Dos 22 jogadores que começaram a partida entre Atlético e São Paulo, quinta-feira, no estádio do Galo, três eram titulares naqueles 7 a 1 aplicados pela Alemanha, de forma piedosa, pois os alemães poderiam ter enfiado 12, mas tiraram o pé, em respeito ao time canarinho e sua história. Sim, 10 anos depois, Bernard e Hulk, pelo Galo, e Luiz Gustavo, pelo São Paulo, são titulares em suas equipes. Tenho até visto muita gente pedir Hulk na Seleção. Mal sabem eles que o atacante teve 49 convocações oficiais e não marcou nenhum gol. Fez 11 em amistosos. Nunca jogou num gigante europeu, nem mesmo em sua melhor fase no Porto, e atuou no Zenit, da Rússia, e na China. Porém, em relação a Hulk, não há como negar: é meio time do Galo e tem jogado muito, há tempos. Desde que engrenou, depois de fracassar em seu começo, quando ele mesmo admitiu, em entrevista ao Esporte Espetacular, que passou várias noites em claro, pensando em rescindir o contrato. Depois disso, virou ídolo da torcida, e mesmo sendo um dos fracassados dos 7 a 1, no futebol brasileiro, é sim referência. Porém, jamais nos esqueçamos do maior vexame da história do nosso futebol.

 

Passam Corinthians e Vasco

Os quatro semifinalistas da Copa do Brasil, que vão duelar em outubro, são Atlético, Vasco, Corinthians e Flamengo. Os dois últimos, donos das maiores torcidas do país. O Vasco com uma torcida também gigantesca, e o Galo com uma massa apaixonada. Assim como apontei que Corinthians, Juventude, Bahia e São Paulo passariam, e acertei apenas 50%, aposto, agora, que Vasco e Corinthians farão a final da competição. Vejam bem: apenas palpite, que todo mundo tem o direito. Se eu analisar, friamente, vou dizer que nenhuma dessas equipes é referência no nosso futebol. O que eles têm apresentado é muito pouco, diante da expectativa criada. Vejo-os no mesmo nível, não esquecendo, é claro, que o Flamengo, tem, teoricamente, dois bons jogadores por posição. O Corinthians tenta se achar, o Vasco faz campanha razoável no Brasileirão, assim como o Galo, seu adversário. Muitos apostam em uma final entre Flamengo e Atlético. Pode acontecer sim, mas aí terão que trazer árbitro de fora, pois os atleticanos não vão confiar em arbitragem brasileira, depois de tantos equívocos e erros de antigos juízes, nesse confronto, sempre a favor do rubro-negro.

 

Sujeira para debaixo do tapete

Ao contratar Depay, o Corinthians mostrou a realidade do futebol brasileiro e dos clubes que ainda não se transformaram em SAFs. O Timão está devendo até as cuecas, dando calote em coirmãos, mas se dá ao luxo de oferecer R$ 50 milhões ao holandês e ninguém fala nada. Não há fair play financeiro, e os dirigentes, amadores que são, vão jogando a sujeira e as dívidas para debaixo do tapete. O presidente fez isso para tentar acalmar os ânimos da torcida e oposição, que pedem o impeachment dele. Clube que não é empresa é mesmo uma vergonha, pois sem dono, os caras fazem o que bem entendem e não são cobrados. O Flamengo votou, essa semana, um projeto que dificulta o clube rubro-negro em virar SAF. Por isso, Rodolfo Landim e sua trupe gastam e jogam no lixo milhões de reais, a cada temporada, com contratações equivocadas, pagando salários absurdos. Na Europa, para um clube contratar um jogador, ele tem que estar limpo, em dia com suas finanças, e sem dever aos rivais. No Brasil, é uma “farra do boi”.

 

Querem dar rasteira em Vini Júnior

Não temos mais um grande gênio da bola no futebol mundial. Messi e CR7 estão na descendente e não vemos substitutos a altura. Porém, não há como negar que Vini Júnior, Mbappé e Bellingham estão acima da média e deverão disputar a Bola de Ouro, da revista France Football, e o melhor do mundo da Fifa, nas próximas temporadas. Vini Júnior fez uma temporada espetacular no Real Madrid, superando até o racismo, e marcando gols na final da Champions League, em Wembley. Fez jogos maravilhosos e eu acredito que sua eleição como o melhor, nos dois troféus, deverá acontecer. Mas já existe um movimento na Europa querendo tirar os possíveis troféus do nosso atleta, pelo fato de ele não jogar bem na Seleção Brasileira. Uma coisa não tem a ver com a outra. Não houve um jogador mais decisivo e competente, quanto Vini Júnior nos gramados europeus na última temporada. Se ele não ganhar os dois prêmios, será uma marmelada pior do que a que deu a Messi, sem merecer, a última premiação de melhor do mundo. Os europeus são corporativistas. Cuidado Vini Júnior, para não ser preterido.

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