Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

O Cruzeiro e a tal bola na casinha

Pedro Lourenço é um dirigente diferente, que fala o que pensa, sem papas na língua, sem temer nada

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O futebol é um esporte curioso. Você pode fazer tudo certo e dar errado. Você pode fazer tudo errado e dar certo. Se a bola não entrar na “casinha”, nada feito. Dirigentes e jogadores são julgados, condenados e crucificados por um gol perdido, por uma partida ruim, por uma defesa, que seria “fácil”, mas que a bola entrou. Nós, da imprensa, nos julgamos sabedores de tudo, sendo que alguns de nós, nunca deu um chute na bola. Somos até “engenheiros de obra pronta”, pois comentar em cima de um fato acontecido é a coisa mais fácil do mundo.

 

 

Com 45 anos de coberturas esportivas, em clubes em Seleção Brasileira, estou calejado e consciente de que no futebol tudo se resume à bola dentro da “casinha”. O dirigente e o jogador podem dar a declaração que quiserem, pois se o time estiver ganhando, a imprensa não vai falar nada. Mas se a declaração, por mais verdadeira que seja, vier num momento ruim, a gente vai dizer que foi aquilo que desencadeou a fase ruim do time.

 

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Muita gente condenou a declaração do presidente, Pedro Lourenço, ao Tempo Sports, comandado pela minha amiga Dimara Oliveira. Pois eu achei a entrevista verdadeira, coerente e sincera. Pedro Lourenço é um dirigente diferente, que fala o que pensa, sem papas na língua, sem temer nada. Ele é dono, gente! Foi ele quem salvou o Cruzeiro da falência, é ele quem vai tirar do seu bolso mais de R$ 300 milhões, neste ano, só para pagar dívidas. Ele sabe onde o calo aperta.

E não disse mentira nenhuma. Vários jogadores foram contratados, mas não têm condições de vestir a camisa do Cruzeiro. Ninguém acerta tudo. O Barcelona gastou R$ 300 milhões em Vítor Roque e o revendeu pela metade, ao Palmeiras e, curiosamente, Roque não fez um gol até agora. O Real Madrid montou um time de galácticos que não deu resultados. Quem imaginaria que Figo, Zidane, Ronaldo, Rául, Roberto Carlos e outros menos votados não daria certo? Nem por isso, o mundo desabou na cabeça do presidente Florentino Perez.

 

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Claro que ninguém pode fechar os olhos para a péssima fase do Cruzeiro, que já dura meses. Eu mesmo apostei em Dudu e Gabigol, como jogadores vencedores que são e pelo belo histórico nos clubes pelos quais passaram. Por enquanto, estão aquém do que deles se espera, mas vários times de São Paulo queriam contratar os dois. Faltou dinheiro. O Palmeiras mesmo tentou o máximo possível, e a presidente Leila Pereira, de quem gosto muito, disse que desistiu.

Leila também fala o que pensa e é incompreendida por alguns. Eu gosto de dirigente transparente e que fala o que pensa. Não gosto daqueles que fingem estar tudo bem e que querem fazer média. O futebol tem que mudar, pois é um mundo de ilusão. Pedro Lourenço e Leila Pereira fazem gestões sérias, transparentes e não escondem nada, ao contrário de muitos de seus pares, que fingem estar tudo bem e fazem média com a imprensa.

 

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Os jogadores do Cruzeiro não estão jogando nada, o técnico está aí há 60 dias e não conseguiu achar os 11, pois quer ter 18 jogadores atuando, mas, precisa entender que se não formar uma base, não irá a lugar algum. Ache os 11 titulares, e a coisa vai caminhar. E digo mais: se o Cruzeiro encaixar três vitórias seguidas, a má fase vai para o espaço.

Para isso, Dudu, Gabigol, Cássio, Matheus Pereira têm que jogar o triplo do que estão jogando. Esse futebol atual é vergonhoso. Somente os jogadores poderão sair dessa situação. Hoje, por exemplo, no Morumbis, o jogo é dificílimo com o São Paulo. Mas o Cruzeiro tem que se virar e tentar vencer.

Para sua infelicidade, a melhor contratação, Matheus Henrique, está lesionado e ficará inativo uns três meses. É buscar solução dentro desse grupo, que, para mim ainda é bom, e fazer o “pão cair com a manteiga para cima”. Fazer a bola entrar na “casinha” e dar uma banana para a má fase. “Não há mal que dure para sempre”. Eu não vou desistir do Cruzeiro, e você, o que pensa?

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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