O Cruzeiro contratou um grande treinador, atual campeão da Libertadores, e que pensa o futebol para frente. Fernando Diniz é jovem, com conceitos modernos, mas se perdeu assim que foi chamado para dirigir a Seleção Brasileira. O Cruzeiro é um time com DNA ofensivo e isso facilitará as coisas para Diniz. Ele tem um problema: não consegue equilibrar os setores de uma equipe. Do meio para a frente, é muito bom. Defensivamente, um desastre. Espero que tenha estudado e evoluído nesses meses em que está parado.

 

Outra coisa: que ele não treine seu time para ficar tocando bola ali atrás, pois isso chama o adversário para o seu próprio campo, e os riscos são iminentes. Espero também que não exija a contratação de “ex-jogadores em atividade”, como fez no Fluminense, com Felipe Melo, Renato Augusto, Marcelo e outros. O futebol tem que ser pensado com a juventude, a garotada, com gente com sangue nos olhos, em busca de conquistas profissionais e pessoais.

 

 

Dito isso, acredito que a diretoria azul acertou. Entre os técnicos brasileiros, desempregados, Diniz é mesmo a melhor opção. Sei que Alexandre Matos, CEO do clube, é apaixonado pelo trabalho de Cuca, com quem foi campeão no Palmeiras, mas Cuca é indeciso, cheio de manias, e, pelo jeito, não quer trabalhar no momento. Diniz é moderno, pensa grande, mas precisa aparar as arestas que citei acima, para deslanchar de vez. Na Seleção foi um fiasco, perdendo em sequência para Argentina, Uruguai e Colômbia, com futebol abaixo de qualquer crítica. Em clube é diferente, pois tem o dia a dia para trabalhar e executar seu planejamento. O Cruzeiro contratou jogadores de nível, que, nas mãos de Diniz, deverão evoluir. Trazê-lo agora, a três meses do fim do ano, é interessante para planejar o ano de 2025. Se conseguir ganhar a Sul-Americana, já estará salvo o ano e a vaga na Libertadores definida. Caso contrário, é lutar por cada vitória no Brasileirão, para chegar, pelo menos ao G-6, pois não acredito em G-8 para a Libertadores nesta temporada.

 



 

O Cruzeiro tem, agora, um treinador de ponta, de nome e campeão. O que faltava para Diniz eram os títulos, mas ele foi campeão carioca e da Libertadores e isso o pôs em outro patamar. No Cruzeiro, terá toda a estrutura disponível para fazer um grande trabalho, e o contrato até 2026 lhe garantirá formar um time forte em todos os setores. O Cruzeiro, ao contrário do Fluminense, tem um grupo jovem, para 4 ou 5 temporadas, e Diniz terá de pensar com esses atletas. Cássio, William, Wallace, Matheus Henrique, enfim, ele tem jogadores mais rodados e experientes para darem suporte ao grupo. Terá também todo o respaldo da diretoria, e é sabido que Pedro Lourenço, dono do Cruzeiro, vai investir em contratações mais fortes em 2025. Tem tudo para dar certo, mas o futebol não é como fazer mágica. Será preciso o apoio do torcedor e um trabalho muito sério de Diniz.

 


Nas minhas redes sociais e no meu canal de Youtube, percebo que ele não é unanimidade e está longe disso. Há sim uma rejeição ao seu nome, justamente por ter colocado o Fluminense no Z-4 e pelo péssimo trabalho na Seleção. Porém, é preciso dar crédito ao treinador, pois é um novo trabalho. Ele tem um bom grupo, uma diretoria competente, que o apoiará, mas precisará mostrar um grande trabalho. Tem a chance de dirigir um dos times mais ofensivos da história do nosso futebol, pois o Cruzeiro sempre jogou bonito, pra frente, com tabelas, dribles e gols. Se é disso que Diniz gosta, está no clube certo. Mãos à obra, Diniz, boa sorte e honre a tradição desse gigante, no qual você jogou, em 2004, com oito jogos e nenhum gol no Brasileirão. Não será por falta de conhecimento da história que você não será vencedor. Você conhece, e muito, a história desse gigante das Minas Gerais, pois é natural de Patos de Minas, e, talvez, até tenha sido um torcedor do clube na sua infância. Agradeça a chance que o Cruzeiro está te dando. Dirigir esse clube é privilégio para poucos.

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