Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho
JAECI CARVALHO

O país do futebol doente e dos "Neymarzetes"

Reconheço no Neymar um jogador diferente, fora de série, mas não a ponto de compará-lo com nenhum dos campeões do mundo em 2002

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O Santos repatria Neymar, aquele mesmo que ganhou US$ 200 milhões (R$ 1,2 bilhão) para fazer sete jogos na Arábia Saudita, o mesmo que já havia recebido R$ 1 bilhão para fazer 174 partidas pelo PSG, em 6 anos de contrato. O mesmo que fez seu cruzeiro particular quando estava se recuperando de uma grave cirurgia no joelho. O mesmo cara que também foi para a avenida de Carnaval, apoiado em muletas, depois de mais uma cirurgia. Neymar é aquele que tem dezenas de gols pela Seleção Brasileira, mas que nunca marcou um gol importante contra adversários gigantes como o Brasil.

 

Neymar é aquele que para alguns idiotas, é intocável, e falar a verdade sobre ele nos torna “invejosos e racalcados”. Dia 5, ele e o português Cristiano Ronaldo fazem aniversário, e essa é a única semelhança entre eles, já que o português ganhou cinco bolas de ouro como o melhor do mundo, cinco Champions League, uma Eurocopa, entre os títulos mais importantes. Já Neymar....Neymar fará 33 anos e é tratado como um bebê até hoje, cercado de asseclas, baba-ovos e puxa-sacos. Bajulado por muitos e aplaudido por poucos que ainda conseguem enxergar o futebol como algo claro e transparente, que na verdade não é mais. Os “Neymarzetes” estão delirando ao vê-lo voltar ao Santos, ainda que seja apenas até o fim de julho, como muitos especulam. Falar de Neymar é comprar briga com os haters e uma geração tão perdida quanto o bilionário pobre homem.


A apresentação de Neymar, na Vila Belmiro, sexta-feira, foi um espetáculo grotesco, com vários artistas, dessa turma do “Lula-cerveja-picanha”, aqueles que sempre se aproveitaram da ignorância do povo para se dar bem. O que menos importa para os torcedores e para essa gente que lá estava é saber se ele vai jogar futebol condizente com o que dele se espera. Depois de ficar ainda mais bilionário, “vendendo um produto” que não entregou, conseguiu ludibriar até mesmo os árabes, que são considerados duros na queda em negociações esportivas. Realmente o talento desse homem, que deveria ser mostrado nos gramados do mundo e na Seleção Brasileira, em busca de uma Copa e de ser o melhor jogador do planeta, é “espetacular” fora das quatro linhas.


Reconheço nele um jogador diferente, fora de série, mas não a ponto de compará-lo com nenhum dos campeões do mundo em 2002. Ele, que se pôs no lugar de Rivaldo naquele time, não engraxaria nem a chuteira de treinos do melhor do mundo em 1999. Pretensioso que é, numa entrevista grotesca ao gênio Romário, esse sim melhor do mundo e ganhador de tudo, “tirou Rivaldo” daquele time para formar o ataque com Ronaldinho e Ronaldo. Mal sabe ele que Rivaldo foi o nome daquela Copa, mais importante que o Fenômeno, que marcou 8 gols e foi o artilheiro, inclusive marcando os dois gols da vitória na final sobre a Alemanha. Neymar foi uma grande promessa, uma grande decepção e um grande engodo. Reafirmo que talento ele tem de sobra, mas o mundo de celebridade ou subcelebridade – jamais, na minha visão, um jogador terá o status de um astro de cinema – o encantou e ele apareceu mais nas capas de revistas, jornais e televisões, ou nos escândalos em sua vida pessoal, na qual não me meto e nem me interessa saber. Fazer festa na pandemia, “pois seus convidados estavam todos testados”, enquanto na casa ao lado a sua tinha gente morrendo por falta de ar, pouco importou para ele e sua trupe. “Que se danem os outros”. Ah, mas ele tem o Instituto Neymar, que ajuda muitas crianças e muita gente. Que bom, que pelo menos esse lado humano seja um destaque na vida dele. Se não fosse isso, não sobraria nada para elogiarmos nesse cidadão.


Enfim, esses são os novos tempos, de exibição, de aviões, helicópteros, mansões, carrões. “Somos invejosos”, dirão os “Neymazertes”. A mim, não importa que rótulo me deem. Prefiro os jogadores e o futebol dos anos 1990 para trás, onde havia pouco dinheiro, muito talento e muito craque, além, é claro, de pessoas, figuras humanas maravilhosas, como Zico, exemplo mundial, Cruijff, Zidane e tantos outros gênios na bola e na vida. Neymar é do Santos, Tite, que sempre foi seu capacho, está a caminho, e para o torcedor santista é isso o que importa. “Viva a pirotecnia, viva o país do faz de conta e viva o futebol dos pinóquios, Brasil afora”.

 

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