
Eleição de Ednaldo foi democrática e deu a ele a unanimidade inédita
Minhas críticas são ao dono do cargo, ao presidente da CBF, jamais à pessoa do Ednaldo, com quem sempre tive ótimo relacionamento
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Tenho sido um crítico ferrenho do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, porque vejo nele um presidente fraco, que pôs a Seleção Brasileira, maior patrimônio esportivo do povo, na lama, com campanha pífia nas Eliminatórias. Também não gosto da forma como se manteve no poder nos últimos tempos, via liminar dada por Gilmar Mendes, cujo filho, segundo denúncia da “Folha de São Paulo”, fatura R$ 15 milhões anuais com a CBF Academy. Porém não há como negar que ao receber 100% dos votos dos 20 clubes das Série A e 20 da B, além do apoio das 27 federações, Ednaldo conseguiu um feito inédito, pois jamais um presidente foi eleito por unanimidade.
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Isso implica dizer que todos estão de acordo com o trabalho do atual presidente, e não têm nenhuma crítica a fazer. Ele foi eleito democraticamente, conforme determina o estatuto da CBF, que pode ser contestado, mas tudo foi feito com lisura e transparência. Se houve mesada para as federações votarem nele não é problema meu. Se a regra do jogo é essa, os presidentes de federações votaram assim.
Vale lembrar que minhas críticas são ao dono do cargo, ao presidente da CBF, jamais à pessoa do Ednaldo, com quem sempre tive ótimo relacionamento. E minha postura continuará a ser a mesma. Se acertar, será elogiado. Se errar, as críticas serão no mesmo tom, pois esse é o nosso papel. Claro que as críticas azedam relações, mas faz parte do ofício.
Como amante da Seleção Brasileira, maior patrimônio esportivo do povo brasileiro, fico triste em vê-la tão achincalhada e sem o respeito das outras equipes, mas o momento é terrível, com um técnico, que também gosto, mas que diz amém a tudo o que os jogadores querem, e um grupo que no geral é fraco. Temos grandes jogadores de ataque como Rodrygo, Vini Júnior, Endrick e Raphinha, mas daí para trás é um time muito fraco. Alisson brilha no Liverpool, mas, na Seleção, o que vai no gol entra. Marquinhos é um gigante no PSG, fraco na nossa equipe. Sobre Danilo e outros engodos, prefiro nem me expressar, pois são insignificantes.
Apesar de todos esses problemas, o Brasil estará na Copa do Mundo de 2026, mesmo que faça força para não estar lá. Sete equipes se classificam em 10, e não há como ficar de fora. O problema é chegar e dar vexame. Essa semana, acompanhei os jogos da Liga das Nações. Espanha x Holanda, um 3 a 3 gigantesco. Alemanha 3 x 3 Itália, em outro jogaço, e Portugal 5 x 2 Dinamarca. Cada jogo melhor que o outro, em qualidade, talentos, emoção. A gente percebe o quanto estamos atrasados e o quanto os técnicos brasileiros deixam a desejar.
Ainda somos os pentacampeões, mas temos que torcer contra Itália e Alemanha, pois elas são uma ameaça, já que são tetracampeãs. Porém a Copa do Mundo é uma competição, na minha visão, de apenas três jogos. Eu explico: na fase de grupos, jogamos contra ninguém. Nas oitavas, dependendo da nossa colocação, continuamos a enfrentar seleções fracas. Aí sim, nas quartas de final a Copa começa. Então, com todos os problemas que vivemos, nada impede que o time engrene nos três últimos jogos e chegue à decisão. Não acredito nisso, mas é possível sim.
Está se aproximando o dia em que a CBF vai cuidar apenas da Seleção Brasileira, que os clubes vão formar suas próprias Ligas e conduzirem seus próprios destinos, e que as federações e os estaduais vão ser extintos. Sim, não haverá razão para as federações existirem. Aí sim, daremos um passo gigantesco para voltarmos ao nosso patamar no cenário mundial. A Seleção Brasileira é o maior patrimônio esportivo do povo e deve ser respeitada como tal.
Clubes e federações deram carta branca ao presidente Ednaldo para conduzir os destinos do futebol brasileiro até 2030. Ninguém vai tirá-lo da cadeira na marra. Portanto, que nenhum clube venha reclamar de arbitragem ou qualquer outra coisa, quando sua equipe for prejudicada. Quando se dá carta branca a alguém, é sinal de que você confia na pessoa. Então, é torcer para que o presidente da CBF faça uma grande gestão e que o nosso futebol volte a ter representatividade. Nossa torcida é pelo futebol brasileiro, e não pela figura A ou B.
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