso. Com um jogador a mais, desde os 19 segundos de jogo, abriu 2 a 0, em 15 minutos, e depois se perdeu completamente, a ponto de levar um gol no fim do primeiro tempo e de quase levar mais três, pois a pontaria dos atacantes do time argentino estava descalibrada, e, por sorte, Cavani não jogou. O futebol do Cruzeiro foi pífio e só teve qualidade nas cobranças de penalidades, o que mostrou que o time treinou esse fundamento muito bem. Avançou na Sul-Americana, mas não convenceu.

 

 

Sempre defendo a manutenção dos técnicos, principalmente os jovens, que precisam de espaço e tempo para mostrar o trabalho. Mas Fernando Seabra já não tem o apoio da torcida – 90% dos meus seguidores no canal do Youtube, JaeciCarvalhoEsportes, e Instagram, JaeciCarvalhoOficial – querem uma troca urgente, e os nomes mais falados são sempre Cuca e Luxemburgo. Luxemburgo voltaria pelo Cruzeiro e pelo Pedrinho, não tenho dúvidas. Cuca enfrentaria aquela manifestação das mulheres, mas a coisa já acalmou com a iniciativa dele lá na Suíça, onde o processo teria sido anulado. Ambos são nomes fortes no Cruzeiro. Luxa é o mestre da Tríplice Coroa. Cuca fez belíssimo trabalho em 2012, quando o péssimo árbitro Sandro Meira Ricci fez aquela lambança no jogo Corinthians e Cruzeiro, marcando um pênalti, inexistente, em Ronaldo Fenômeno, e tirando a taça do Cruzeiro. São dois grandes nomes e o torcedor quer um deles.

Luxemburgo tem uma frase muito atual, na qual diz que “o medo de perder, tira a vontade de ganhar”. Me parece ser o atual momento vivido por Seabra. O time entra com medo, sem inspiração, com o freio de mão puxado. Parece ter perdido o grupo, e, quando isso acontece, realmente fica difícil para qualquer dirigente segurar o treinador. Aquela confiança e respeito demonstrados pela torcida, principalmente nos jogos no Mineirão, já não existe mais. É normal uma equipe oscilar numa competição de 38 rodadas, onde cada partida é uma decisão, mas a queda do Cruzeiro é assustadora e vai muito além de uma simples oscilação. Peguem os jogos do começo do Brasileirão, e os de hoje, e verão a queda vertiginosa que a equipe teve. Meu caro Seabra, somente vitórias convincentes daqui pra frente te manterão no cargo. Perder ou empatar com o Inter, esta noite, no Mineirão, será sua sentença de demissão, não tenho dúvidas. E se isso acontecer, não seja ingrato com os dirigentes. Eles têm feito o possível para te manter no cargo e te apoiar, mas, tudo na vida tem um limite. Solte o time, escale certo, faça substituições convincentes e você poderá se manter no cargo. Qualquer coisa fora desse script e a demissão será iminente.


América demite treinador

Cauan de Almeida não é mais técnico do América. Ele foi demitido, ontem, por causa dos maus resultados do Coelho na Série B. O time caiu para a sexta posição e vê ameaçada a possibilidade de acesso à elite para a próxima temporada. Cauan iniciou seu trabalho desde janeiro, mas não suportou a pressão. Pelo jeito, poderemos chegar ao fim de semana com os três técnicos mineiros demitidos, caso Milito e Seabra não obtenham sucesso nos jogos deste meio de semana, o Cruzeiro, pelo Brasileirão, e o Atlético, pela Copa do Brasil.