Bernard (E) é jogador do Atlético e esteve na vexatória derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, pela Copa de 2014 -  (crédito: Paulo Henrique França/Atlético)

Bernard (E) é jogador do Atlético e esteve na vexatória derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, pela Copa de 2014

crédito: Paulo Henrique França/Atlético

 

Quando você percebe que 10 anos depois do maior vexame da Seleção Brasileira, os 7 a 1, aplicados pela Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, no Mineirão, vários jogadores daquele fracasso são ídolos no Brasil, você constata que o nosso futebol está mesmo na lama.

 

Alguns dizem que esqueceram, mas, eu, jamais. Acompanho o time canarinho pelos quatro cantos do mundo há 40 anos, e nas três primeiras Copas, in loco, o Brasil chegou em três finais, campeão em 1994, vice-campeão na França, e campeão no Japão e Coreia. Sou um privilegiado, assim como todos da minha geração, que viram os fantásticos jogadores. Mas eu também estava no Gigante da Pampulha na maior derrota da nossa história, e vi crianças, senhoras, senhores, chorando e humilhados por Felipão e cia. Eu trocaria qualquer um dos cinco títulos mundiais para não ter sido goleado por 7 a 1. Não esqueço, faço questão de relembrar, e, mais que isso: os próprios fracassados daquele desastre nos relembram a cada rodada do Brasileirão.

 


Daquela turma fracassada e que protagonizou o maior vexame de nossa história, temos em ação no Brasileirão os seguintes jogadores: David Luiz (Flamengo), Marcelo (Fluminense), Luiz Gustavo (São Paulo), Fernandinho (Athletico), Bernard e Hulk (Atlético). Júlio César e Maicon estão aposentados, Dante joga na quarta divisão da Alemanha e Oscar joga na China. Fred também se aposentou. Ainda tinha Thiago Silva (Fluminense), que não jogou, pois estava suspenso. Esse era o time titular.

 

 

Desses todos aí, apenas Hulk justifica o alto salário, pois é ídolo da torcida alvinegra, e realmente tem se destacado. Mas, vale lembrar que em 49 jogos oficiais pela Seleção Brasileira não marcou nenhum gol. Tem 11 gols em amistosos e um pela Seleção Olímpica vice-campeã em Londres, na derrota por 2 a 1 para o México. E vale lembrar também que Hulk nunca jogou num gigante europeu. Teve excelente participação no Porto, mas não ganhou Champions League, e jogou no Zenit, da Rússia, e na China. Mas, no futebol brasileiro, depois de um péssimo começo, onde pensou em rescindir seu contrato, segundo ele mesmo declarou ao Esporte Espetacular, é destaque. Vejam como estamos carentes. Dez anos depois, o ataque do Galo é o da Seleção que tomou de 7, com Bernard e Hulk.


Aí eu pergunto: qual o garoto da base do Flamengo, Fluminense, São Paulo, Athletico, Atlético que vai estar motivado para jogar no time de cima? Se 10 anos depois do maior fracasso da nossa história, a Europa, que chupou o caldo da “laranja”, manda os “bagaços” embora e eles são ídolos e titulares em suas equipes? Aí está o grande problema do futebol brasileiro. Não se valoriza mais as divisões de base.

 

 

Será que o Flamengo não tem um zagueiro em suas categorias inferiores, melhor que Davi Luiz? O Fluminense não tem em Xerém um zagueiro e um lateral-esquerdo melhor que Thiago Silva e Marcelo? O São Paulo não tem um volante melhor que Luiz Gustavo? O Athletico não tem um volante melhor que Luiz Gustavo? O Atlético não tem um jogador melhor que Bernard e Hulk? Realmente estamos na lama e com o pior futebol do planeta bola, não à toa, dividimos a quinta posição nas Eliminatórias com a Venezuela, do ditador Maduro, onde o esporte mais popular é o beisebol.

 

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Estamos na contramão da história, com uma CBF falida, moralmente, pois financeiramente parece uma instituição financeira, dirigentes amadores, técnicos fracos, ex-jogadores em atividade, repatriados, e uma arbitragem caótica. O que mais falta para colocarem a pá de cal no nosso futebol?