O técnico Dorival Júnior acertou a equipe no segundo tempo da partida contra o Peru e o resultado foi a goleada por 4 a 0 -  (crédito: Nelson Almeida/AFP)

O técnico Dorival Júnior acertou a equipe no segundo tempo da partida contra o Peru e o resultado foi a goleada por 4 a 0

crédito: Nelson Almeida/AFP

Durante o dia de terça-feira (15), eu avisei que o Brasil golearia o Peru, que faria 4 a 0 e que a imprensa “passa pano” exaltaria a atuação, desconhecendo a fragilidade do adversário. Fiz até uma aposta na BetNacional, que a partir daquele dia é minha patrocinadora também no meu canal de YouTube, e faturei uns bons trocados.

O primeiro tempo do time brasileiro foi tenebroso, com apenas um chute a gol de Raphinha, em que a bola bateu no travessão, e o gol, em penalidade duvidosa, marcado por ele mesmo. Um Brasil apático, sem criatividade, sem qualidade.

 

 

No segundo tempo, porém, com as mudanças feitas por Dorival, principalmente com a entrada de Luiz Henrique, a equipe melhorou da água para o vinho e construiu a goleada com outro pênalti duvidoso e mais um gol de Raphinha, um golaço de Andreas Pereira, em voleio lindo, e outro de Luiz Henrique, o melhor jogador brasileiro em atividade no país.

A equipe criou situações de gols e poderia ter feito até mais. Quando se pega um adversário desqualificado como o time peruano, é isso que tem que fazer. Golear e garantir os três pontos, como fez a Argentina contra a fraca Bolívia, que é um “leão” na altitude de 3.600 metros acima do nível do mar, e um “gatinho” quando atua aqui embaixo. Os argentinos viram uma exibição de gala de Lionel Messi, que marcou três gols.

 

Messi elege favorito à Bola de Ouro

 

Costumo acertar finais de Copas do Mundo. Em 2010, assim que a Copa da África do Sul acabou, eu disse que Alemanha e Argentina fariam a final do Mundial de 2014, e acertei. Em 2018, assim que a Copa da Rússia foi ganha pela França, eu disse que franceses e argentinos fariam a final de 2022, e assim aconteceu.

Agora eu garanto que a Argentina estará em sua segunda final seguida, nos Estados Unidos, México e Canadá, em 2026, e, se o cruzamento permitir, contra a Inglaterra, de Tomas Tuchel, alemão contratado para iniciar seu trabalho em janeiro.

Pra mim, são as duas seleções mais fortes do mundo, pois a França teve uma queda acentuada. Mas também é possível que chegue a mais uma final, seria a terceira seguida, assim como o Brasil fez em 1994, 1998 e 2002.

Palpite cada um tem o seu, mas eu procuro ir além, estudando as seleções e vendo aquilo que estão produzindo. A safra inglesa é das melhores e Gareth Southgate chegou em duas finais de Eurocopa, seguidamente, perdendo as duas. Pediu para sair, mas fez um belíssimo trabalho.

Já o time brasileiro procura uma identidade. A safra é a pior da história, pois exceto Vini Júnior e Rodrigo, não há protagonismo nos demais convocados. São apenas bons jogadores. Não entendo certas decisões de Dorival Júnior. Levou Willian, do Cruzeiro, melhor lateral-direito da atualidade, para passear em dois jogos e não o pôs. Agora que teria a chance, não o convocou e chamou o péssimo Vanderson. Só é pior que Danilo.

Felizmente com Matheus Pereira, Dorival fez diferente e o utilizou no fim do jogo contra o Peru, quando ele fez uma bela jogada e chutou raspando a trave. Mostrou que tem vaga nesse time. Quando Dorival diz que veremos o Brasil na final da Copa, eu não consigo vislumbrar essa possibilidade.

Quero, sim, ver Neymar, com vontade de jogar bola, armando o jogo para Vini Júnior, Hendrick, Rodrigo, com Luiz Henrique numa das extremas. Neymar é nosso único craque, mas só voltará aos gramados em janeiro, completando mais de um ano ausente do futebol.

 

Veja a classificação das Eliminatórias após goleada do Brasil

 

Não sei até que ponto isso comprometeria seu desempenho, que, cá pra nós, nunca foi essas coisas, principalmente contra as grandes seleções. Neymar seguiu a carreira de “celebridade”, esquecendo-se de jogar o futebol, para o qual nasceu. E, com 34 anos, em 2026, não é nenhum Messi para desequilibrar e fazer a diferença num Mundial. Tomara que eu esteja errado.

O Brasil fez seis pontos em cima dos piores adversários dessas Eliminatórias: Chile e Peru. Contra os grandes, levou três porradas: Argentina, Uruguai e Colômbia. Em novembro, terá a chance de ganhar da Venezuela, no país da ditadura de Maduro, e do Uruguai, em solo brasileiro. Vamos ver se a coisa vai engrenar!

O horário das 21h45 é indecente para um país violento como o Brasil, mas a emissora detentora dos direitos de transmissão não liga para o torcedor. Ela quer faturar milhões e ter a exclusividade. Acho isso uma coisa indecente. A CBF deveria pulverizar os jogos entre todas as emissoras do país, e nos permitir escolher onde queremos assistir.

Não suporto os “Pachecos”, que vendem um produto que não existe, como se fosse a oitava maravilha. Estamos aliviados com o quarto lugar, dividindo a mesma pontuação com o Uruguai, mas ainda estamos léguas do ideal. Temos um ano e meio para a Copa, e até lá, é trabalhar o grupo e ter os 11 titulares o mais rápido possível.

Parreira me disse que um técnico de seleção tem que ter a equipe pronta a um ano da competição. Então, Dorival tem até junho de 2025 para mostrar o time, sua evolução e a possibilidade de cumprir o que ele prometeu: que vamos estar na final da Copa, em New Jersey.