A 54ª edição do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum – WEF) começou nesta segunda-feira (15), na cidade suíça de Davos, e ao longo de cinco dias, terá cerca de 200 palestras e apresentações de relatórios e opiniões críticas sobre o futuro das nações.

“Enfrentamos um mundo fraturado e divisões sociais crescentes, que conduzem à incerteza e ao pessimismo generalizados. Temos de reconstruir a confiança no nosso futuro, indo além da gestão de crises, olhando para as causas profundas dos problemas atuais e construindo juntos um futuro mais promissor”, disse o fundador e presidente executivo do WEF, Klaus Schwab.


O tema chave que norteia os debates deste ano é “Reconstruindo a Confiança” e está sendo desdobrado em quatro áreas de discussão ao longo dessa semana:

• Segurança e cooperação num mundo fraturado;
• Crescimento e emprego para uma nova era;
• Inteligência artificial como motor da economia e da sociedade;
• Estratégia de longo prazo para o clima, a natureza e a energia.

Um dos destaques do Fórum Econômico Mundial, que reúne líderes de empresas, governos e sociedade civil, é a iniciativa de Economia da Longevidade para estabelecer Princípios da Economia da Longevidade.

Estes princípios visam aumentar a visibilidade da discussão sobre longevidade, promovendo o alinhamento entre setores na abordagem dos desafios demográficos e financeiros do envelhecimento global e apoiando os indivíduos a serem resilientes em suas vidas mais longas.

Os seis princípios para enfrentar os desafios do envelhecimento da população e promover a resiliência financeira para prolongar a vida útil, segundo o WEF em conjunto com o Stanford Center on Longevity, são:

Princípio 1 - Garantir resiliência financeira em eventos-chave da vida: Quase 40% de todo o mundo enfrenta instabilidade financeira após interrupções da carreira não planejadas, tais como doenças ou aposentadoria inesperada. A colaboração público privada é crucial para apoiar os indivíduos a transitar por esses desafios.

Princípio 2 - Proporcionar acesso universal à educação financeira imparcial: Apenas 33% da população mundial é considerada alfabetizada financeiramente, contribuindo para as desigualdades de riqueza, fortemente correlacionadas com as desigualdades de expectativa de vida. A educação financeira abrangente e imparcial capacita os indivíduos a tomar decisões financeiras assertivas.

Princípio 3 - Priorizar o envelhecimento saudável como fundamental para a economia da
longevidade: Espera-se que cerca de um quinto da vida seja vivida com doença, e 80% dos adultos nos
países em desenvolvimento estão preocupados com o custo das despesas médicas. O acesso equitativo aos serviços de saúde pode facilitar o bem-estar, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade em geral.

Princípio 4 - Desenvolver empregos e desenvolver habilidades ao longo da vida para uma força de trabalho multigeracional: Até 25% das pessoas com 55 anos ou mais desejam trabalhar na velhice, mas enfrentam barreiras para encontrar oportunidades. As mudanças demográficas e as inovações tecnológicas exigem empregos e desenvolvimento de habilidades para se adaptar e evoluir, permitindo que os indivíduos estendam seus anos de trabalho conforme desejado.

Princípio 5 - Projetar sistemas e ambientes para conexão social e propósito: A conexão social é essencial para a longevidade saudável. Idosos socialmente isolados têm maior risco de saúde precária e morte precoce. Você não está sozinho, a conexão social dá significado para vida e promove um sentimento de realização, de propósito e de pertencimento.

Princípio 6 - Abordar intencionalmente as desigualdades de longevidade, incluindo gênero, raça e classe:
Os benefícios da longevidade não são distribuídos de forma equitativa. A defesa da equidade salarial e previdenciária, bem como o apoio aos cuidadores informais, são alguns dos elementos cruciais para garantir que a segurança financeira e os benefícios da longevidade possam ser mais acessíveis a todos.

As implicações do aumento do envelhecimento atingem todos os aspectos de nossa sociedade. É preciso trazer essas reflexões para o seio da sociedade civil, a fim de encontrarmos caminhos capazes de transformar a forma como lidamos com a idade e com o envelhecimento. Com isso conseguiremos mudar mentalidades e derrubar os preconceitos, que são muitos.

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