O Mineirão, ou “Toca 3”, como gostam de chamar os cruzeirenses, mais cedo ou mais tarde, será mesmo do time azul, não tenho a menor dúvida disso. Não há a menor necessidade de o Cruzeiro construir um estádio novo, já que ali no Gigante da Pampulha acostumou-se a ganhar taças e os títulos mais importantes de sua história, sempre com público gigantesco.

Foi ali que pôs mais de 130 mil pessoas, em um jogo pelo Campeonato Mineiro, contra o Vila Nova, numa demonstração do que é a “China Azul”, nomenclatura dada pelo saudoso atleticano, o escritor Roberto Drumond. O Mineirão pertence à Minas Arena, que pagou por ele, por isso, Pedro Lourenço, homem de diálogo e muito bem quisto, empresário dos mais respeitados do país, e dono do Cruzeiro, está tratando essa questão com muito carinho e, sem pressa, mas com a seriedade necessária. Na hora certa, anunciará ao seu torcedor que a “Toca 3” será do clube, já que o Atlético Mineiro tem o seu belíssimo estádio, e o América administra o Independência, em regime de comodato.

 



 

O nosso site, NoAtaque, anunciou que Pedro Lourenço, dono do Cruzeiro, e Rubens Menin, dono majoritário do Atlético, estão conversando para que tenhamos, na próxima temporada clássicos com torcidas divididas. Parabéns aos dois. É disso que precisamos, para mostrarmos às autoridades, que até aqui têm se mostrado incompetentes, que desejamos, sim, o caminho do entendimento, da paz e da civilidade.

Ser atleticano ou cruzeirense não é sinônimo de inimizade e, sim, de rivalidade, mas sempre com consciência, respeito e coerência. Vestir uma camisa diferente não torna ninguém inimigo. A preferência por um clube ou uma cor é um direito sagrado de cada cidadão. Aliás, uma das poucas escolhas que ainda se pode fazer nesse Brasil “vermelho”, que está muito próximo da ditadura e do comunismo, com um desgoverno jamais visto na história.

 

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Ao falar sobre o tema no nosso programa JaeciCarvalhoEsportes, de segunda à sexta-feira, às 19h, no meu canal no YouTube, já surgiram as dúvidas. Como o estádio do Atlético tem capacidade para 45 mil espectadores, o torcedor do Cruzeiro já questiona “de que forma seria feita essa divisão, já que no Mineirão cabem 65 mil”? Se na arena do Atlético Mineiro teremos, por exemplo, 22.500 cruzeirenses e 22.500 atleticanos, em caso de torcida dividida, sugeri que quando o confronto for no Mineirão, tenhamos, por exemplo, 42 mil cruzeirenses e 22.500 atleticanos.

Seria justo. Mas isso é assunto para se definir mais pra frente. O importante é que dois empresários, dos mais bem-sucedidos do país, estão pensando em dar uma resposta aos torcedores do bem, mostrando que eles podem, sim, conviver em harmonia, na casa de cada um deles, num clássico. O entendimento e o diálogo são as melhores armas. Que convidem os chefes de torcidas organizadas, façam uma triagem e afastem os bandidos, pois o lugar deles não é num estádio de futebol, mas, sim, na cadeia.

 

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Cruzeiro e Atlético são SAFs, para mim, as duas melhores do país, e como tais estão dando um exemplo de gestão, qualidade e transparência. Num país violento e desigual como o Brasil, é necessário que as cabeças pensantes e do bem tomem a iniciativa de mostrar que ainda somos capazes de organizar clássicos, com torcidas divididas, onde o ir e vir não será cerceado, e o torcedor poderá sair de casa e voltar para ela em segurança.

Estádio de futebol é lugar de lazer, prazer, se emocionar, sorrir, chorar, mas tudo dentro do limite da civilidade e do respeito. Estamos dando um passo gigantesco para que tenhamos as torcidas divididas, como sempre foi no Gigante da Pampulha, e pode voltar a ser, agora também, na novíssima arena do Galo.

 

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Parabéns aos donos dos clubes pela iniciativa. Rivais nos 100 minutos, com o tempo de acréscimo, sim, inimigos, jamais. O futebol só tem razão de existir para unir povos e pessoas de todos os níveis e classes sociais. Qualquer coisa fora disso, não representará o esporte bretão. Pela torcida dividida sim, e pela paz nos estádios.

 

 
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