A maneira como nos vemos - nossa autoimagem - molda profundamente quem somos e como interagimos com o mundo ao nosso redor. Desde a infância, começamos a formar crenças sobre nós mesmos e sobre nossa capacidade de amar e ser amados, influenciados por pessoas e experiências passadas, dificultando o nosso desenvolvimento pessoal e afetando nossa sexualidade de maneira negativa.


Desde os primeiros anos de vida, as mensagens que recebemos de nossos pais, professores, amigos e até da mídia começam a moldar nossa percepção de nós mesmos. Se uma criança cresce ouvindo que não é "boa o suficiente" ou que "não merece amor", essas mensagens podem enraizar-se no seu inconsciente, criando uma crença de não merecimento e insegurança. 

 



 

A psicologia nos ensina que essas crenças se formam como um mecanismo de defesa, uma tentativa de proteger-nos da dor e da rejeição. Porém, à medida que crescemos, elas se tornam uma armadilha que nos impede de explorar novas experiências e de desenvolver uma sexualidade plena e saudável. Como Carol Dweck, Doutora em Psicologia da Universidade Yale nos Estados Unidos, menciona no seu livro Psicologia do Sucesso, "Nossa mentalidade molda a maneira como percebemos e reagimos aos desafios e oportunidades da vida." Isso se aplica perfeitamente à nossa autoimagem e como ela influencia nossos relacionamentos íntimos.


A sexualidade é uma expressão do nosso ser mais íntimo e verdadeiro. Quando temos uma autoimagem negativa, carregada de crenças limitantes, isso afeta diretamente nossa capacidade de nos expressarmos sexualmente. Sentimentos de vergonha, inadequação ou até de autocrítica constante podem impedir uma conexão profunda e satisfatória com o parceiro. A falta de autoconfiança pode levar à insegurança na intimidade, fazendo com que a pessoa se retraia ou sinta que precisa provar constantemente seu valor.


Uma autoimagem distorcida também pode gerar dependência emocional, medo de rejeição ou fracasso, que são barreiras comuns para viver uma sexualidade saudável. Esse ciclo de autossabotagem pode se perpetuar até que a pessoa decida enfrentá-lo e trabalhar conscientemente para reconstruir a maneira como se vê.


A mudança é possível quando adotamos uma mentalidade de crescimento, um profissional pode te ajudar a substituir crenças negativas para crenças positivas, de que podemos aprender, evoluir e melhorar. Ferramentas para reconstruir a autoimagem e restaurar uma vida sexual saudável:


Identificação das crenças limitantes: pergunte-se quais são os pensamentos que surgem quando você pensa sobre sua autoestima e sexualidade? Identifique as raízes desses pensamentos, que muitas vezes vêm de experiências passadas ou críticas de outros.


Reformular o diálogo interno: transforme os pensamentos negativos em afirmações positivas. Em vez de dizer "Eu não sou atraente" ou "Eu não mereço ser amado", comece a dizer "Eu sou digno de amor" e "Eu tenho valor como pessoa e como parceiro.".


Práticas de autocuidado e autocompaixão: cuide do seu corpo, da sua mente e do seu espírito. Pratique a autocompaixão, tratando-se com gentileza e compreensão em vez de julgamento. Acredite que você merece o melhor, incluindo uma vida sexual plena e prazerosa.


Apoio profissional e terapêutico: a terapia pode ajudar a acessar e processar traumas passados que impactam a percepção de si mesmo e, consequentemente, a intimidade. Reconstruir a autoimagem é um processo que exige tempo, mas, profissionais capacitados te ajudam a encurtar esse tempo e fazem você chegar mais rápido no seu objetivo.


Meditação e mindfulness: ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, promovendo um estado de aceitação, essencial para cultivar uma conexão com o próprio corpo.


Quando abraçamos a mentalidade de crescimento, abrimos as portas para novas experiências, descobrimos nossa verdadeira essência e potencializamos nossa capacidade de amar e sermos amados. Lembre-se: a transformação começa de dentro para fora. Permita-se acreditar que a mudança é possível e que você merece uma vida plena e realizada.


compartilhe