O Cruzeiro tem de hoje até o dia 23, ou seja, 12 dias, para mudar seu futebol da água para o vinho e tentar a conquista inédita da Copa Sul-Americana. Acostumado a ganhar a Copa Libertadores, tem de se contentar com este momento, pois em 2019 foi jogado aos leões por gestões terríveis. Antes da grande decisão, haverá um jogo contra o Corinthians, pelo Brasileirão, mas aí é entrar com time reserva mesmo.
O jogo da vida será contra o Racing, pois além da taça, o time mineiro garantirá vaga na Libertadores do ano que vem e vai faturar uma boa grana. Na gestão Pedro Lourenço, o time está além da expectativa, disputando o Brasileiro entre os ponteiros desde o começo da competição, chegando à surpreendente final da Copa Internacional.
Esse gigante conhece bem os atalhos para uma decisão e, quando chega, dificilmente perde. Porém, hoje, está alguns degraus abaixo do oponente, mas a camisa pesada e gigantesca, que representa Minas Gerais para o mundo, por suas conquistas e tradições, precisa ser respeitada, e os argentinos conhecem muito bem a força de “La Bestia Negra”.
Não estou gostando do trabalho de Fernando Diniz, embora o considere um treinador que pensa moderno. Me irrita a quantidade de toques para trás e a exposição do goleiro, com toque de bola de laterais e zagueiros para ele. Cássio, aos 37 anos, é um gigante com as mãos e nunca se preocupou em jogar com os pés.
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Em um lance ou outro, tudo bem, mas o tempo todo não dá! Além de chamar o adversário para a área, você fica mais distante do gol. O Cruzeiro não chuta de fora da área. Esse poderia ser um grande trunfo de Matheus Pereira, que pra mim é um jogador diferenciado, mas que vive má fase há alguns meses.
A gente só cobra de quem tem talento, e ele é o cérebro da equipe. Precisa se empenhar mais em campo, e, numa decisão, mostrar do que é capaz.
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Sugeri que Diniz concentre a equipe a partir de hoje, na Toca 2, e só libere os jogadores após a decisão. No máximo, um almoço em casa no próximo domingo e pronto. Será que os jogadores, que ganham milhões por ano, não podem ficar 12 dias concentrados, comendo filé mignon, com nutricionista, fisiologista, médico, fisioterapeutas, refeitório, sala de cinema, campos espetaculares, visando a taça e a alegria dos torcedores?
É o mínimo que deveriam fazer, para retribuir o carinho do seu torcedor. A China Azul tem lotado os jogos do Cruzeiro e apoiado, mesmo nos piores momentos.
O Cruzeiro não vem bem e não é normal. Apesar de Diniz estar no comando há pouco mais de um mês, o futebol apresentado até aqui não cresceu nem um centímetro. Jogadores que parecem descompromissados, que não se empenham em treinar pontaria, no caso dos atacantes, ou marcar melhor, caso do volante Wallace, que até agora não mostrou ser aquele excepcional volante, da época do Grêmio.
Por isso, essa “internação” na Toca faria bem ao grupo, para que os jogadores se unam mais e treinem mais. O gol que Kaio Jorge perdeu diante do Flamengo é a prova de que não treina. Qualquer centroavante mediano sabe que aquele tipo de bola é só chapar que ela entra. Mas, ansioso, deu um chutão, sem direção, quando o gol estava escancarado.
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Reaprender a dominar uma bola, fazer uma tabela, treinar cabeceios não é vergonha. Há jogadores que chegam sem conhecer os fundamentos básicos do futebol, pois as divisões de base dos clubes não têm mais essa preocupação.
Enfim, a sugestão está dada. Que Diniz concentre o grupo e que possamos ver um Cruzeiro diferente, melhor e determinado a buscar o troféu inédito. Essa camisa é reconhecida e temida, mundialmente. O gigante despertou e voltou a disputar taças, o que é normal na história do clube. Alguns invejosos dizem que “quem vive de passado é museu”. Eu penso diferente: só quem tem passado glorioso de taças e títulos pode ter história!
Esse é o DNA do Cruzeiro. Um clube fadado a conquistas, a disputas importantes, que sempre representou e representa o estado de Minas Gerais para o Brasil e para o mundo. Que a China Azul invada Assunção sabedora de que o futebol que será apresentado lá será em nível do gigante das Minas Gerais. Pela conquista da taça inédita e pela concentração dos jogadores.