O Atlético não perdeu apenas o bicampeonato da Copa Libertadores por sua postura covarde e equivocada diante do Botafogo, com um homem a mais o jogo todo. Perdeu prestígio mundial, pois não estará na próxima edição da principal competição do nosso continente, e nem tampouco no Mundial de Clubes deste fim de ano e no primeiro torneio com 32 clubes, ano que vem, nos EUA.
Juntando-se a tudo isso, grande prejuízo financeiro. O time pagou por iludir sua torcida, que o achava a oitava maravilha, enquanto eu venho afirmando, há tempos, que é um time bem comum, mediano mesmo, que tem Hulk, um grande jogador; Éverson, um baita goleiro; Guilherme Arana, lateral-esquerdo de verdade; e alguns lampejos de Gustavo Scarpa. Paulinho é uma grande decepção nos jogos decisivos, o meio-campo é ruim e a defesa, inconstante.
Os atleticanos se achavam superiores ao Flamengo, na decisão da Copa do Brasil, e ao Botafogo, na final da Libertadores, quando na verdade, quem enxerga o futebol, sabia que isso era uma grande ilusão. Ter chegado a duas finais foi mérito, mas em função dos adversários fracos que enfrentou. Quando trombou com os dois melhores times do Brasil, mostrou a sua realidade.
A saída de Rodrigo Caetano foi um desastre. Era ele o grande homem que comandava o futebol, que mapeava jogadores e que fazia as contratações pontuais. Victor, ídolo da torcida pelo pênalti defendido na Libertadores de 2013, em cobrança de Riascos, poderá se tornar um bom diretor de futebol, mas, por enquanto, é muito cru para a função.
Esse negócio de colocar ídolo em determinada função nunca deu certo. É preciso maturidade, estratégia, competência para assumir tal cargo. Quando Caetano saiu, a diretoria deveria ter buscado outro executivo de qualidade no mercado. Victor até poderia fazer parte do time, mas, jamais como o principal homem do futebol.
Quando não se admite a verdade, o tombo é maior, e o Atlético se deitou em cima da ilusão de ter um grande time. Jamais teve. Exceto Hulk, quem mais seria titular do Botafogo, por exemplo?
Venho falando há tempos que o time é limitado, mas os atleticanos não gostam de ouvir verdades. São odiosos, não respeitam seus adversários e demostraram falta de grandeza quando colocaram o hino do clube bem alto para tentar inibir o campeão da Copa do Brasil, Flamengo, de receber as medalhas e o troféu e comemorar o título.
Você tem que saber receber em sua casa, e, mais que isso, ter fair play, respeito esportivo. O que vimos na moderna e bonita arena atleticana foi uma vergonha, e, até hoje, ninguém foi demitido. Parece que tudo o que aconteceu foi normal. A punição do STJD foi branda, como acontece com todos os clubes que cometem erros.
O Atlético não é terra arrasada por ter perdido duas taças em tão pouco tempo, mas precisa repensar muita coisa. A prova de que o time é limitado foi mostrada nos 100 minutos do jogo de sábado. Com um jogador a mais desde o começo, limitou-se a “chuveirinhos” infrutíferos. Um time mal treinado, com um técnico bem omisso. No Brasileirão, faz campanha pífia para quem se acha em nível de Flamengo, Palmeiras e Botafogo. Apenas se acha!
Quando os profissionais da imprensa falam a verdade e fazem as críticas necessárias, jogam os torcedores contra eles e preferem mentir e iludir sua gente. Claro que há aqueles que bajulam, que dizem que é um “timaço” e que agradam ao torcedor. Porém, quando a realidade é mostrada, como foi nas duas finais perdidas, o próprio alvinegro percebe a fragilidade da equipe.
É sabido que Rodrigo Caetano está infeliz na CBF, pois ninguém suporta trabalhar com o presidente Ednaldo Rodrigues, que não dá autonomia. Por que o Atlético Mineiro não o chama para uma conversa e tenta levá-lo de volta? Uma reformulação de mentalidade, de elenco e de postura tem que começar pela volta de Rodrigo Caetano.
Não vejo demérito em perder duas finais, mas sim na forma como o Atlético perdeu, com futebol pobre, omisso, com um técnico confuso e jogadores que pareciam descompromissados. Perder ou ganhar uma final faz parte, mas o torcedor deve estar envergonhado da forma como a equipe se portou. Sem brio, sem qualidade, sem comprometimento.