Inicialmente, as mídias sociais, também conhecidas no Brasil por redes sociais, eram apenas redes virtuais para relacionar socialmente os amigos do tempo da escola, os colegas do trabalho, familiares, ou torcedores do mesmo time de futebol por exemplo. O sucesso foi imediato, milhões de pessoas tinham criado perfis nas primeiras redes, iniciando uma corrida entre as plataformas para quem juntasse a maior quantidade de pessoas. Myspace, Friendster e Orkut perderam, o Facebook venceu.

 

Na busca de um modelo de negócio sustentável, a proposta inicial das mídias sociais de aproximar as pessoas umas às outras, dividindo opiniões e fotografias, cedeu espaço à promoção artificial de engajamento pela corrida das verbas da publicidade e marketing. É quando os algoritmos de inteligência artificial assumem as rédeas, e as redes se tornam cada vez menos sociais.

 

“Essa juventude está muito mudada”, “nossa juventude é mal-educada e não tem o menor respeito pelos mais velhos”, “ninguém quer mais saber de trabalhar duro”, com a idade, surge um deboche previsível em relação à juventude. O declínio da atual geração de jovens em relação às gerações anteriores é lamentado desde 700 anos antes de Cristo, na Grécia antiga.

 




Com a nostalgia em voga, muitos idosos se tornaram os maiores difusores de fake News e dos discursos de ódio na esperança de que “os bons e velhos tempos” voltem a reinar, ignorando todas as evidências, de que o mundo se transformou, inovou e renovou. Isso acende um grande farol, quanto ao cuidado redobrado que teremos de tomar sempre que lermos alguma notícia, mesmo que venha acompanhada por imagens ou vídeos, nesses meses que antecedem a escolha de novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, no dia 6 de outubro de 2024.


As próximas eleições legislativas, em outubro, prometem ser totalmente manipuladas com conteúdo criado pela Inteligência Artificial (IA). Muito devido a influenciadores e políticos que já se utilizam de manipulação da informação para o engajamento de audiência - sempre com o objetivo de obterem alguma vantagem, enganando as pessoas. As autoridades precisam discutir tanto quanto identificar de forma rápida quem comete esses crimes, quanto obrigar as redes sociais a oferecer o mínimo de segurança aos seus usuários. É um direito seu não ser enganado.


Com simples aplicativos de celular, e com más intenções, pessoas são capazes de clonar vozes e criar vídeos de pessoas públicas recomendando pautas e serviços enganosos, e as mídias sociais têm enorme parcela de culpa nessa história. Elas têm tecnologia para detectar deepfakes automaticamente, mas não usam para evitar gastos com o processamento de dados que isso demanda. Pessoas estão sendo enganadas todos os dias por criminosos e as plataformas devem ser responsabilizadas pela negligência ao não sinalizar que o conteúdo em questão foi criado por IA.


Sob muitas perspectivas, as plataformas poderiam ser consideradas não apenas negligentes, mas também coautoras dos crimes por permitir espalhar golpes. Todas. A desinformação desintegra a paz social, gerando ódio e violência.

compartilhe