Vinícius Júnior será eleito o Bola de Ouro, esta noite, em Paris, pela Revista France Footbaal e pela Uefa. Não tenho a menor dúvida disso, a não ser que o racismo, que impera na Europa, e, principalmente, na Espanha, tirem nosso craque do lugar que está destinado a ele.
Nos últimos três anos, não houve nenhum jogador que superasse nosso brasileirinho. Vini Júnior ganhou a Champions League na temporada 2021-2022, em Paris, fazendo o gol do título, depois de uma temporada brilhante. Na temporada passada, 2023-2024, também ganhou a 15ª Champions League para o Real, a sua segunda, marcando contra o Borussia, em Wembley, com outra performance espetacular.
Então, meus amigos e minhas amigas, querer eleger Bellingham ou Mbappé não será justo e mostrará o quão esse tipo de eleição ficará sob suspeita. É preciso lisura, transparência e decência. O segundo ou terceiro lugar não me interessam, o que vale mesmo é ver Vini Júnior no lugar mais alto do pódio, na noite de hoje.
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Imagino a alegria dos pais, parentes e amigos do craque brasileiro, que saiu de São Gonçalo para brilhar no mundo. Começou nas divisões de base do Flamengo, mas logo despertou o interesse do maior clube do mundo, o Real Madri, que não hesitou em pagar R$ 160 milhões por aquele jovem talentoso e promissor.
Chegou à Espanha cedo, tímido e questionado. Zidane teve uma conversa com Florentino Perez, presidente do clube merengue e pediu para que ele negociasse o jogador, pois não acreditava nele. Perez bateu o pé e disse não. Ele estava certo. Vini Júnior se transformaria num dos maiores jogadores da atualidade, e viu em Carlo Ancelloti, o técnico, o parceiro, o conselheiro, para crescer e se tornar o melhor do mundo. Não tenho a menor dúvida de que ele ganhará também o prêmio da Fifa de melhor jogador do planeta, no fim do ano.
Vejo nos jornalistas europeus um certo preconceito com atletas brasileiros. A inveja é um sentimento mesquinho, e, além disso, eles são corporativistas e querem sempre eleger um europeu. Lembro-me da Copa de 2002, quando Ronaldo Fenômeno foi artilheiro com oito gols, e a Fifa elegeu o goleiro alemão Oliver Kahn vice-campeão, que levou dois gols de Ronaldo, na final, o melhor daquela Copa.
Curiosamente, a eleição foi feita antes da final. Uma vergonha. O próprio Kahn ficou envergonhado em receber o troféu. Espero que haja uma eleição limpa, transparente e isenta, para que o Brasil volte ao topo com um atleta nosso. Além de craque nos gramados, Vini Júnior tem um estafe de alto nível, a começar pelo seu empresário, amigo e “pai”, Frederico Pena. Mineiro de BH, filho de dois médicos, que estudou nos Estados Unidos e fala seis idiomas.
Fred vai além do empresário, orienta seus atletas e os forma como cidadãos e homens. O sucesso de Vini Júnior deve muito a Fred e toda a sua equipe, que é numerosa e talentosa. Além do atacante do Real Madri, Fred cuida também de Endrick, outro garoto maravilhoso, que segue os passos do compatriota. Gosto sempre de destacar os grandes empresários, pois são poucos os que trabalham com seriedade. Frederico Pena é sócio também do raper Jay-Z, um dos fenômenos da música mundial.
Então, meus amigos e minhas amigas, todos temos o compromisso de assistir a cerimônia e torcer muito pelo nosso craque. Desde que Kaká foi eleito o Melhor do Mundo, em 2007, temos passado em branco. Mas este ano, não. Ganharemos em dose dupla com Vini Júnior e os prêmios Bola de Ouro e Melhor do Mundo.
São 17 anos na fila, na seca, mas isso vai terminar esta noite, em Paris, Cidade Luz. Estamos com você, Vini Júnior. Você é um garoto de ouro e sua luta contra o racismo, que é a luta de todos nós, o enobrece ainda mais. Vai lá, garoto, sobe naquele palco e erga o seu troféu, merecido, suado e conquistado com suor e lágrimas. Por mais Vini Júniors no mundo e no futebol.