Entre os anos de 2020 e 2022, muitos acreditaram que o varejo online se consolidaria como o principal canal de vendas dos mais variados tipos de produtos.
Obviamente, neste período, ele teve uma alta significativa. Até por falta de alternativa.
Porém, em 2023, as pessoas voltaram a consumir os produtos fisicamente e, a grande maioria, ainda prefere este contato físico, as andanças pelas lojas, a sociabilização.
E isso vem sendo afirmado cada vez mais, pois é crescente o número de fabricantes que vêm se rendendo à constatação de que não apenas faz sentido voltar a focar nas vendas físicas, mas também vale a pena implantar lojas exclusivas (monomarca), para comercializar seus produtos. Alguns exemplos podemos ver no nosso dia a dia tranquilamente, como Havaianas, Bauducco, Nike, Ambev, entre outras.
Existem alguns principais motivos que levam à adoção dessa estratégia.
Um deles é que nas lojas monomarca, sejam próprias ou operadas por franqueados, a empresa dona da marca têm controle total sobre a experiência do consumidor, indo do ambiente físico da loja (arquitetura, layout, iluminação, visual merchandising, temperatura, aroma, etc) ao atendimento, precificação, promoções, uniformização dos atendentes, scripts de vendas que estes deverão observar, argumentos de venda, formas de controlar objeções e toda uma série de outros detalhes que, sem dúvida, contribuem para estabelecer uma forte conexão emocional entre o cliente e a marca, já que a indústria pode assegurar que aquele vivenciará a marca e cada um dos seus produtos da maneira como foram concebidos.
As lojas monomarca são também ferramentas poderosas de branding.
De forma geral, elas são planejadas, desenhadas, implantadas, operadas e geridas de modo a corporificar os atributos da marca de forma mais efetiva e tangível do que qualquer outro canal de vendas permite.
A implantação de lojas monomarca, de forma geral, leva a um aumento das vendas dos produtos da marca em outros canais, incluindo lojas multimarcas e até mesmo no varejo online. Isso, sem que os pontos de venda exclusivos sejam prejudicados pelos demais canais. As vendas de uma marca, como um todo, crescem, quando ela adota a estratégia de criar pontos de venda monomarca.
No primeiro semestre do ano, as vendas do varejo ampliado cresceram 5,1% ante o segundo semestre de 2022, em termos ajustados sazonalmente.
No franchising, não foi diferente. A Associação Brasileira de Franchising (ABF), entidade que representa o setor, relatou que o franchising nacional faturou R$ 105,1 bilhões no primeiro semestre de 2023, 15% a mais do que o primeiro semestre do ano passado.
De acordo com a ABF, alguns pontos foram extremamente relevantes para a ascensão destes mercados, como, por exemplo, a retomada das compras presenciais, com as pessoas voltando aos shopping centers e ao varejo local.