O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) pode ser reeleito em primeiro turno -  (crédito: Marcelo Fonseca/Estadao Conteúdo – 14/10/18)

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) pode ser reeleito em primeiro turno

crédito: Marcelo Fonseca/Estadao Conteúdo – 14/10/18

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se manteve na liderança da disputa eleitoral em São Paulo (9,32 milhões de eleitores), com 27% de intenções de votos, em empate técnico com Guilherme Boulos (Psol), com 26%. Pablo Marçal (PRTB) permanece na terceira posição, mas fora do empate técnico, com 19%, segundo pesquisa DataFolha divulgada nessa quinta (19/9).

 

No Rio de Janeiro (5,09 milhões), o prefeito Eduardo Paes (PSD) manteve-se na liderança absoluta, com 59 % de intenções de votos, enquanto Alexandre Ramagem (PL), está com 17%.


O presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro emitiram sinais trocados em suas principais bases eleitorais. O primeiro aposta num candidato de esquerda em São Paulo, Boulos, e um de centro no Rio, o prefeito Eduardo Paes; o segundo, num candidato de extrema direita no Rio, o delegado Ramagem (PL), e um candidato de centro em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes.



Em Belo Horizonte (1,99 milhão), o deputado estadual e apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos) continua na liderança, com 28%, enquanto o prefeito Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição, e o deputado estadual Bruno Engler (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estão com 18% de intenções de votos. Nas três capitais do chamado Triângulo das Bermudas – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais –, considerando-se as pesquisas DataFolha divulgadas ontem, a polarização entre petistas e bolsonaristas está sendo mitigada pelas alianças e o comportamento dos eleitores. Ou seja, naufraga.


Se consideramos a situação de Salvador (1,96 milhão de eleitores), o fenômeno se repete. Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Reis está com 55% das intenções de voto, enquanto o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), tem 22%, na pesquisa Real Time Big Data, divulgada na semana passada. Como Eduardo Paes, pode vencer no primeiro turno.



Entretanto, no quinto colégio eleitoral do país, Fortaleza (1,76 milhão), a disputa está acirrada entre os candidatos André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT), empatados com 23% das intenções de voto. É a capital mais importante onde a polarização existe. Pela margem de erro – de três pontos percentuais, para mais ou para menos –, também há empate técnico com o candidato Capitão Wagner (União Brasil), que contabiliza 20%, segundo pesquisa Real Time Big Data/Record, divulgada na quarta-feira.


Em 13 capitais, a 16 dias do pleito, a disputa pelas prefeituras pode se encerrar no primeiro turno. Além do Rio de Janeiro, com a eleição de Eduardo Paes, e de Salvador, com, Bruno Reis, estão nessa situação Boa Vista (RR), com Arthur Henrique (MDB); Florianópolis (SC), com Topázio Neto (PSD); João Pessoa (PB), com Cícero Lucena (PP); Macapá (AP), com Dr. Furlan (MDB); Maceió (AL), com JHC (PL); Palmas (TO), com Janad Valcari (PL); Porto Velho (RO), com Mariana Carvalho (União Brasil); Recife (PE), com João Campos (PSB); São Luís (MA), com Eduardo Braide (PSD); Teresina (PI), com Sílvio Mendes (União Brasil); e Vitória (ES), com Lorenzo Pazolini (Republicanos).

 

 

Reta final

Esse cenário pode sofrer alterações, principalmente nas grandes cidades. O peso das redes sociais nas eleições está sendo mitigado pelos efeitos das políticas de aliança, das estruturas administrativas e pela propaganda gratuita de rádio e televisão, que mudou de formato, com inserções muito semelhantes aos comerciais. Entretanto, nessa reta final, depois da aterrissagem dos candidatos – alguns ficaram perdidos no espaço depois que a pré-campanha acabou –, a disputa deixa de ser uma “guerra de posições” na sociedade civil para se tornar uma “guerra de movimento”, com a entrada em cena da grande massa de eleitores. É quando a eleição passa a ser o assunto das conversas de família, do ônibus ou da fila do caixa de supermercado.


Muitas das pesquisas capturaram os efeitos da exposição dos candidatos nas redes e na mídia tradicional. No caso de São Paulo (SP), mostram que a maior exposição no rádio e na televisão beneficiou o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que conta com 65% do tempo nos meios. Guilherme Boulos (PSOL), porém, tem grande resiliência e pode se beneficiar dessa transição de “posições” para “movimento”, por causa da militância de esquerda.

 

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Pablo Marçal (PRTB), com frágil estrutura partidária e baixíssima exposição nos meios de comunicação tradicionais, teve um crescimento meteórico ao chegar “causando” nas redes sociais. Parecia ser o candidato do “movimento”. Mas seu estilo “lacrador” virou um feitiço contra o feiticeiro, ao levar para um debate ao vivo na televisão a sua linguagem agressiva do mundo virtual, o que acabou resultando na cadeirada que levou do apresentador José Luiz Datena (PSDB), que faturou o episódio ocorrido nos estúdios da TV Cultura.

 

 

A maioria dos prefeitos com bons níveis de aprovação e baixa rejeição, como os que podem se eleger no primeiro turno, deixou de lado a retórica da polarização, prefere disputar os votos de eleitores de Lula e Bolsonaro, simultaneamente. Nestas eleições, os prefeitos das 27 capitais do Brasil têm uma média de aprovação de 60%, segundo o Ipsos Public. Destaque para o prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), com 86% dos votos. Affairs, somente 5 tiveram desempenho abaixo de 40%.