Na coluna de segunda-feira, eu avisei que somente o racismo tiraria a Bola de Ouro de Vinicius Jr., e não deu outra. Os jornalistas europeus, racistas, corporativistas e sem transparência, ignoraram o que o craque brasileiro fez na temporada 2023/24, que culminou com a décima quinta conquista da Champions pelo Real Madrid, com gols de Carvajal e Vini, que ficaram em segundo e terceiro lugares, e o espanhol Rodri, o ganhador do prêmio da Uefa e France Football. Foi uma vergonha e o próprio Rodri, que merecia o título na temporada 2022/23, estava com o sorriso amarelo. Na plateia, um clima de velório, pois ninguém imaginava um enredo tão cruel e triste. Esse prêmio está desmoralizado e não tem mais credibilidade nenhuma. Rodri é um belo jogador e nada tem a ver com isso, mas, na temporada passada, não foi melhor que Vini Júnior. As vaias do público, do lado de fora do local da cerimônia, em Paris, deram o tom do que aconteceria lá dentro.
Vi Seedorf envergonhado, Gullit surpreso e vários outros ex-jogadores, convidados para a cerimônia, decepcionados. A rainha Marta não conseguia esconder a tristeza. Na manhã de segunda-feira, recebi uma ligação de Frederico Pena, empresário de Vini, e ele me disse que o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, havia mandado cancelar o voo, que levaria 100 pessoas a Paris, inclusive, Vini, Carvajal e Ancelotti. Eles foram avisados que Vini não ganharia a Bola de Ouro. Eu fiquei incrédulo, mas Fred me disse: “Jaeci, você acertou em cheio e foi muito feliz em sua coluna. O racismo tirou do nosso Vini Júnior a Bola de Ouro.” Confesso que fiquei triste, mas ainda alimentava uma pontinha de esperança que algo mudasse até a hora da premiação, e que a Uefa pudesse rever o grave erro. Na hora que anunciaram o Rodri, tive vontade de vomitar.
A luta de Vini Júnior contra o racismo, que é uma luta de todos nós que somos do bem, incomoda muita gente, principalmente na Espanha, um dos países mais racistas do mundo. O fato de ele não ser europeu complica ainda mais, uma covardia sem tamanho. Em pleno século 21, em 2024, e percebermos que há covardes, canalhas e racistas é realmente decepcionante. Os 100 jornalistas que votaram, com certeza votaram contra os protestos do nosso craque, pois, ao invés de apoiá-lo, preferem condená-lo por sua luta. Se a votação fosse honesta e pelo futebol apenas, Vini ganharia de balaiada, de goleada. Mas o ser humano é cruel. Imaginem a tristeza dos pais de Vini, dos parentes, amigos e colegas! Porém, se a Uefa e France Football pensam que ele vai desistir estão enganados. Conforme ele publicou em seu post: “agora eu vou fazer 10 vezes mais”. É isso mesmo garoto. Sua luta não será inglória e você tem o apoio de todas as pessoas que abominam o racismo. Que se dane a Uefa e esses jornalistas inescrupulosos. O universo vai mostrar a eles a tamanha injustiça que cometeram. Mais cedo ou mais tarde, serão penalizados.
No fim do ano, teremos a votação para o Melhor do Mundo, prêmio da Fifa. Espero que Vini Júnior seja eleito e que a entidade maior do futebol, técnicos, jogadores e jornalistas não cometam o mesmo erro cometido agora. Não sou corporativista pelo fato de Vini Júnior ser brasileiro. Sou pelo justo, pelo certo, pela decência e transparência, coisa que as entidades que dirigem o futebol parecem não conhecer. Não acredito mais na Uefa, nem tampouco na Fifa. Vejo o presidente Gianni Infantino, “boleirão”, fazendo média mundo afora, inflando competições e criando outras, sem o menor propósito. O Mundial do ano que vem, aqui nos Estados Unidos, é prova disso. Os clubes europeus não querem a competição. Enfim, o futebol, que tanto prazer me deu, hoje me dá nojo. Vini Júnior pode não ter sido eleito de fato, mas, de direito, ele é sim o melhor jogador do planeta, queiram ou não os racistas!