Arana e Deyverson comemoram a classificação do Atlético, diante do River Plate, para a final da Libertadores, em Buenos Aires -  (crédito: JUAN MABROMATA / AFP)

Arana e Deyverson comemoram a classificação do Atlético, diante do River Plate, para a final da Libertadores, em Buenos Aires

crédito: JUAN MABROMATA / AFP

O Atlético passou 40 anos no ostracismo, sem ganhar um título importante, até que Alexandre Kalil, assumiu o clube e ganhou a Libertadores, inédita, além da Copa do Brasil e da Recopa. Nélson Campos, um dos grandes que o time mineiro teve, ganhou o primeiro Brasileiro, em 1971, fazendo história. É bom lembrar que outros presidentes também fizeram grandes trabalhos, mesmo sem ganhar taças. Elias Kalil, Valmir Pereira, Nélio Brant e por aí vai.

 

Veio o ano de 2021 e o Atlético voltou a ser protagonista, ganhando a Copa do Brasil e o Brasileiro. Quase chegou à final da Libertadores, mas o regulamento do gol fora de casa o eliminou e colocou o Palmeiras na decisão. Foram mais dois anos sem ganhar nada, até que este ano, desacreditado pela campanha mediana no Brasileirão, priorizou as Copas e está com 100% de aproveitamento, chegando às duas finais.

 

Na Libertadores, vai encarar o Botafogo, em mais uma final brasileira. Como os times argentinos já não são ameaça, temos tido finais consecutivas. Eu já disse que uma competição que pode até dar G-9 é vergonhosa. Quando a Libertadores era disputada pelo campeão e vice dos 10 países da América do Sul, era de alto nível e grandes jogos. Isso acabou com a ganância da Conmebol por dinheiro.

 

 

Mas isso não é o tema do momento e sim a volta do Atlético como protagonista. Eu tenho uma máxima de que o importante é que o objetivo foi cumprido: chegar à final. Ganhar ou não é outra história, pois as duas equipes que chegam, no caso Botafogo e Atlético, têm condições de levantar o troféu. Nem favorito eu vou apontar, mesmo sabendo que o Botafogo pratica o melhor futebol por essas bandas. São duas equipes que têm poucas taças em suas galerias.

 

O Botafogo, por exemplo, ganhou o Brasileirão em 1995, e de lá para cá, amargou insucessos. Porém, nas mãos de gente séria, o americano John Textor, o time da estrela solitária voltou a sonhar e pode ter uma conquista inédita, já que nunca havia chegado a uma final de Libertadores.

 

O Galo, que tem uma das melhores SAFs do país, também não tem essa experiência toda, justamente por ter chegado em poucas finais. No começo da competição, essa decisão jamais seria imaginada, nem mesmo pelos torcedores mais otimistas de Botafogo e Atlético.

 

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A preocupação do time mineiro é a arbitragem. Na final também da Copa do Brasil, vai encarar o Flamengo, a quem os atleticanos odeiam. Uma coisa até patológica, pois acusam o time carioca, 8 vezes campeão brasileiro, 3 vezes da Libertadores e 4 vezes da Copa do Brasil, de ganhar seus títulos “roubados”. É um complexo exagerado, tudo por causa da péssima arbitragem de José Roberto Wright na semifinal da Copa Libertadores de 1981, como se Zico, Júnior, Andrade, Adílio e cia tivessem culpa da lambança que o juiz fez. Acho curioso que quando o Atlético é favorecido o silêncio é sepulcral.

 

Já sugeri: peguem o Wilmar Roldan, que apitou o segundo jogo contra o River, e o tragam para o jogo de domingo. Assim, aquele que ganhar na bola não terá a contestação do outro. Dane-se a CBF. Que os clubes, inimigos que são, se unam, e gastem para trazer arbitragem completa, inclusive VAR, de fora. Para depois não ficarem chorando por um pênalti não dado, um impedimento mal marcado e por aí afora.

 

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O atleticano tem que ter a grandeza de curtir seu momento, sem mágoa, sem ódio, sem buscar o passado. Tem garoto de 10 anos que não sabe nem o que se passou em décadas, que aprendeu a odiar o Flamengo por conta do ódio transmitido pelo pai. O atleticano tem que aproveitar o grande momento. Duas finais no mesmo ano, em condições de ganhar as duas. Ficar destilando ódio, veneno, intriga, não vai levar a lugar algum.

 

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E, para fechar, eu pergunto ao cidadão: o que vai mudar na vida de botafoguenses, atleticanos e flamenguistas se suas equipes forem campeãs? Vocês terão aumento salarial? Vão ganhar casa própria? O país deixará de ser violento, corrupto e imoral como tem sido nos últimos tempos? Vão ganhar prêmio pela possível conquista? Portanto, lembrem-se da velha frase de Arrigo Sachi: “o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida”. Curtam seu grande momento, com amor, sem ódio, com diversão, sem estresse, com paixão, sem nunca perder a razão.