O povo brasileiro se cansou da Seleção Brasileira e dos desmandos da CBF. O golpe dado pelo atual presidente – que, com a unânime ajuda dos presidentes de federações, mudou o estatuto para poder ocupar o cargo por três mandatos de quatro anos, transformando a entidade numa “ditadura” – foi a pá de cal para enterrar o pouco de decência e dignidade que havia no nosso futebol. Vale lembrar que Ednaldo Rodrigues não poderia ter convocado essa assembleia e nem mudado nada, já que está no cargo baseado numa liminar de Gilmar Mendes, que segundo reportagens da Folha, tem seu escritório e de seu filho prestando serviços para a Academy CBF, com faturamento de R$ 15 milhões anuais.
Gilmar Mendes é o ministro que também votou pela soltura do estuprador Robinho, mas está sendo voto vencido, já que está 5 a 1 pela manutenção da prisão do ex-jogador. Os outros ministros são coerentes com seus votos. Toda polêmica que envolve o STF tem o ministro Gilmar Mendes à frente. Lembro-me de uma discussão do ex-ministro Lewandovsky com ele, em que disse: “O senhor não pode nem sair as ruas tamanha a sua rejeição”. Tirem suas conclusões, pois a minha já tirei há tempos.
A Seleção Brasileira teve o desrespeito de empatar com a Venezuela duas vezes nestas Eliminatórias. Um descalabro. Um time sem rumo, sem direção, sem absolutamente nada. Entrei ao vivo, no meu canal de Youtube, no nosso programa JaeciCarvalhoEsportes, e meus telespectadores, em maioria esmagadora, nem sabiam que o Brasil iria jogar.
Curioso que quando o jogo é num país de ditadura como a Venezuela a Globo se adequou ao horário imposto por Maduro, 18h. A emissora teve que mudar sua programação. Porém, quando o jogo é no Brasil, para atender ao capricho da Globo, a CBF põe a partida às 21h30, num país violento em horário criminoso. Viram como o sistema funciona?
Pior que tudo isso é ver comentaristas enaltecendo o time brasileiro pelo primeiro tempo. Parecia que era final de Copa do Mundo, e que o Brasil encarava a Alemanha. Os mesmos que ao final da partida, empate em 1 a 1, não sabiam o que dizer. É uma “babação de ovo” sem explicação. Eximo meu amigo Luís Roberto, que tem que vender emoção mesmo sendo o produto ruim. Luís é um craque no que faz e consegue, com sua competência, transmitir emoção, mesmo num jogo péssimo.
A Seleção Brasileira já parou o país, no passado, mesmo quando jogava amistoso, pois os caras que vestiam a camisa amarela eram realmente jogadores de verdade, que, como diz o torcedor, “não precisavam de empresários para serem convocados”. Naquela época, bastava ser um grande jogador, e a convocação era certa e comemorada por todos nós.
A piada do ano foi ouvir Dorival Júnior, de quem gosto e respeito, dizer que “o Brasil vai estar na final da Copa de 2026”. Essa piada foi melhor que a do “papagaio”! Esse time sem corpo, alma, sem jogadores de qualidade, exceto Vini Júnior, Rodrygo e Raphinha, não nos representa e não tem a menor chance de chegar nem entre os oito melhores, quanto mais de disputar a taça.
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Nosso futebol agoniza como quase tudo no país. Violência, corrupção, falta de saúde e educação, enquanto quem governa como filé mignon, toma cachaça e dorme em palácios. E, quando precisa de médico, vai nos melhores hospitais do país, enquanto o povo passa fome e encara uma fila do SUS sem saber se será atendido ou se morrerá antes disso.
O futebol é apenas reflexo de uma sociedade desorganizada, de um país corrupto e dos desmandos. O futebol só é um mundo à parte na questão salarial, que extrapola a racionalidade. No mais, é reflexo desse país da fantasia e da mentira.