Ednaldo Rodrigues será julgado na quarta-feira (9) e corre o risco de perder o cargo de presidente da CBF -  (crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Ednaldo Rodrigues será julgado na quarta-feira (9) e corre o risco de perder o cargo de presidente da CBF

crédito: Mauro Pimentel/AFP

 

 

 

O STF adiou, mais uma vez, o julgamento do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para quarta-feira (9). Os sucessivos adiamentos, desde janeiro, quando uma liminar do ministro Gilmar Mendes manteve esse cidadão no cargo, envergonham a nação, pois é sabido que o PC do B é quem está mandando na CBF, por meio do ex-ministro, o baiano, como Ednaldo, Orlando Silva, e também o PT, de outro baiano, Jacques Wagner.

Além disso, denúncias dão conta de que o Instituto de Direito Público, comandado pela família Mendes, fatura cerca de R$ 15 milhões por ano com os cursos ministrados para o futebol, o que impediria o ministro de julgar a questão, mas, como se fosse o dono da lei, ele não entende assim. Dois outros ministros se dizem impedidos de votar – Luiz Fux e Luís Barroso –, pois são éticos ao extremo. A defesa de Ednaldo, na quinta-feira passada, quando adiaram o julgamento pela sétima vez em nove meses, foi feita pelo advogado Paulo Machado Guimarães, que representa o PC do B.

Ednaldo, numa manobra vergonhosa, fatiou a CBF entre partidos políticos e, na verdade, não manda nada. Fatura mais de R$ 1 milhão por mês, entre salários na CBF, Fifa e Conmebol, e mora em um dos condomínios mais caros da Barra da Tijuca, em uma mansão.

Para quem era contador, vive uma vida de sonhos, jamais imaginada por ele. Quando ele assumiu a CBF eu imaginei que faria um grande trabalho, pois o conhecia desde quando era presidente da Federação Baiana de futebol, mas logo percebi que se tratava de um péssimo gestor, centralizador e incompetente ao extremo. Clubes, federações e funcionários o detestam. Se vitimiza dizendo-se negro e nordestino, apelando até ao presidente Lula para se manter no cargo.

Um dos trunfos de Ednaldo e os partidos políticos que o sustentam na cadeira de presidente da CBF é o de dizer que “a Fifa não admite intervenção externa, e que poderá tirar o Brasil da próxima Copa do Mundo”. Se for esse o preço que teremos que pagar para tirar esse incompetente e péssimo dirigente do poder, que paguemos.

O povo brasileiro não se importa mais mesmo com o time canarinho, tão maltratado ultimamente por gente como Ednaldo. Zico deu uma declaração forte de que “nunca mais o povo brasileiro vai se aproximar da Seleção, pois, na sua época, os jogadores todos atuavam no Brasil, e hoje atuam na Europa. Não há mais empatia entre povo e seleção”.

E a CBF deveria cuidar somente do time amarelo, como acontece com as confederações do mundo inteiro. As federações não existem em países sérios, pois no Brasil elas servem apenas para eleger o presidente da CBF e gerir os campeonatos estaduais, falidos, retrógrados e ultrapassados. Segundo alguns vice-presidentes da CBF, a “mesada” dada pela entidade todo mês aos presidentes de federações faz com que eles votem como “vaquinhas de presépio”, mão “molhada”, voto dado.

Espero que nessa quarta-feira haja um julgamento de verdade, coerente, que tire Ednaldo do cargo e promulgue novas eleições, por meio do interventor, que será nomeado, e é o presidente do STJD, Luís Otávio Teixeira Veríssimo.

O Brasil precisa se moralizar no futebol e isso passa pela intervenção na CBF. Ednaldo é um retrocesso sem tamanho, um cara que mal fala o português, que é motivo de chacota nas reuniões da Fifa e Conmebol. O torcedor brasileiro não suporta mais os desmandos nessa entidade bilionária, como se fosse uma instituição financeira, que na verdade está falida, moralmente, sem credibilidade e sem respeito de todos nós.

Que o julgamento seja isento e que possamos acreditar nos ministros do STF. Não posso crer em julgamento de “cartas marcadas”, como colocam alguns colegas da imprensa. Fora Ednaldo Rodrigues, para o bem do futebol brasileiro. A manutenção dele no cargo é considerada por juristas sérios como a “maior aberração jurídica”, mas Gilmar Mendes não entende assim. Por quê será?